Theo não parava de bater uma só vez e isso era como uma pancada permanentemente sem cessar por um segundo em minha cabeça.
Não sabia explicar se as lágrimas que caiam sobre o porta retrato eram de raiva por terem me enganado ou por não saber nada daquela vida que eu vivi na foto.
— Por favor me deixe entrar Diana. Vamos conversar.
— Deixe ela quieta Theo, você já fez estrago o suficiente.
— Eu fiz o que vocês deviam ter feito a tempos.
Ouço o barulho da minha moto se aproximar, poderia ouvi-la de longe.
Me levanto com rapidez indo até a janela para olhar.
— Alec.
Corro até a porta a abrindo, dando de cara com Theo e meu pai.
— Vamos conversar Dia.
O olhar de Theo para mim é de um cão arrependido,mas não posso encara-lo agora.
Passo por ele o ignorando completamente, desço as escadas rapidamente indo direto a porta de entrada.
Quando abro a porta, Alec estava preste a tocar a campainha, ao me ver seu sorriso foi instantâneo .
— Oi.— Sorrio mordendo o lábio.
— Oi!
— Nem pense em convidá-lo a entrar Diana. — Diz minha mãe atrás de mim em um tom ameaçador.
— Boa tarde Melissa! — Rebate Alec em um tom provocativo.
— Esse é seu nome mãe? Também mentiu sobre isso? — Ela me olha pensativa e fita os olhos para Alec.
— Você não desiste mesmo Alec. Você só aparece para atrapalhar nossas vidas.
— Prometi a Sophie que minha existência seria proteger ela e Ivy. Não descumpro uma promessa.
— Alec ent... — Ela não me deixa terminar.
— Não , ele não é bem vindo nesta casa. Ele não vai ser convidado a entrar Diana.
— O que você veio fazer aqui Alec? — Mais um para me atrapalhar.
— Cumprir minha promessa Azrael. — Olho para meu pai com raiva.
Como assim, minha vida toda é uma mentira?
— Se ele não entrar eu saio! — Meu tom é bem ameaçador, os dois me olham com o cenho franzido.
— Não vai a lugar algum Diana.
— Isso é ela quem decide Melissa, ela tem idade suficiente para tomar suas próprias decisões.
— Alec está certo! Ele é o único que está falando a verdade até agora. Então eu vou com ele! — Cruzo os braços erguendo a sobrancelha. — Ao menos que comecem a falar.
— Quando a garota doce ficou tão abusada?
— Quando ela percebeu estar sendo enganada pai. Se é que vocês sejam meus pais de verdade.
Vejo que minhas palavras machucaram os dois, mas nesta altura do campeonato não me importo, apenas quero minha vida de volta.
— Tudo bem Diana, vamos nos sentar e conversar.
— Com uma única condição. — Olho Alec ainda na porta. — Alec irá entrar!
— Não, se ele entrar não tem mais volta.
— Ou ele entra, ou eu saio! Vocês escolhem. — Theo apenas observa tudo, Melissa respira fundo .
— Okay, você venceu! — Ela olha para Alec.— Alec pode entrar.
Alec me olha com um sorriso vitorioso, enquanto passa o primeiro pé pela porta.
— Você não imagina o prazer que tenho em estar aqui! — Azrael o fuzila com os olhos.
— E você não imagina como desejei te matar. — Alec para bem em frente a ele, com um sorriso debochado o olhando nos olhos.
— Isso não faz nenhuma diferença pra mim. — Alec rebate o confrontando.
— Certo, então suponho que já podemos ir pra sala não é?
Agarro a mão de Alec o puxando para a sala de estar.
Me sento no sofá enquanto alce se encosta na lareira, os dois se sentam a minha frente e Theo fica de pé cruzando os braços com os olhos fixos em Alec.
— Okay estou pronta pra ouvir. — Melissa suspira.
— Antes de começar a te contar tudo, quero que entenda que fizemos tudo por sua segurança e proteção.
— Só não minta mais, por favor!
— Nem sei por onde começar.
— Comece pela parte que não são os pais dela. — Sugere Alec em tom de deboche.
— Eu sabia, a mulher da foto que é minha mãe não é?
— Sim, o nome dela é Sophie. O lugar que encontrou aquela fotografia era onde morávamos, inclusive Alec. — Olho para Alec que sorri carinhosamente. — Saímos de Mistfalls depois de alguns ataques e viemos para a Europa. Sua mãe queria que você tivesse uma vida diferente da dela.
— Ataques ? Quem e porque estavam atacando?
— Sei que vai parecer loucura mas não somos humanos normais. Eu sou uma espécie de anjo, Azrael é um demônio e Alec ... — Alec a interrompe.
— Eu sou um vampiro ! — Ele da uma piscadela para mim com um sorriso maroto nos lábios.
— Eu acredito. — Olho para Theo, que muda sua postura áspera para completamente vulnerável. — E você o que é? — Ele me olha indiretamente.
— Um demônio, eu sou um demônio!
— Sua mãe era mestiça, metade anjo e a outra metade bruxa.
— E meu pai? Por que ele não aparece na fotografia?
— Como disse fomos atacados por caçadores, seu pai infelizmente foi capturado e morto. — Suspiro sentindo uma tristeza em meu peito.
— Sentimos muito querida, ele era um homem incrível.
— Só me dá um minuto!
Me levanto indo até a cozinha tomar um copo com água, Theo se aproxima de mim.
— Está se sentindo bem?
— Não sei, mas quero ir até o fim com isso.
— Tem certeza?
— Absoluta Theo. Este é mesmo seu nome?
— Theodor, mas você sempre me chamou de Theo. — Concordo com a cabeça voltando parar a sala.
— O que meu pai era? Um bruxo, feiticeiro ou alguma coisa do tipo?
— Não, seu pai era um lobisomem.
— Lobisomem? Então o que eu sou afinal?
— Não temos cem por cento de certeza, mas devido as pesquisas que fiz você é um Anjo Negro. Contudo em seu DNA há vestígios de Lobisomem e vampiro. — Alec olha para Azrael confuso.
— Então ela absorveu todo sangue consumido por Sophie durante a gestação?
— Foi o que achamos, Sophie e Trevor não tinham genes de vampiros, a única conclusão que chegamos foi o seu sangue.
— Estou completamente confusa agora.
— É compreensivo, estaríamos preocupados se você não estivesse.
— E onde minha mãe está agora?
— Isso é Alec quem precisa te dizer. — Ele respira fundo se endireitando. — Depois de sete anos em Hallstatt, um amigo de Azrael, Arthur, veio nos ver. Ele disse que os arcanjos estavam perto de encontrar vocês duas. Sua mãe então entrou em contato com Sará a pedindo ajuda. Logo após,ela foi com Alec e até Salém, onde vivia Sará. Mas antes de ir pediu a nós que te protegessemos você a qualquer custo.
— Em Salém Sophie pediu a Sará que fissesse uma duplicata sua. O que não foi muito complexo pra ela, Sará estava muito poderosa aquela altura. A duplicata ficou idêntica a você, até o cheiro era igual. Sophie disse que eles sabiam que eu não deixaria vocês duas, por isso eu deveria ficar. — Os olhos de Alec se enchem de lágrimas. — Uma semana depois, estávamos em uma cidade pequena da Croácia. Sophie havia insistido para ficarmos ali até eles nos encontrar. O que não demorou muito, uma noite dois arcanjos apareceram, eu não pude fazer nada. Foi tudo muito rápido, bem diante dos meus olhos e não pude fazer nada.
— Eles a levaram? — Alec concorda com a cabeça de olhos fechados.
— Eu já volto, preciso tomar um ar. — Em fração de segundos Alec some.
— Depois de um mês sem notícias de Sophie, Azrael e eu tomamos uma decisão. Procuramos Ágata, sua tia, ela se aprontou a nos ajudar.
— Ela apagou suas lembranças erguendo uma barreira e nos ensinou a fazer os comprimidos que você toma. Mudamos seu nome, e apenas abreviamos os nossos para que você ainda mantivesse conexão conosco.
— Então vocês não sabem se minha mãe está viva ou morta? — Melissa nega balançando a cabeça.
— Sinto muito querida.
— E por quê me afastar de Alec todos estes anos?
— Tivemos medo dos arcanjos descobrirem que você ainda estava aqui, como ele disse os arcanjos sabiam que ele daria sua vida para te proteger. — Respiro fundo.
— E qual é meu verdadeiro nome? Ivy.
— Ivy Belmonte.
— Eu... — Me levanto. — Eu vou ver como Alec está.
— O que você vai fazer agora?
— Eu não sei ainda! Mas preciso pensar Theo. — Ele apenas concorda com a cabeça.
Saio até a varanda, Alec está encostado na escada, limpa as lágrimas ao me ver.
— Sinto muito a falta dela, me desculpa ter saído.
— Eu imagino! — Me encosto ao seu lado. — Vocês pelo jeito eram muito próximos. — Ele sorri.
— Mais que isso, sua mãe se tornou minha própria existência.
— Eu quero me lembrar dela Alec.
— Infelizmente eu não posso quebrar a barreira que Ágata ergueu em sua memória. Se foi uma bruxa que fez somente ela pode desfazer.
— Você me ajudaria a encontrá-la?
— Posso ver o que consigo.
— Obrigado. — Beijo seu rosto, ele retribui.
— É incrível como se parece com ela. — Sorrio. — A única diferença é que ela era ríspida enquanto você é doce.
— Talvez isso mude daqui pra frente.
— Você não precisa mudar pra ser forte Ivy, apenas mantenha sua essência. — Azrael aparece na porta.
— Alec podemos conversar em particular?
— Claro. — Alec beija meu rosto novamente e entra, Theo se encosta na escada a minha frente.
— Você não vai embora com ele vai?
— Estou um pouco anestesiada com tudo. As coisas agora fazem mais sentido, mas não sei como será daqui pra frente. — Theo segura minha mão.
— Ivy , não vai! Fique.— Consigo ver uma mistura medo e tristeza nos olhos de Theo.
— Preciso pensar o que fazer Theo. Mesmo depois de saber toda verdade ainda não me lembro de nada. — Dou um longo suspiro. — Pensei que isso ajudaria mas não ajudou.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Sim pode.— Sorrio.
— Você ainda confia em mim?
— Você confiaria depois de saber que mentiu por quinze anos?
— Entendo perfeitamente. — Theo abaixa a cabeça olhando para os pés.
— Mas você pode tentar reconquista-la. Apenas não minta mais Theo.
Ivy Belmonte
Theodor Demon
# Vocês poderiam aí está meus amores. 🥰
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 108
Comments
Fernanda Rosa
autora, a personagem é simplesmente perfeita.
Ameii
2024-04-05
1
Silvia Araújo
tamo junto
2022-11-12
2
Lucilene Palheta
eu ainda estou muito triste 😢 😢 com a morte do Trevor não acredito ainda que ele morreu mesmo, por favor ressuscita ele vai ,e salva o Sophia kkkk sei lá qualquer coisa para um final feliz ☺ ☺ ☺ ☺
2022-06-08
5