● 02 ●

Acordei com o sol batendo nos meus pés, queimando-os. Logo, a porta se abre com força e eu pulo de susto. Vejo que é minha mãe com um sorriso enorme.

Pego meu celular e vejo as horas. Faltam dez minutos para eu abrir a cafeteria.

— O que foi, mãe? — pergunto com a voz ainda sonolenta.

— Meu futuro genro está aqui! — ela diz sorrindo.

Como assim futuro genro? Quem?!

— Eu nem namoro, como você tem genro? — pergunto com os olhos fechados e morrendo de sono.

— Ah, Mariana, deixa de ser lerda, vou chamar ele aqui! — ela sai e eu rio das últimas palavras dela.

— Isso é hora de estar dormindo? — essa voz... não pode ser! Minha mãe não é louca de trazer o G.D.C. para dentro do meu quarto, que está uma bagunça. Que vergonha!

Rapidamente, cubro minha cabeça com o edredom.

— É... oi — falo morrendo de vergonha e descubro minha cabeça, deixando apenas os olhos de fora.

— Oi — ele sorri, e esse sorriso é o mais fofo e lindo que eu já vi.

— Você pode esperar lá na sala? Eu estou de pijama e meu cabelo está todo desarranjado.

Ele assente e sorri, de braços cruzados.

— É claro! Mas você vai levantar mesmo ou vai continuar na cama?

— Eu vou levantar porque vou ajudar minha mãe a abrir a cafeteria — digo, já morrendo de calor debaixo do edredom.

— Mariana? Esqueceu que hoje é sábado? Hoje está fechado! — Juliana diz, e eu sorrio morrendo de vergonha.

Ah, por isso que ontem estava cheio... nem tinha reparado.

— Ela é muito lerda, não liga — digo.

— Ah, hahaha, é mesmo, né? — G.D.C. sai do meu quarto rindo junto com minha mãe.

Eu me levanto, fecho a porta e pego minhas roupas. Vou para o banho e faço minhas necessidades.

Saio do banheiro e desço para a sala. Não encontro eles e vou para a cozinha. Ambos estão rindo, e, como sempre, ele está tomando café.

— Gostei do apelido que você me deu! — ele diz, e eu fico sem entender.

— Ahn? — digo olhando para ele.

— Você é lerda mesmo! Sua mãe me disse que você me chama de "garoto do café". Eu gostei!

Engasgo com o café que estava tomando e olho para minha mãe, que desvia o olhar para a parede.

— É que eu não sei o seu nome, não é óbvio? Por isso que te chamo assim — digo, sentindo que fui um pouco grossa.

— Ok, eu me chamo Aidan, Aidan Gallagher! — ele diz com um tom de voz calmo. Gente calma me estressa.

— Tá... eu me chamo Mariana, prefiro Mari! — ele sorri amigável.

— Ok... já que já se conhece, agora eu vou sair — diz minha mãe Juliana.

Ela me deixa um beijo no rosto e sai antes mesmo de eu perguntar para onde ela vai.

— Vamos ficar ali na sala? — digo, e ele assente.

— Primeira as damas! — ele coloca uma mão para trás e a outra na ponta, e eu me sinto poderosa agora.

Me sento no sofá e coloco uma almofada no meu colo, e ele faz a mesma coisa.

— Já que eu te chamei para sair, vou te levar em um lugar — ele diz.

Arregalo meus olhos. Será que...? Mas ele não tem cara disso. As aparências enganam, né, Mariana?

— Relaxe, não vou fazer nada com você, não, Deus me livre tocar em uma mulher sem a permissão dela.

— Que fofo! — digo.

— Ok, então! Mas me diz, você namora? — uma das perguntas que eu mais queria saber a resposta.

— Se eu estivesse namorando, não teria te chamado para sair — ele diz, levantando uma das sobrancelhas.

Grosso! Porém, verdade.

— Eu sou muito fiel quando estou namorando. Você acha que eu vou machucar mulheres? Jamais! Meu pai me criou para ser um homem e não um moleque!

Fico sem saber o que dizer depois disso.

— Desculpa se isso te afetou. Foi... só uma pergunta! — digo olhando e mexendo em minhas unhas.

Ele pega na minha mão e chega perto de mim. Meu coração começa a bater mais rápido. Ele é bem mais bonito de perto.

Ele passa meu cabelo para trás da minha orelha e olha em meus olhos. O mesmo olha para minha boca, e a gente inicia um beijo, um beijo lento....

Saio do meu mundo da lua com ele estralando os dedos na minha frente. Começo a rir. Não é possível que eu já estou pensando em beijá-lo novamente.

— Tá rindo do que? Eu já disse que desculpo você, mas isso não tem graça — Aidan diz, completamente confuso.

— Desculpa! Lembrei de uma coisa — minto.

Claro que eu não vou dizer isso. Imagina, tadinho, ia ficar igual a um pimentão.

— Ok, vou ter que ir. Fica pronta às sete horas, ok? — assinto, e ele sorri e sai às pressas.

Concerteza ele me achou louca.

Ligo para a Bruna, já que minha mãe saiu e não há mais ninguém para conversar. Logo depois, ela chega, e ficamos conversando e rindo igual a duas hienas. Falei para ela sobre o "Aidan Gallagher", e ela ficou tão feliz, parece minha mãe. Meu Deus!

Depois, a mesma foi embora, e minha mãe chegou. Ela comprou um vestido e perguntou que dia eu ia sair com o Aidan. Disse a ela.

Já estava tomando banho. Depois, saio e pego o vestido que minha mãe comprou. Não gostei. Tem muito decote nos seios, coisa que eu não tenho.

Pego um meu mesmo que tampa bem meus seios... que seios, Mariana? Sou mais reta que uma tábua. Vida triste!

Coloco um tênis que combina com o vestido e porque também não gosto de salto. Última vez que fui usar, meus pés ficaram doendo. Prefiro tênis, é mais confortável e esconde meu pé.

A Bruna mesmo, quando vê meu pé, fica falando que é pequeno, que parece aqueles pãezinhos. Minha própria melhor amiga zoando meu pé!

Passo uma maquiagem leve e desço para a sala.

— Filha, como você está linda! Mas por que não colocou o vestido que eu comprei? — minha mãe diz ao me ver descendo as escadas.

— Tinha muito decote nos seios, coisa que eu não tenho — termino de falar, e a campainha toca.

Minha mãe vai toda animada e abre a porta. Entra ele, Aidan Gallagher. Ele estava tão lindo! Ele me olha de cima a baixo com um sorriso de lado, e vou até ele.

— Oi... você está belíssima! — Aidan diz, chegando perto de mim, e o mesmo sorri.

— Oi, você também está lindo — digo.

— Vamos? — assinto.

— Divirta-se! — minha mãe diz com um sorriso enorme.

Saímos de casa, e vejo que ele tem um carro, uma bmw320iM. Que chique!

Ele abre a porta para mim, e eu entro. Depois, ele vai para o outro lado.

— Você gosta de música? Se quiser, pode colocar aí no carro. O Bluetooth é car.media — ele diz.

Então, pego meu celular e coloco as músicas no carro. Aidan dá à partida, e ele estava curtindo meu tipo de música.

Depois de um tempo, chegamos a um restaurante muito chique. Saímos do carro, e ele entrega a chave para o porteiro. Aidan faz um gesto com o braço para mim pegar, e eu sinto que ele é muito cavalheiro.

— Uau... que... quero dizer, que lindo — gaguejo, e ele sorri.

O hostess nos acompanha até a mesa, e Aidan puxa a cadeira para eu sentar. Depois, ele vai para a dele.

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