— Oppa… — ela murmurou baixinho, lembrando do que tinha falado.
Ele deu um sorriso discreto.
— Tá me chamando de oppa também agora, é?
Ela engoliu em seco, corando.
— Desculpa… não queria… é automático…
Ele riu baixo, balançando a cabeça.
— Relaxa, não tem problema. O importante é não me chamar de oppa na frente de todo mundo no morro, senão o povo vai achar estranho.
— Tá bem… — ela disse baixinho, sentindo o rosto quente.
Ele deu um sorriso quase imperceptível.
— Agora dorme, boneca. Amanhã tem um dia diferente esperando você.
Na manhã seguinte, Japinha entrou no quarto, todo animado.
— Acorda, irmãzinha! Hoje eu vou te levar pra conhecer o capinho! Tem jogo rolando, primeira vez que você vai ver a molecada jogando bola.
Naerin pulou da cama, ainda sonolenta.
— Oppa… será que eu vou conseguir acompanhar?
Japinha riu.
— Relaxa, tu vai amar. E não se preocupa, eu vou ficar contigo o tempo todo.
Eles desceram juntos e encontraram Terror já esperando.
— Bora? — ele perguntou, ajeitando a corrente. — Hoje você vai conhecer como a galera joga por aqui.
Quando chegaram, o capinho já estava cheio de crianças correndo e chutando a bola. Naerin arregalou os olhos: nunca tinha visto nada assim, tanta energia, risadas e gritos.
— Oppa… é muita gente! — disse, segurando a mão dele.
— Relaxa… — respondeu ele, sorrindo de canto. — Você vai se acostumar rápido.
Logo, algumas crianças perceberam a novidade e correram até ela.
— Ei, você é nova aqui? Quer jogar com a gente? — gritou um garotinho.
Naerin sorriu, ajoelhando-se para ficar na altura deles.
— Sim! Eu quero! — respondeu, rindo.
Em segundos, mais crianças começaram a rodeá-la, mexendo no cabelo dela, tocando as roupas. Ela caiu na gargalhada, completamente surpresa.
— Oppa… sofri um ataque de fofura! — disse, rindo alto.
Terror cruzou os braços, observando com um sorriso discreto.
— Novidade… alguém de outro país no capinho. — disse, para o moreno que estava ao lado, Abel.
O moreno olhou e sorriu.
— essa é a irmã do Japinha?— perguntou, divertido.
Japinha riu, dando tapinhas no ombro do amigo.
— Sim! Ela veio da Coreia.
— Prazer, sou Abel — disse o moreno, estendendo a mão.
Naerin riu, apertando a mão dele.
— Prazer… hihi.
As crianças começaram a pedir que ela aprendesse a jogar, então ela se juntou a elas. Errava passes, tropeçava, ria de si mesma. Os meninos riam da inocência dela, mas ela não se importava; estava se divertindo como nunca.
Enquanto isso, Terror e Abel ficaram de fora, observando. Japinha brincava com a irmã, explicando regras e dribles básicos.
— Agora deixa ela, crianças — disse Japinha, rindo, vendo Naerin correndo atrás da bola.
— Sofri um ataque de fofura — ela repetiu, gargalhando.
Abel olhou pra ela e comentou:
— Olha só… uma coreana jogando bola na favela. Isso sim é novidade.
Naerin arregalou os olhos e riu, sem jeito.
— É… parece que eu virei notícia aqui, né?
Fernanda, uma menina simpática da favela, aproximou-se.
— Ouvi dizer que na Coreia não é comum ver os homens assim… né? — perguntou, sorrindo.
— Realmente… — respondeu Naerin, rindo tímida. — Tudo é diferente lá.
— Prazer! Sou a Fernanda, mas pode me chamar de Feh. — a menina disse, abrindo o sorriso.
— Ahh, prazer…kim Naerin — respondeu, ainda rindo.
— Como você sabe que eu sou irmã do Japinha? — perguntou Naerin, surpresa.
— Você virou notícia! Todo mundo quer ver a coreana que veio da Coreia! — Fernanda disse, piscando.
As duas começaram a conversar, trocando risadas e curiosidades sobre o país dela e o jeito da favela. Naerin se sentiu confortável, começando a perceber que aquele mundo podia ser divertido também.
O jogo começou. Os meninos chutavam a bola com força, alguns se empolgavam, outros tentavam dribles que nem sempre davam certo. Japinha e Abel estavam lá, observando. Abel tirou a camisa para se refrescar, e Terror também, ambos exibindo a musculatura. Naerin ficou vermelha, tentando disfarçar o calor que sentiu ao ver aqueles corpos era algo totalmente diferente do que ela estava acostumada na Coreia.
Fernanda se aproximou dela novamente.
— Viu? Não é comum ver isso na Coreia, né?
— Realmente… — ela riu de novo, cobrindo o rosto. — Diferente demais!
Enquanto isso, Japinha roubou um beijo rápido da Fernanda, fazendo Naerin arregalar os olhos.
— Hã… você já conheceu minha namorada… — ele comentou, sorrindo.
As crianças voltaram para ela, pedindo ajuda para aprender a jogar. Ela tentou passar a bola, mas errava quase tudo, e todos riam da maneira desajeitada dela.
Terror se aproximou para ajudar.
— Vai, mostra como se chuta — disse, entregando a bola.
Naerin respirou fundo, chutou com força e… gol! A bola bateu na trave e entrou. Ela pulou de alegria, rindo alto, e, por impulso, abraçou Terror.
Ele riu, firme e surpreso.
— Hahaha… calma, boneca, você vai me esmagar!
Ela corou, afastando-se rapidamente, mas sorrindo como nunca.
— desculpa… — disse timidamente.
— Relaxa, só não me quebra, hein — respondeu ele, ainda rindo.
E ali, no meio da quadra do morro, com crianças correndo, risadas ecoando e o sol batendo, Naerin finalmente começou a se sentir em casa. A favela, antes assustadora, agora parecia um lugar cheio de vida, calor humano e pequenas surpresas algumas fofas, outras inesperadas, mas todas memoráveis.
Me sigam no Instagram💜
@Fake_evyx
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 46
Comments
Fernanda Santiago
Necessito de mais capítulos.
2025-10-02
0