Cap. 5

Laura sentiu o rosto esquentar, mas sustentou o olhar dele, e um sorriso tímido surgiu em seus lábios, até que ela olhou para frente.

_ E você vai ou não vai me dizer para onde estamos indo? Ela perguntou voltando a um assunto anterior.

_ Você confia em mim? Rafael devolveu a pergunta encarando Laura.

_ Não muito... Laura respondeu rindo.

_ Ótimo, porque assim fica mais emocionante.

Ele deu um puxão leve na mão dela, e os dois seguiram. Laura sentia uma agitação nova no peito, mas não conseguia dizer se era pelo ritmo apressado da caminhada ou pelo jeito como Rafael, olhava para ela de lado, com aquele sorriso perigoso e ao mesmo tempo carinhoso.

De repente, ele parou em frente a um edifício. O gesto foi tão brusco que Laura quase esbarrou nele.

_ É aqui? Ela perguntou sabendo que ele morava ali..

_ Você queria ar fresco… Rafael deu de ombros. _ Mas eu conheço um lugar melhor que o quintal da festa ou ficar andando sem rumo.

Laura cruzou os braços, fingindo avaliar o que ele disse

_ Parece uma desculpa barata para me levar para o seu apartamento…

_ E se for? Ele foi suncero abrindo o portão. _ Mas se você não quiser entrar, eu entendo e claro, podemos ir para outro lugar…

_ Eu quero… Laura respondeu, mas não conseguiu segurar o sorriso nervoso.

_ Então vamos...

O elevador tinha acabado de sair do térreo, então eles subiram as escadas correndo como dois adolescentes que conspiravam contra o mundo, tentando abafar as risadas que escapavam entre um olhar e outro. A tensão crescia em cada andar vencido. Quando Rafael finalmente abriu a porta e a deixou entrar, Laura sentiu o frio na barriga aumentar.

O apartamento de Rafael tinha cheiro dele,  e era bagunçado na medida certa, com livros abertos sobre a mesa, um par de tênis largados perto do sofá e uma jaqueta esquecida na poltrona. A cena tinha algo de íntimo, e revelador. Ali era o espaço dele, o mundo dele e, de repente, ela estava dentro.

Laura deu alguns passos, observando ao redor, enquanto ele largava as chaves sobre a mesa de centro da sala.

_Então é aqui que o grande Rafael passa seu tempo quando não tá quebrando corações por aí?

_ Ai ai... Eu não faco isso... E você fala como se me conhecesse bem... Ele respondeu observando Laura.

Ela se virou, o olhar faiscando.

_ Sei o suficiente...

Rafael não disse nada. Apenas caminhou devagar até ela, parando à sua frente.

_ Acho que você não sabe... Rafael sussurrou , antes de beijá-la outra vez.

O beijo não tinha nada de tímido. Era cheio, urgente, carregado de tudo o que os dois tinham evitado por muito tempo. As mãos de Rafael deslizaram pelas costas dela até a cintura, puxando-a contra o próprio corpo. As línguas se encontraram com uma intensidade que fez Laura gemer baixo, um som que escapou sem permissão, e ela sentiu os joelhos fraquejarem, mas se agarrou aos ombros dele, decidida a não recuar.

Tudo era avassalador, como se cada toque reacendesse uma chama que ela nem sabia que carregava. Ela aprofundou o beijo, inclinando a cabeça para permitir que ele explorasse mais, e Rafael respondeu com um gemido baixo, as mãos apertando a cintura dela com mais urgência.

Quando se afastaram, Laura sentiu o coração martelar forte no peito.

_ Você… Ela começou a falar, mas as palavras se perderam em um sorriso nervoso. Rafael sorriu, a covinha aparecendo no canto da boca, e encostou a testa na de Laura, a respiração quente misturando-se à dela.

_ O quê você ia dizer? Estou esperando...

_ Nada... Laura, ainda rindo, puxou Rafaek para outro beijo, incapaz de resistir. Dessa vez, o beijo foi mais lento, mais exploratório. As mãos dele subiram até o rosto dela, segurando-a com uma ternura que contrastava com a urgência anterior enquanto os polegares traçavam linhas suaves em suas bochechas.

_ Você não faz ideia do quanto eu pensei nisso... E em você hoje… Rafael confessou contra os lábios dela, a voz rouca e baixa.

Laura, ainda sem fôlego, sorriu.

_ E eu pensou nisso há muito tempo…

As palavras escaparam antes que pudesse contê-las. Rafael parou por um instante, os olhos dela refletindo um misto de nervosismo, coragem e desejo. Ele a olhou como se estivesse vendo algo precioso e frágil ao mesmo tempo.

_ Laura… Tem certeza?

Laura afirmou com a cabeça, sentindo o coração dar mais um salto.

_ Mais do que nunca...

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