Meu nome é Isainny. Desde cedo, tive que aprender a me virar sozinha. Meus pais faleceram quando eu era criança, aos meus quatro anos. A partir daí, comecei a morar no Jornal.
Depois disso, minha vida nunca mais foi a mesma. O Jornal não era um abrigo comum — era um prédio antigo, quase esquecido pelo tempo, onde se imprimiam as últimas páginas de um mundo que parecia já não se importar com o que vinha depois. Foi lá que cresci, entre pilhas de papel amarelado, o cheiro forte de tinta e o silêncio pesado das madrugadas.
Os funcionários que restavam me aceitavam por pena ou por conveniência. Eu era pequena, ágil, e logo aprendi a ajudar com o que podia: varria os corredores, carregava bobinas de papel, ajudava nas entregas noturnas. Em troca, ganhava um canto no almoxarifado, uma refeição fria e o direito de continuar existindo.
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Isainny Comentários