O olhar da Lua

Sinto a luz do nascer do sol bater em meu rosto, abro os olhos devagar e vejo que não estou sozinha. Tommy me olha com um sorriso carismático.

- Está com fome? - ele pergunta e fecho os olhos novamente - Sabe que não vai conseguir me ignorar não é?

- Não estou ignorando você! - respondo.. - só estou... - dou um longo bocejo - cansada, acho que dormi muito tarde, nem vi quando peguei no sono.

Ele dá uma risada, olho para ele que logo me entrega um prato com um misto quente e um refresco.

- Aqui, coma isso, logo o Johnny está aqui para treinar você. - ele avisa e começa a sair .

- Vou treinar com ele ? - pergunto.

- Não se preocupe, ele não morde - ele coloca a mão no seu queixo - bom, eu acredito que não!

Ele sai acenando com uma das mãos e sorrio de seu comentário, volto minha atenção para o misto quente que ele me trouxe, desde o começo Tommy foi muito gentil comigo. Me levanto e estico meu corpo, depois pego o livro e levo comigo para o quarto, entro para meu quarto e coloco o livro no criado mudo, fecho a porta e vou para o banho, sinto que meu cabelo está ficando cada vez menos cacheado, suspiro e o lavo, depois faço um coque solto e saio do banho. Vou até o lado de fora e vejo Johnny com duas armas grandes, caminho até ele que me olha sério, acostumada com sua expressão apenas o sigo, vamos até a montanha onde ele costuma treinar e ele começa a preparar as coisas.

- Johnny, preciso te falar uma coisa, - começo e ele para para ouvir o que tenho a dizer. - O Ravy, ele...

- Espera! - ele fala. Olha para os lados vendo se estava tudo limpo. - Continue.

- Ele é o traidor!

- Isso é improvável, ele é o braço direito do Chefe. - Johnny diz voltando atenção para as armas.

- Ele me ameaçou, ontem a noite - começo a falar e assim que ele acaba de arrumar as armas ele fica em mim. - Ontem não consegui dormir, então decidi ir até a biblioteca, mas enquanto eu estava procurando o Ravy me puxou para uma parte escura da parede e disse que se eu me metesse novamente em seus planos... - Faço uma pausa - Ele garantiu que me mataria.

Johnny leva um tempo para assimilar tudo, por um momento ele parece estar frustrado, mas logo ele se aproxima de mim e levanta meu queixo para que eu o olho.

- Ele seria estúpido se tentasse algo contra você! - ele diz quase formando um sorriso em seu rosto. - EU MESMO o mataria.

Eu encaro-o e sinto o meu coração acelerar com a nossa proximidade, Johnny tem um perfume maravilhoso, por um momento ficamos cada vez mais próximos até que ouvimos um barulho. Johnny pega as armas e dá-me uma.

- Não baixe a guarda! - ele avisa.

O barulho parece estar cada vez mais próximo de nós, olho para cima e Johnny para a esquerda, depois olho para a direita e então para a frente, dou um tiro. E Johnny e eu escondemos-nos, Johnny corre até algumas folhagens e se esconde, podendo se camuflar melhor. Eu corro até um lago próximo e me escondo dentro dele, espero paciente não deixando nenhum detalhe passar.

Ouço passos e então mergulho me escondendo em baixo da água, sem fechar os olhos vejo Ravy, e o Josh, "O que eles estão fazendo?" Penso comigo mesma, Josh parece irritado com Ravy por algum motivo que desconheço, não consigo escutar muita coisa, e eles não demoram a sair, assim que eles saem demoro mais um pouco e então volto a superfície e respiro fundo. Saio sorrateiramente da água e vou para trás de uma das árvores, tento me aproximar mais um pouco e então vejo onde Johnny está escondido, como se soubesse o que eu estava prestes a fazer Johnny faz que não com a cabeça. E apenas observa.

- Se eu souber que você está do lado do inimigo eu mesmo matarei você! - Josh diz irritado pegando Ravy pelo colarinho.

- Relaxa colega, até porque você vai precisar de provas e até você conseguir pode ser tarde. - Ravy diz com um sorriso de canto. - Eu nunca faria nada para prejudicar a equipe.

- Frio como sempre não é? Babaca! - Josh diz o soltando. - Acho bom não trair o chefe, eu nunca perdoaria você por isso!

Josh sai andando em direção a mansão da nossa equipe, enquanto Ravy apenas sorri olhando seu colega saindo e o segue, depois que a área fica limpa e não escutamos mais seus passos, eu e Johnny saímos do nosso esconderijo.

- Eu avisei! - falo olhando para Johnny que dá de ombros.

- Vamos ter que encerrar o nosso treino, precisamos voltar e observar o que aconteceu. - ele diz e então caminhamos de volta à mansão.

Chegando na mansão Johnny e eu entramos e então ele vai para o seu quarto, Tommy vem sorridente e me puxa.

- Preciso te mostrar uma coisa, vem comigo lá pro jardim? - ele pergunta, olho para ele e vejo que ele está muito animado, não poderia negar seu pedido simples.

Caminhamos até o Jardim e ele sai a correr na frente, dou um leve sorriso, "parece uma criança querendo mostrar algo" penso, logo ele para e se agacha, quando chego ele levanta-se com um pequeno buquê de flores na mão.

Vejo seu sorriso tímido ao me olhar e então ele entrega o buquê para mim, olho para ele surpresa e ele sorri calorosamente; eu pego seu buquê e sinto o cheiro das flores que ele colheu, ele se aproxima de mim com o sorriso ainda em seu rosto.

- Você gostou? - ele pergunta e eu afirmo, ele desvia o olhar para o céu azul. - esses dias estão bem tensos, eu e os outros sabemos lidar com isso, mas não parece está sendo fácil para você, sei que ainda não confia em mim apesar de eu mostrar que pode, mas espero poder ser seu amigo logo.

Sorrio e observo ele por mais alguns minutos.

- Obrigada Tommy, fico feliz que queira minha amizade! Eu amei as flores que colheu para mim.

Ficamos ali por um tempo, nos sentamos na grama e ficamos a olhar as nuvens, eu precisava disso, não queria sair daquele momento nunca. Após relaxar um pouco, nós levantamos-nos e caminhamos um pouco pelo local Tommy brinca se pendurando em algumas árvores.

- Sabe...- ele diz descendo da árvore e se colocando ao meu lado. - No início eu achei que os outros iriam matar você a todo momento, assim que chegasse na mansão.

- Você é bem sincero e direto - falo surpresa com brincadeira na voz.

Ele me olha e sorri.

- Desculpa, não sou acostumado a falar com garotas, - ele diz. - estou feliz por aceitarem você. - andamos mais um pouco e paramos na porta da mansão.

- Obrigada pelas flores Tommy, eu adorei elas. - sorrio e ele fica vermelho de vergonha.

- Na... Não precisa agradecer, que bom que você gostou! - ele diz mechendo em seu cabelo.

Assim que entramos ele vai para a cozinha, e eu me sento na poltrona. O Nathan desce as escadas e dá apenas uma olhada para mim e para as flores, sem dizer nada ele vira o corredor a direita e vai para seu escritório onde fica horas, Josh logo entra na sala e me vê.

- Aylla... - ele me chama e eu o olho sem expressão. - bom, podemos conversar um pouco? - ele fala sem jeito.

- Não sei! - respondo me levantando. - Vai me acusar de algo que eu não fiz?

- Sei que peguei pesado com você, mas não posso me dar ao luxo de arriscar a vida dos outros. - ele responde sério.

- Hum, acho melhor essa conversa ficar para outro dia - falo pegando as flores que Tommy me deu.

- Por favor? Me dá uma chance de me redimir.

- Você não me deu chance alguma de me explicar! - Falo olhando fixamente em seus olhos. - Mas okay, vamos.

E novamente volto para fora da casa, acompanho Josh e então ele para e eu paro atrás dele.

- Sei que não devia ter falado aquelas coisas com você, e sei que fui rude, mas... - ele pausa, anda mais um pouco e pega uma caixa média e se vira para mim. - queria me desculpar de alguma forma, então espero que goste.

Ele me entrega a caixa e sinto ela um pouquinho pesada, e logo ouço um latido, olho para ele que sorri, coloco a caixa no chão e a abro. Olho para ele e sorrio.

- Que lindo filhote Josh,- me agacho para pegar o cachorrinho no colo e me levanto em seguida. - onde você o encontrou?

- Estava na montanha, provavelmente perdido, eu dei uma olhada nele para ver se não tinha alguma câmera escondida ou coisa do tipo, bom, nunca se sabe. - ele diz sem jeito.

- Muito obrigada, eu gostei muito dele. - Falo com sinceridade e ele sorri timidamente.

- Eu... Hum... Que bom que gostou, preciso ir, tenho uns trabalhos a serem feitos - ele diz me olhando mais uma vez antes de sair.

Entro com o filhote e as flores e vou para o quarto, coloco as flores em um vaso em cima do criado mudo próximo à cama e sento-me no chão com o meu novo companheiro. "Qual nome posso dar para você?" Penso comigo mesma.

- Que Tal... - penso por uns instantes - Rexy Não, hum... Já sei, - digo a olhar para o cachorro que me olha curioso. - Samy! É parecido com o nome do meu pai, o que você acha?

Samy abana o rabo e dá um latido.

- Que bom que gostou, esse é seu novo lar, Samy, seja bem vindo!.

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