Capítulo 2
A viagem de carro foi longa, mas Isabela mal percebeu o tempo passar. Seus olhos estavam fixos na paisagem que mudava aos poucos: os campos verdes do interior davam lugar aos prédios e ruas movimentadas da cidade grande. O coração batia acelerado, não só pelo medo do desconhecido, mas também pela expectativa de começar uma nova vida.
Quando o carro finalmente estacionou em frente à casa dos tios, uma construção imponente com janelas grandes e jardim bem cuidado, Isa sentiu um frio na barriga. Tudo era novo, diferente… e ao mesmo tempo acolhedor.
— Bem-vinda, Isa! — a voz de Helena a recebeu ainda antes que conseguisse sair do carro. A tia abriu os braços e a abraçou forte, transmitindo toda a segurança que ela precisava. — Estamos tão felizes em te ver aqui!
— Obrigada, tia… — Isabela murmurou, retribuindo o abraço.
Enquanto arrumavam suas malas no quarto que ficaria temporariamente, Isabela percebeu que não estava sozinha. Um silêncio pesado pairava no ar, e uma sombra alongada surgiu no corredor.
— Então… você finalmente chegou. — A voz masculina era baixa, firme e carregava um tom provocador que fez o coração de Isa pular.
Ela virou-se lentamente, e lá estava Lucas. Não era mais o menino que corria atrás dela na fazenda; agora era um homem alto, com ombros largos e postura imponente. O olhar intenso, a boca que parecia sempre pronta para um sorriso torto… tudo nele exalava perigo e sedução.
— Lucas… — Isa conseguiu dizer, surpresa e constrangida.
— Sim, sou eu — respondeu ele, aproximando-se devagar, quase intimidando-a. — Mas me diga, a pequena Isa do interior agora se acha tão adulta que não precisa mais de mim?
Isa respirou fundo, tentando controlar a mistura de raiva e desejo que ele despertava.
— Eu não… eu não preciso de ninguém me dizendo o que fazer.
— Ah, claro… — Lucas sorriu de um jeito que fez Isa morder o lábio para não reagir. — Mas você sempre gostou de desafios, não é?
Ela sentiu o corpo reagir sem querer, o calor subir, mas ergueu o queixo, mantendo a postura.
— E você sempre foi arrogante, controlador e… impossível de suportar.
Ele deu um passo mais próximo, tão perto que Isa pôde sentir o perfume masculino dele, misto de madeira e algo que a deixava sem fôlego.
— Impossível de suportar? — repetiu, provocando. — Ou impossível de ignorar?
Isabela sentiu o sangue ferver. Ele a provocava de propósito, e ela sabia. Tentou se afastar, mas Lucas a seguiu, como se cada movimento dela fosse uma dança que ele conduzia.
— Você… você não vai me dominar — disse, quase sussurrando, embora a voz tremesse um pouco.
— Dominar? — Ele riu baixo, divertido. — Não se preocupe, Isa… eu só quero ver até onde você aguenta resistir.
O coração dela disparou, e Isa percebeu que aquela luta contra ele acabaria sendo muito mais difícil do que imaginara. Lucas não era apenas um primo que se tornara adulto; ele era um desafio constante, provocador e… extremamente atraente.
E naquela tarde, com o céu começando a tingir-se de tons alaranjados, Isa soube que sua vida na cidade nunca mais seria a mesma.
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Atualizado até capítulo 37
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