No dia seguinte, Adrien estava sozinho na mansão, a luz da manhã entrando pelas janelas altas. O silêncio do lugar parecia ecoar dentro dele, mas, em sua mente, o pensamento de Valentina não cessava.
O laço de sangue que os unia pulsava como uma chama invisível, conectando suas almas de maneira intensa e inevitável. Cada batida do coração dela era sentida dentro dele, cada respiração despertava algo há muito tempo adormecido.
ADRIEN (pensando):
Ela é humana, frágil… não pertence à escuridão que me acompanha há séculos.
Mas a vontade de vê-la era mais forte que qualquer raciocínio. Ele fechou os olhos, sentindo o chamado silencioso do vínculo.
ADRIEN (pensando, com tensão):
Mas não aguento mais… preciso falar com ela.
Ele respirou fundo, sentindo a intensidade do laço. Havia apenas uma escolha: aproximar-se, descobrir quem ela era, estar perto dela sem revelar ainda a verdade sobre seu mundo sombrio.
ADRIEN (pensando):
Primeiro, vou observá-la. Conhecê-la de perto, entender… e só depois, quando ela estiver pronta, talvez eu revele.
Um leve sorriso surgiu em seus lábios. Ele sabia que cada passo precisava ser cuidadoso, cada gesto controlado. Valentina não poderia perceber nada agora.
ADRIEN (pensando):
Não posso evitar. Ela é minha… de alguma forma, já é minha.
Com isso decidido, Adrien começou a se preparar para sair, silencioso, elegante, movendo-se entre sombras e luz, pronto para se aproximar de Valentina sem que ela sequer imaginasse quem ele realmente era.
[ NAS RUAS DA CIDADE ]
Algumas horas depois, Valentina caminhava ao lado de Estela pelas ruas tranquilas de Ashbourne, rindo e conversando sobre os detalhes do casamento. Ela parecia leve, despreocupada, absorvida pelo momento e pelas amigas.
Do outro lado da rua, Adrien permanecia nas sombras, encostado discretamente a uma parede. Seus olhos azuis acompanhavam cada movimento de Valentina, cada gesto dela, cada risada. O laço de sangue que os unia pulsava intensamente em sua mente, conectando-o a cada emoção dela.
ADRIEN (pensando):
Ela é ainda mais encantadora do que eu imaginei… viva, verdadeira. Preciso conhecê-la sem assustá-la. Sem revelar nada agora.
Ele respirou fundo, mantendo a calma. Movia-se silencioso, evitando qualquer atenção, mas cada passo dele era preciso, elegante, quase como se flutuasse.
ADRIEN (pensando):
Primeiro, observarei. Depois, me aproximarei devagar. Se ela sentir algo, precisa ser algo natural, sem medo…
Enquanto Valentina e Estela paravam em uma pequena loja para ver flores e decoração, Adrien manteve distância, mas permaneceu atento. Cada movimento dela era absorvido com intensidade, cada sorriso fazia o laço pulsar ainda mais forte dentro dele.
ADRIEN (pensando, com determinação):
Um dia, contarei a verdade. Mas hoje, apenas vou conhecê-la. Apenas… estar perto.
O sol brilhava sobre a cidade, mas ele não sentia nenhum desconforto. Cada passo, cada olhar, era um misto de desejo, curiosidade e cuidado. Adrien sabia que aquele primeiro contato, ainda que distante e silencioso, marcaria o início de algo inevitável.
[ FLORICULTURA ]
FLORICULTURA
Valentina e Estela entraram na floricultura, encantadas com o aroma das flores e a variedade de cores. Havia vasos delicados espalhados por todo o ambiente, e a luz suave que entrava pelas janelas deixava o lugar ainda mais acolhedor.
ESTELA: Olha essas rosas, Valentina! Não são lindas? Acho que combinariam perfeitamente com o casamento.
VALENTINA: São lindas mesmo… e essas tulipas? Acho que podem trazer um toque de delicadeza ao buquê.
ESTELA: Falta escolher só as flores do buquê!
Enquanto elas examinavam as flores, Adrien estava do outro lado da rua, observando discretamente. Vestido de forma elegante, ele entrou na floricultura com passos silenciosos, escolhendo o momento certo para se aproximar sem que Valentina percebesse sua presença como algo estranho ou ameaçador.
Ele se manteve à distância inicial, analisando cada gesto dela, o brilho nos olhos verdes enquanto tocava uma pétala, e a risada leve que escapava quando Estela comentava algo engraçado.
Ele escolheu um vaso próximo ao dela, fingindo examinar as flores, enquanto, em silêncio, continuava observando cada detalhe.
Valentina se inclinava sobre um vaso de lírios brancos, escolhendo os mais bonitos, quando Adrien deu um passo à frente, com um sorriso discreto e elegante. Ele pegou um vaso próximo, como se estivesse apenas apreciando as flores
ADRIEN : Lindos não são? Esses lírios têm algo que transmite delicadeza… quase poética.
Valentina levantou os olhos, surpresa com a voz masculina, mas sem sentir qualquer perigo. Seus olhos verdes encontraram os olhos azuis profundos de Adrien, e ela sentiu, por um instante, como se tivesse notado algo incomum, mas não soube definir.
VALENTINA: Sim, são realmente lindos… Eu estava tentando escolher alguns para o meu casamento.
Adrien inclinou levemente a cabeça, mantendo o sorriso suave, como se estivesse interessado, mas sem exageros.
ADRIEN: Ah… um casamento. Deve ser um momento muito especial. Posso imaginar como deve ser encantador escolher as flores certas para um dia tão importante.
VALENTINA: É sim… mas é difícil decidir! Cada flor parece ter seu próprio charme.
Ele se aproximou um pouco mais, mantendo uma postura natural, sem se impor, mas aproveitando a proximidade.
ADRIEN: Talvez eu possa ajudá-la… ou pelo menos dar uma opinião neutra. Às vezes, um olhar de fora ajuda a decidir.
Valentina sorriu, sentindo-se à vontade. Havia algo nele que transmitia segurança e gentileza, mesmo que ela não pudesse explicar por quê.
VALENTINA: Ah, obrigada… claro, qualquer opinião será bem-vinda.
Adrien olhou para o vaso de lírios que ela segurava, fazendo comentários sutis sobre cores e combinações, sempre educado, sempre próximo, mas sem jamais tocar diretamente no mundo que ela desconhecia.
Enquanto conversavam, Adrien sentiu o laço pulsar ainda mais forte, mas agora havia algo a mais: ele não apenas observava, ele interagia, de forma sutil e natural, iniciando a primeira conexão real entre eles, sem que Valentina sequer suspeitasse da intensidade do que acabara de acontecer.
Valentina segurava um buquê de lírios e tulipas, comparando cores, enquanto Adrien permanecia ao lado, oferecendo opiniões discretas e educadas. Ele apontava combinações harmoniosas, sempre com gentileza, sem jamais soar invasivo.
ADRIEN: Esses lírios combinam bem com essas tulipas. A delicadeza deles juntos traz um equilíbrio muito bonito.
VALENTINA: Verdade… gostei da sua opinião. Não esperava que um olhar de fora pudesse ajudar tanto.
Enquanto falavam, Estela se aproximou, examinando outros vasos.
ESTELA: Valentina, olha essas rosas! Não acha que elas dariam um toque de elegância ao buquê?
VALENTINA: Humm… talvez, mas preciso que o buquê seja delicado. Não quero exageros.
Adrien inclinou levemente a cabeça, olhando novamente para os arranjos.
ADRIEN: Talvez um toque das rosas, mas de forma sutil, apenas para realçar as cores que você já escolheu. Algo discreto, mas que chame atenção.
Valentina sorriu novamente, surpresa com a percepção dele. Havia algo natural e agradável na forma como ele se aproximava das escolhas dela.
VALENTINA: Você realmente entende de combinações.
ADRIEN: Apenas gosto de observar detalhes. E gosto de ajudar quando posso.
Para Valentina, Adrien era apenas um homem gentil e interessante, alguém que aparecera naquele momento para compartilhar uma atenção inesperada. Para Adrien, cada instante era precioso, a oportunidade de conhecê-la, de observar seu jeito único, de sentir o laço pulsando silenciosamente entre eles.
Quando finalmente Valentina segurou o buquê que achou perfeito, Adrien sorriu discretamente, satisfeito com o resultado, mas principalmente com o tempo que passaram juntos.
Enquanto segurava o buquê que escolheu, Valentina olhou para Adrien com curiosidade.
VALENTINA: Ah, antes que eu esqueça… qual é o seu nome?
Adrien sorriu levemente, elegante e calmo.
ADRIEN: Adrien Duvall. E você é…?
VALENTINA: Valentina Sinclair. E essa é minha melhor amiga, Estela.
Estela sorriu e acenou, animada.
ESTELA: Oi! Prazer em conhecer você.
Adrien olhou para Estela com um sorriso contido, educado, sem perder a compostura.
O clima ficou leve e natural. Valentina sentiu-se confortável com a presença dele, e Adrien aproveitou para observar o jeito espontâneo dela, cada sorriso, cada gesto delicado com as flores.
ADRIEN (pensando):
Ela é fascinante… mais do que eu imaginava. Preciso me manter próximo, mas discreto.
Eles continuaram escolhendo flores juntos, conversando casualmente, e a presença de Adrien se tornou algo natural, quase como se ele já fizesse parte daquele momento, sem que Valentina suspeitasse da intensidade do vínculo que existia entre eles.
VALENTINA: Sabe… você é novo na cidade, não é? Nunca tinha te visto por aqui antes.
Adrien ergueu levemente uma sobrancelha, mantendo o sorriso elegante e calmo.
ADRIEN: De certa forma, sim. Acabei de me mudar para cá… digamos que gosto de lugares tranquilos, e Ashbourne parece perfeito para isso.
Valentina sorriu, satisfeita com a resposta, mas ainda curiosa.
VALENTINA: Entendi… eu moro aqui desde pequena.
Adrien assentiu, mantendo o tom casual, mas atento a cada gesto dela.
ADRIEN: Conhecer pessoas novas sempre traz algo interessante. E você, Valentina, parece gostar muito desta cidade.
VALENTINA: Sim, é pequena, mas charmosa.
Estela sorriu, observando a interação com leve diversão, sem perceber a intensidade do olhar de Adrien sobre Valentina.
Eles continuaram escolhendo flores, conversando de forma natural, e Valentina começou a sentir uma estranha simpatia pelo homem que parecia tão misterioso, mas gentil e interessado de verdade.
Depois de alguns minutos escolhendo flores e combinando cores, Valentina finalmente segurou o buquê que achou perfeito. Ela olhou para Adrien com um sorriso sincero.
VALENTINA: Acho que é esse! Obrigada por me ajudar… suas opiniões realmente fizeram diferença.
Adrien inclinou levemente a cabeça, mantendo o sorriso elegante.
ADRIEN: Fico feliz em ajudar. O buquê ficou realmente bonito… combina com você.
Valentina corou levemente, surpresa com o elogio, mas sorriu, sentindo-se à vontade com a presença dele.
VALENTINA: Obrigada… foi gentil da sua parte.
Estela se aproximou, pegando algumas flores para conferir, e brincou:
ESTELA: Olha só, Valentina, até Adrien tem bom gosto! Acho que ele vai virar nosso consultor oficial de flores!
Adrien sorriu discretamente, sem se ofender, apenas observando Valentina com atenção.
ADRIEN: Kkkk se eu puder ajudar mais vezes, será um prazer.
Valentina deu um leve aceno de cabeça.
VALENTINA: Combinado. Foi um prazer conhecer você, Adrien.
ADRIEN: O prazer foi meu, Valentina.
Eles se despediram com sorrisos gentis, e Adrien saiu da floricultura de forma elegante, mantendo a postura natural e discreta.
Enquanto caminhava pela rua, ele refletia:
ADRIEN (pensando):
Um passo de cada vez… ela ainda não faz ideia do que a espera. Mas agora já começou.
Do lado de dentro, Valentina voltou a organizar suas flores com Estela, sentindo-se estranhamente bem, como se aquele breve encontro tivesse deixado uma impressão leve, mas marcante, em seu dia.
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Atualizado até capítulo 23
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