Ainda na tribo

Marinny Schneider passou a tarde toda dormindo na casa de chão batido da família do Pajé, a partir de agora ela estava aos cuidados das mulheres da casa. Todas faziam de tudo para deixá-la o mais confortável possível, só estavam ansiosas para vê-la acordando, mesmo com a demora todas esperam pacientemente, até que no começo da noite ela acordou com aqueles olhos azuis brilhantes. A mulher do Pajé trouxe -lhe um pouco da cobra assada, sem querer ser grosseira a Marinny Schneider recebeu, mais não comeu, ainda sentia um pouco de enjôo. Mais tarde umas meninas com rostinhos sorridentes e pintados de vermelho, preto e branco trouxeram pinhas maduras e goiabas. Marinny Schneider agradeceu a gentileza e comeu um pouco das frutas. Antonelli estava ao lado dela a observando a todo instante até que ficou bem perto dela e perguntou:

- Marinny você está grávida?

Ela não respondeu, ficou surpresa e ao mesmo tempo sentiu como se borboletas voassem no seu estômago. Passando a mão pela barriga percebeu que ela estava ficando maior então ela perguntou a Antonelli:

-Eu não sei, você acha que estou?

Antonelli começou a sorrir e confirmou:

- Sim, eu acho. Você está igual a mim quando eu fiquei grávida da minha filha. Você está com os mesmos sintomas.

- E agora, o que eu faço Antonelli?

- Primeiro você precisa se cuidar aí depois que você estiver bem novamente e a perna do Alonso estiver melhor, então vamos dar um jeito de voltar para casa. Não vamos esperar esse bebê nascer aqui não é mesmo Marinny?

Aos cuidados das mulheres da tribo Marinny Schneider se sentia bem melhor, após tomar um chá trazido pela mulher do Pajé, os enjôos da Marinny Schneider foram passando, agora ela passeava por toda a tribo. Ao vê-la os guerreiros da tribo queriam lutar para que o mais forte pudesse ficar com ela. Mais o Cacique os proibiu dizendo que ninguém deveria tocar na ninfa da natureza se não ela destruiria a todos com as próprias mãos. Todos na tribo se referiam a Marinny Schneider como Ninfa da natureza por ela ter os olhos azuis como a água e o céu e por seus cabelos serem da cor do sol e a pele alva como a lua. A maneira como ela falava com a fera deixava eles admirados. "Fera" era assim que aquele povo se referia ao Zéus pois ele era um cachorro muito grande e por ser um Pit Bull sua cara aparentava ser feroz.

Marinny Schneider participava de algumas atividades na tribo como a coleta de frutas, de vegetais e as vezes ia pescar, o Zéus estava sempre ao lado dela como se tivesse medo que os dois se separassem novamente. Alonso apenas ficava sentado esperando que a sua perna ficasse melhor. Stanford, Norton e Cardine com a ajuda dos índios estavam construindo uma jangada para irem embora assim que as cheias diminuíssem. Quase sempre Suzane, Ágatha, Lee e Kércy também ajudavam com a jangada. A barriga da Marinny Schneider estava crescendo, já dava para perceber claramente a sua gravidez por isso o Stanford a proibiu de fazer o trabalho pesado e a Antonelli sempre estava de olho nela para que não cometesse exageros. Lorenzo estava sempre coletando informações sobre cada um deles e registrado com sua câmera fotográfica as melhores imagens do dia a dia da tribo e de seus dez convidados. A vida com os índios era simples e boa, todos trabalhavam juntos, até às crianças, inclusive a menina que salvaram da cobra eram prestativas e ajudavam nas tarefas diárias quando não estavam brincando ou se divertindo no lago. Marinny Schneider também gostava de se banhar naquelas águas limpas e transparentes.

Marinny Schneider era muito querida por toda a tribo por causa da sua coragem e gentileza com todos. Eles até gostariam que ela permanecesse ali com eles para sempre. Mais não poderiam prender a "Ninfa da natureza" só poderiam desejar que ela por vontade própria quisesse ficar entre eles.

Oswaldo Belmont e Júlia Belmont, contaram ao Estello Schneider, ao Wando Campbell e seus pais sobre a gravidez da Marinny Schneider enquanto jantavam. Alguns parentes dos outros agentes desaparecidos também estavam ali em mesas próximas. Depois de ter certeza da gravidez da sua namorada, o Wando Campbell foi para um lugar onde pudesse ficar sozinho e chorou desolado, estava muito preocupado, queria muito que ela estivesse ao seu lado nesse momento e se culpou por tê-la deixado partir, mesmo que a viagem fosse por poucos dias, não devia tê-la deixado entrar naquele avião.

Depois de permanecerem oito dias na tribo, os dez agentes já estavam prontos para irem embora. Se despediram de todo aquele povo generoso e amigável. A esposa do Pajé e muitas outras mulheres e até às crianças estavam chorando pois já estavam acostumados com a presença deles ali em sua tribo. Após a despedida, navegando, foram aos poucos se distanciando cada vez mais em sua jangada até que os nativos não conseguiram mais vê-los.

Agora aquelas dez pessoas estavam deslizando sobre as águas de um rio muito caudaloso, o vento fresco batia em seus rostos serenos e otimistas. Após muitas horas ainda estavam navegando, até que após a jangada fazer uma curva viram a distância uma plantação de cana-de- açúcar. Então continuaram navegando até que a jangada não conseguia mais passar devido ao canal do rio ir se estreitando cada vez mais. Então todos descendo da jangada, continuaram a pé caminhando com cuidado e devagar pois a perna do Alonso que foi quebrada dias antes ainda quereria cuidados. Encontraram uma trilha com pegadas de pessoas então a seguiram, mais adiante avistaram uma pequena fazenda na qual tinha alguns cachorros deitados na grama aquecida pelo sol, ao vê-los se aproximando da casa os cachorros prontamente começaram a latir mais não ousaram a se aproximar pois o grupo estava na companhia do Zéus. Uma senhora já idosa usando um pano amarrado no cabelo e um avental florido por cima do vestido desbotado saiu para ver o motivo de tantos latidos. Ao ver aquele grupo ela se assustou, depois perguntou se eles queriam água. Aquela velha senhora olhava muito para todos eles, principalmente para o Stanford, com certeza era a primeira vez que ela tinha visto um homem daquele tamanho... tão grandão!

Naquela casa não havia telefone, então ela foi lá fora e gritou bem alto o nome de alguém. Logo apareceu um menino descalço, ele vinha correndo em direção aquela senhora que lhe disse algumas palavras e o menino foi embora correndo mais uma vez e com a mão próxima a cintura segurava seu calção folgado para não escorregar pelo seu corpo magro.

Alguns minutos depois, apareceu um senhor magro com camisa de mangas compridas, calça jeans azul e um cinto de couro marrom, estava montado num cavalo. Preso ao cinto de couro marrom dava pra ver claramente um celular daqueles bem simples que não pega internet e nem tem câmera. Ao descer do cavalo o senhor lhes deu os cumprimentos e entregou o seu celular para o Stanford, que por sua vez passou o celular para a Marinny Schneider. Ela após conseguir sinal no celular, ligou imediatamente para o seu pai Oswaldo Belmont. Ele ficou tão surpreso e feliz ao escutar a voz dela, quase não dava pra acreditar que realmente era a sua filha que estava falando com ele. Não puderam falar muito pois o sinal não os ajudava, ela lhe disse onde estavam, e ficou aguardando com os outros.

Quando Júlia Belmont soube que a sua filha tinha sido encontrada, ficou muito emocionada e foi procurar o Estello Schneider e os Belmont para lhes contar, todos se abraçaram muito emocionados.

Enquanto isso a Marinny Schneider estava com os outros comendo bolo de milho e tomando chá de folhas de laranjeira que a velha senhora gentilmente serviu para eles. Após muito tempo dois helicópteros pousaram num lugar um pouco mais distante para não assustarem os animais daquela fazenda. Apesar da Marinny Schneider ter confirmado ao seu pai que todos estavam bem, ele por precaução trouxe um médico que vinha caminhando ao lado dele em direção a casa da fazenda.

Quando o Oswaldo Belmont vinha se aproximando, ele viu imediatamente a sua filha sentada num banco olhando para o chão. Ao ver seu pai ela foi sorrindo na direção dele e os dois se abraçaram demoradamente. Todos ficaram muito felizes ao ver o Oswaldo Belmont ali, finalmente voltariam para casa.

Agradeceram a ajuda daquele senhor que lhes emprestou o celular e também agradeceram a senhora por tudo. Andaram para o lugar em que os helicópteros haviam pousado. E logo estavam voando para longe.

Muito tempo depois chegaram ao local onde estava montado o hospital de emergência. Assim que desembarcaram foram recebidos com muita alegria. Júlia Belmont logo foi abraçar a sua filha, o Estello Schneider também, e os Campbell. Marinny Schneider ficou muito surpresa por encontrar o Wando Campbell ali, ela estava um pouco confusa, não sabia como dizer a ele que estava grávida. Apesar de todos terem visto o formato redondo da barriga dela.

O Oswaldo Belmont quis levar a sua filha para ser avaliada por um médico mais ela recusou, disse que precisava tomar banho. Ele não achava que o banho era mais importante nesse momento, mais não queria discutir com a sua filha. Então a sua mãe foi providenciar roupas limpas para ela. Enquanto estavam sozinhas no banheiro, a Marinny Schneider lhe contou sobre a gravidez, a sua mãe sorrindo disse que já sabia e explicou como ficaram sabendo. A Marinny Schneider perguntou:

- O Wando sabe?

- Claro que sabe, e estava muito preocupado com você e com o bebê! Respondeu a Júlia Belmont.

Quando a Marinny Schneider já havia tomado banho e vestido roupas limpas, ela foi com a sua mãe para ser examinada pelo médico.

Wando Campbell estava esperando por elas, dessa vez a Marinny Schneider o abraçou, e ele com amor e ternura passou a mão sobre a barriga dela.

Na hora do ultrassom a Marinny Schneider pediu para que a sua mãe chamasse o seu pai, o Estello Schneider, o Wando Campbell e os pais dele para que também pudessem ouvir pela primeira vez os batimentos do coração do bebê já que todos estavam muito felizes por essa criança.

A sala ficou bem cheia com todos eles juntos, mais eles estavam muito animados, o médico passou um gel pela barriga da Marinny Schneider e enquanto ele deslizava o pequeno aparelho sobre a barriga dela, ele começou a sorrir estranhamente, então falou para a Marinny Schneider:

- Parabéns você terá trigêmeos!

Todos na sala ficaram um pouco em choque e assustados com a palavra " trigêmeos", mais logo comemoraram essa incrível surpresa.

O médico mostrando a imagem de ultrassom na tele, falou:

- Aqui está um saco gestacional contendo um bebê. E aqui temos outro saco gestacional contendo dois bebês.

Enquanto ouviam os batimentos cardíaco de cada um dos bebês todos estavam aliviados pois sabiam que apesar de tudo que a Marinny Schneider passou os bebês estavam bem.

Enquanto a Marinny Schneider estava na sala de ultrassom, os outros onze componentes do Esquadrão Fênix estavam todos lá fora aguardando por ela. Ao encontra- los ela ficou extremamente feliz, após saberem dos trigêmeos eles parabenizaram ela e o Wando Campbell.

Mais tarde cada um foi pegando seu vôo de volta para casa. A Marinny Schneider veio morar com os Campbell, Oswaldo Belmont lembrou ao Wando Campbell que ele teria que se casar com a Marinny Schneider antes que a barriga crescesse demais, quanto a isso ninguém se opôs pois os dois se amavam muito.

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