● 03 ●

— Então, o que vai pedir? — pergunta Aidan, olhando o cardápio.

— Só uma salada! — Fecho o cardápio que estava comigo, e Aidan ri de um jeito debochado.

— O que foi? — pergunto.

— Isso é vergonha? Se for, não precisa ter. Te trouxe aqui para gente comer mesmo! — Aidan volta a olhar seu cardápio.

— Não é vergonha! Eu realmente como pouco... pergunte à minha mãe — digo.

— Então tá — ele diz, e logo chama o garçom.

— Olá, boa noite! O que vão querer? — pergunta o garçom gentil.

— Eu vou querer um sanduíche vegano, e ela quer uma salada — Aidan sorri gentil para o moço que anotava tudo em um papelzinho.

— Ok, já trago o seu pedido. Licença! — Ele sai.

— Vegano? — pergunto, surpresa.

— É... prefiro ver os animais vivos do que mortos em seu prato! E sem contar que verduras são bem mais saudáveis, não é mesmo? — ele diz.

Assinto, um pouco sem jeito. Eu como carne sem me importar com os animais... kkk, rindo nervosamente.

Passam-se dois minutos, e os nossos pratos chegam. Pego o garfo, pego uma porção da salada e coloco na boca. Meu Deus, é a salada mais ruim que já comi em toda a minha vida! Pego a taça que estava com água e vou comendo a salada e engolindo junto com a água.

O sanduíche do Aidan parece estar bom... Ah, mas é vegano, deve ser nada bom, só folhas.

Acabo minha salada com a ajuda da água. Percebo que Aidan já havia acabado e está me olhando. Que cara estranha!

— O que foi? — pergunto para ele, que desvia o olhar para o seu relógio.

— Não posso te olhar? — Ele volta a me olhar.

— A... eu fico um pouco desconfortável com isso... — digo, e ele para de me olhar e fixa a atenção em outros lugares.

— Quero uma bebida. Você quer? — Aidan pega o cardápio de bebidas.

— Sim, um suco de frutas de melancia! — digo.

Aidan guarda o cardápio e me olha.

— Tava me referindo a bebida com álcool — ele diz, sério.

— Você está dirigindo. Não vou deixar você beber. Depois que você chega na sua casa, bebe e sai de carro... Tenho minha mãe para me cuidar. Estou nova demais para morrer — digo.

Ele não diz nada e chama o garçom.

— Se você pedir, eu vou embora. Pego um táxi e não saio mais com você! — digo, começando a ficar irritada. Odeio gente teimosa. Ele continua calado.

— O senhor quer a conta? — pergunta o garçom.

— Não! Me traga dois sucos de frutas de melancia, por favor — Aidan diz.

O garçom assente e sai.

— Se quiser ir embora, vá. As pernas são suas. Não estou te obrigando a ficar aqui comigo — ele diz.

Olho para ele com uma cara de não estar acreditando nisso.

— Você é um idiota! — Tiro o guardanapo do meu colo e jogo na mesa, e saio da mesa. Mas ele é mais rápido e segura meu braço de leve.

— Desculpa... é que você me fez lembrar de uma coisa, e acabei descontando em você. Me desculpe mesmo — ele diz.

Reviro os olhos.

— Tanto faz! Agora não quero mais suco, não! — digo.

Aidan chama o garçom e cancela os sucos e paga o que pedimos. Saímos do restaurante, e Aidan pega a chave do seu carro. Ele abre a porta para mim, e quando eu entro, reviro os olhos. Ele entra no outro lado.

Seu celular vibra, e ele olha e depois desliga. Aidan liga o carro e coloca o cinto de segurança.

— Vamos para minha casa! — ele diz.

Arregalo os meus olhos.

— Eu não quero ir para lá. Eu tenho casa para que? — pergunto, levantando-me um pouco no banco.

— Senta direito! — ele diz com um tom de voz autoritário.

— Eu vou sentar a minha mão na sua cara se você não me levar para MINHA CASA, porra! — digo, já de saco cheio.

— Achava que você era calma, mas pelo visto não. É estressada! — ele diz, sem tirar a atenção da rua.

— Sua casa está cheia de polícia — ele diz.

— Mais um motivo para eu ir para lá e ver se minha mãe está bem — respondo.

Ele fica calado. Dá uma raiva disso.

Ele entra em um condomínio muito chique, só tinha casas bonitas e grandes.

— A sua mãe está bem. Ela me disse que está tarde, então é melhor ir para minha casa mesmo — ele diz.

Reviro os olhos. É bem a cara da minha mãe falar isso também se.

Ele para o carro em uma garagem grande, com mais três carros. Ele desce, e eu também. Ele dá a volta para abrir a porta para mim, mas eu já havia descido.

Ele assente e diz um "Ok, vamos?" E logo fomos entrando. Sua casa estava toda escura. Aidan acende a lanterna do seu celular, e eu me deparo com uma escada grande. Ele pega na minha mão, e subimos.

Entramos em um quarto, e eu percebo que é o dele. Meu Deus, deu até vergonha do meu. O quarto dele é grande e bem arrumado. Vejo que tem uma prateleira de livros, um toca-discos e um frigobar.

— Lá atrás é o meu closet. Pega uma blusa minha. Na segunda gaveta, tem calcinhas dentro do saquinho — Aidan aponta com o dedo indicador para mostrar onde é e logo sai.

Eu vou junto. Aidan pega só uma cueca e uma calça da Adidas. O mesmo ia saindo, mas o chamo.

— Onde eu vou dormir? — pergunto.

Ele me olha com um olhar de não estar acreditando nisso.

— Não está óbvio? — Aidan abre os braços em volta da sua cintura e palma da mão.

— Tá! E você? — pergunto.

Aidan sai, e eu vou atrás dele.

— Eu vou dormir em outro quarto — diz, parado na porta, pronto para fechar.

— Ou você quer que eu durma aqui? — pergunta.

— Hum, tanto faz — digo, sem pensar. — Quero dizer, é melhor você ir dormir no outro mesmo — digo com um sorriso falso.

Ele sai, fechando a porta, e eu paro de sorrir e vou até lá e tranco a porta. Pego a blusa e o saquinho e vou para o banheiro. Tomo um banho quente e, depois, saio e deito na sua cama grande e macia.

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