Capítulo 4

Ela não sabia por quanto tempo havia corrido, apenas tinha certeza de que já não via o castelo. Começou a chorar desesperadamente e, somente então, percebeu que havia se machucado e que seu vestido estava rasgado.

- Então você é a nova noiva?

Valéria levantou os olhos imediatamente. Em frente a ela estava um homem bonito que a olhava com desagrado.

Valéria: Por favor, me ajude! Preciso sair daqui.

- Então ele ainda não te pegou? Por que ser gentil com o sacrifício? Basta mostrar-lhe seu lugar!

Tais palavras e a forma como o homem se aproximava dela, enquanto seus olhos ficavam vermelhos como sangue e seu corpo mudava, alertaram-na do perigo. Valéria saiu correndo.

Valéria: (Ele é um deles, eu tenho que sair daqui, ele vai me matar).

O homem sorriu.

- Não é divertido se não houver luta.

Com pouco esforço, ele estava na frente de Valéria e agarrou-a pelo pescoço com uma mão, levantando-a acima da cabeça. Valéria pôde ver que havia uma pulseira em sua mão, com o nome "Saul" e aquele mesmo símbolo de fogo que ela havia visto antes.

Ele apertou a garganta dela e ela começou a sufocar.

Valéria: Me solte, por favor!

Ela suplicou, quase sem fôlego. O homem a jogou no chão com força, o golpe foi muito forte e Valéria se contorceu de dor. Ele tinha toda a intenção de fazê-la sofrer. Seus olhos se encheram de horror quando o homem chegou perto dela e segurou-a pelas bochechas, observando-a.

- Sem dúvida\, você é muito bonita. Seu sangue deve ser delicioso!

Ele mordeu, ela gritou, aquela mordida foi muito mais dolorosa do que a que Santiago lhe causou.

Ele parou e abriu o vestido de Valéria, ela cobriu-se com horror.

-NÃOO!

Ela gritou com todas as suas forças restantes, mas isso enfureceu ainda mais o homem. Ele viu sua oportunidade, levantou-se e correu mais uma vez, mas desta vez estava à beira do abismo.

-Parece que você tem apenas duas opções...

se você aceitar ou não, eu vou me divertir com você e depois te matar, talvez sua morte seja rápida se você vier por conta própria.

Ele estendeu a mão para ela ir em sua direção, mas Valéria não estava disposta a ir, não queria que aquela pessoa a tocasse novamente.

Valéria: (se eu vou morrer, será sob meus próprios termos)

Ela fechou os olhos e se deixou cair.

Saul sorriu por sua determinação e se virou para sair.

Saul: (pelo menos essa tinha coragem, embora seja um desperdício que o gosto do seu sangue seja tão bom).

Valéria não sabia o quão profundo era aquele abismo, ou o que a esperava no final, só sabia que qualquer destino era melhor do que sofrer nas mãos de alguém que a via como se não valesse nada, nem mesmo abriu os olhos, mas não precisava para saber que continuava caindo, seu corpo começou a sentir-se pesado e mais doloroso.

Então, ela parou de sentir o forte vento que friccionava seu rosto, em vez disso, sentiu as mãos de alguém segurá-la, aquele aroma e sensação eram inconfundíveis, e então ela abriu os olhos.

Santiago percebeu que havia caído bem fundo, mal conseguia ver de onde caíra, mas ele fora até lá por ela...

Valéria: (estou alucinando...

Não conseguia distinguir se estava imaginando ou se era real.

Valéria: (mas então, por que à beira da morte é a imagem dessa pessoa que vejo?)

-estou tão cansada.

Com essas palavras, ela dormiu.

Santiago estava furioso, mesmo que soubesse as razões pelas quais ela fugira, e o fato de que a tinha salvo a tempo, ela estava muito ferida.

Bastaram alguns segundos para estar frente a Saul.

Saul: veio atrás de sua namorada? Que fofo, é a primeira vez que você se interessa por elas, pensei que também pudesse me divertir com ela.

Santiago não disse nada, o ar gelou em volta de Saul, congelando-o instantaneamente. Sem hesitar, Santiago destruiu o bloco e Saul junto com ele, agora indo em direção ao seu castelo.

Saul se regenerou imediatamente.

-parece que esta namorada é diferente, devo contar aos outros?... Não importa, mesmo assim ela morrerá!

- - No Castelo de Santiago- -

Ele levou Valéria até o seu quarto, ela tinha vários cortes, nas pernas, mãos, até mesmo no rosto, suas roupas estavam sujas e rasgadas.

Valéria acordou.

Valéria: Não sonhei, você realmente me salvou!, por quê?

Santiago não disse nada, abriu a porta e a colocou na cama, ela reclamou, suas costas machucadas pelo golpe que Saul lhe deu.

Santiago: vou tratar suas feridas, tire sua roupa.

Valéria ficou com medo e envergonhada com essas palavras.

Estou bem, não é necessário, obrigada por me salvar.

Ela se levantou com dificuldade, Santiago a segurou pelo braço. A expressão dela mostrava medo, então ele a soltou.

Santiago: desta vez, não farei nada além de te curar, mas minha cura é feita por toque.

Ele mostrou um exemplo com o ferimento no rosto dela, e Valeria passou a mão no local para verificar que estava completamente curado. Ela se sentiu mal por ter desconfiado.

Valeria: posso tomar um banho antes?

Santiago: tudo bem, mas apenas limpe-se. Tomar banho com todas essas feridas será muito doloroso, e eu preferiria evitar o cheiro do seu sangue. Vou pedir ajuda ao Jef.

Valeria: não é necessário! Estarei bem e posso fazer isso sozinha.

Ela entrou no banheiro e, mesmo com o aviso de Santiago, optou por tomar um banho. Teve que cobrir a boca para não gritar de dor por causa das feridas. Não pôde ficar muito tempo lá, e quando saiu, Santiago estava esperando por ela.

Valeria: Senhor, por que ainda está aqui?

Ele se levantou.

Santiago: não disse que não deveria tomar banho, Valeria?

Valeria: me desculpe, estava muito suja e...

As mãos de Santiago deslizaram pelas costas de Valeria, e seu corpo estremeceu. Ele adicionou:

Santiago: deve ter doído. Deite-se que eu me encarregarei para que não sinta mais dor.

A voz de Valeria soou nervosa.

Valeria: posso me vestir primeiro? Isso é vergonhoso, senhor.

Santiago: pode usar o vestido sobre a cama. Ele é útil o suficiente para te curar e apropriado o suficiente para que não se sinta envergonhada.

Valeria olhou o vestido; era muito fino e claro, era muito semelhante a não ter nada.

-Isso é...

Valeria engoliu em seco, os olhos de Santiago mudaram por uma fração de segundos.

Santiago: Você notou, não foi? Acho que estou prestes a perder a razão por sua causa novamente!

Ele se aproximou para sussurrar.

-Acho que é melhor apressarmos as coisas.

Ela pediu que ele virasse e ele o fez. Valeria vestiu o vestido e sentou-se, cobrindo-se com o lençol.

Santiago deu instruções enquanto tirava o lençol.

-Deite-se e relaxe.

Dito isso, ele sentou-se ao lado da cama para começar a deslizar lentamente suas mãos pelas pernas de Valeria, mesmo que fosse sobre a roupa. Ela não conseguia negar o que estava sentindo por seu toque, cobrindo o rosto para evitar fazer ou dizer qualquer coisa.

Valeria: (Por que o toque dessa pessoa me afeta tanto? É estranho, mesmo que pare de doer onde ele toca, sinto essa sensação que não entendo, mas que me domina. Estou me sentindo estranha de novo.)

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