Capítulo 5

A olhar de Santiago não saía de Valéria, ele sabia o que estava acontecendo com ela. A sensação de dor, combinada com o prazer do toque, estava enlouquecendo-a, ele sabia, podia sentir como ela tremia. "Dá a volta", ordenou ele, afastando as mãos de Valéria do seu rosto. Valéria: "não... é necessário apenas curar... eu quero dormir (por favor, pare. Eu não aguento mais isso, meu corpo age de forma estranha com ele, desde que me beijou)". Santiago: "não se preocupe, será rápido, embora também possa fazê-lo daqui". Ele sorriu, passando a mão pelas costas de Valéria, que se curvou um pouco, levantando as costas e afundando a cabeça no travesseiro. Santiago se apoiou sobre os seios dela e a envolveu completamente com o braço, a dor finalmente passou e ela se acalmou. Agora ela se sentia bem, não sentia mais dor, só precisava se afastar de Santiago para ser ela mesma novamente, por alguma razão, ele ainda estava na mesma posição anterior. Valéria: "Senhor, já estou bem, poderia..." As mãos de Santiago soltaram o laço que prendia a parte do busto de Valéria, ela se cobriu rapidamente, pedindo entre gemidos: "-Por favor, não!" Santiago: "mesmo que diga isso, o seu corpo está me aceitando, sei que disse que não faria mais nada, mas já não resisto". Ele beijou o pescoço dela, enquanto Valéria, inutilmente, tentava manter a compostura, quanto mais excitada e fora de si ela se sentia, mais intensas eram as ações de Santiago.

Valéria: (Se eu deixar ele continuar, não vou conseguir sair daqui, ele vai me matar como aquelas meninas! Mas não posso afastá-lo.)

Uma pontada de dor tirou Valéria de seus pensamentos, Santiago havia a mordido e, mesmo doendo, nada com ele parecia ser igual. Ela tentou afastá-lo, mas suas forças não eram suficientes.

Valéria: Por favor, não quero morrer!

Ela estava com medo e suas lágrimas começaram a brotar. Ela estava certa de que desta vez não iria acordar, que agora iria morrer e terminaria como as outras meninas naquele quarto.

Santiago sentiu o medo dela e se afastou.

Santiago: Não vou te matar!

Valéria ainda estava apavorada：Eu sei que sim! Eu vi os corpos das outras meninas que estiveram aqui!

Santiago: Foi por isso que você fugiu?

Valéria: Você as matou, não foi?

Santiago: Tinha que ser feito. Elas desrespeitaram as leis.

Valéria: Você vai me matar também, não vai?

Santiago: Prefiro não ter que fazê-lo. Isso depende de você.

Valéria: Eu prometo que não vou fazer nada de errado, só quero sair daqui.

Santiago: Para onde você quer voltar? Ninguém te espera. Então, por que você insiste em ir embora?

Os olhos de Valéria se encheram de lágrimas. Ela sabia que isso era verdade, ninguém a esperava naquele lugar. Para sua família, era melhor que ela morresse.

Valéria: Mesmo que seja assim, mesmo que minha família seja cruel e nada carinhosa comigo... é mil vezes melhor do que aqui. Tenho medo de ser assassinada por você ou pelos outros homens lá fora.

Jef: Eu nunca me sento à mesa, prefiro caçar minha comida, e também não seria uma companhia melhor do que o mestre.

Valeria: Em que outro animal você pode se transformar?

Jef: No que eu quiser, eu até posso me ver como você.

Valeria: O quê?

Jef: Não faça coisas doces, o mestre não as tolera.

Valeria: O quê? Mas ele experimentou a sobremesa que preparei hoje.

Jef: Por isso estou te dizendo, mesmo que seja assim, ele não se recusará a comer algo que você preparar.

As coisas doces não são digeridas rapidamente pelo seu sistema, diminuindo sua força e se ele estiver fraco, a barreira é instável.

Valeria: Onde ele está agora?

Jef: Descansando, é melhor você entrar, há um demônio menor por perto.

Um forte rugido foi ouvido em direção ao rio, o chão tremeu enquanto algo avançava.

Jef: Talvez seja uma classe dois, isso confirma que ele ainda não está bem! Vá agora!

Valeria correu assustada para a casa e Jef ficou do lado de fora.

Ela subiu para o quarto de Santiago e ia bater, mas a porta estava aberta. Ela entrou e o viu de olhos fechados na enorme poltrona, pensou que ele estivesse dormindo.

Valeria: (Nunca o vi dormir, pensei ter ouvido Jef dizer que não dormem, o descanso deles é diferente do nosso, um vampiro! Nunca pensei que fossem reais ou vê-los tão extraordinários quanto perigosos, especialmente ele)...

Os olhos de Santiago se abriram e estavam quase amarelos. Valeria se assustou e, ao recuar, caiu sentada no chão.

Ele cobriu seus olhos para que ela não percebesse.

Por que você veio? Eu te disse que não poderia entrar!

Valéria: Desculpe, eu estava com medo, é que... há uma criatura lá fora, bem, eu não vi, mas parecia grande e perigosa.

Santiago: E você pensou que estaria mais segura no meu quarto do que com o Jef?

Valéria: Eu... sim, pensei!

Ela baixou a cabeça, sentindo-se tola.

Santiago: Não se preocupe, o Jef vai cuidar disso. Agora saia, estou tentando descansar e não posso ficar com você aqui.

Valéria: Senhor, você está chateado por minha culpa, não é? Sinto muito, eu não sabia, há algo que eu possa fazer?

Santiago: (ela realmente disse o que eu estou pensando?) Eu estou bem, é melhor você sair!

Valéria parecia triste com suas palavras, nem sequer tinha olhado para ela. Talvez estivesse zangado. Já haviam passado duas semanas desde o encontro com Saul e ele nunca tinha tratado Valéria dessa maneira anteriormente, nem sequer quando quebrava coisas tentando ajudar ou corria para buscar algo que precisava.