Aurora, vendo a situação de Luna, não aguentou e foi para o quarto dos filho. As duas estavam sofrendo, mas Aurora não podia fazer mais nada.
Luna, ainda sentada à mesa e chorando, se levantou e pegou sua mochila. Precisava trabalhar, mesmo com a mente a mil. Ela abriu a porta e deu de cara com as meninas. Nesse momento, desabou ainda mais.
— A Aurora pediu divórcio — disse, enquanto as lágrimas rolavam.
Lisa, Annie e Alice olharam para ela e a abraçaram. As três também não contiveram o choro.
— Vai ficar tudo bem, okay? — falou Lisa, chorando.
— Nós vamos estar aqui com você, sempre,Luna — disse Annie, também emocionada.
— Ela também está sofrendo, Luna… e nós também — completou Alice, com a voz embargada.
Luna saiu do abraço das amigas, enxugando as lágrimas.
— Eu… eu preciso trabalhar — disse, a voz embargada, mesmo com a cabeça a mil e o vício ainda a atormentando.
Ela pegou a mochila e respirou fundo, tentando se recompor.
— Não posso me perder agora… mesmo que tudo esteja desmoronando — murmurou para si mesma, enquanto saía do apartamento, tentando manter a postura, mas sentindo cada pedaço de seu mundo se despedaçar.
Luna chegou ao hospital com o coração pesado e o corpo cansado, resultado da noite de plantão anterior e das lágrimas derramadas mais cedo. Cada passo pelo corredor parecia pesar toneladas.
— Luna! — chamou um colega de trabalho, mas ela apenas assentiu com a cabeça, sem forças para sorrir.
Enquanto atendia os pacientes, sua mente não parava de girar. Aurora… o pedido de divórcio… Hellena e Lorenzo dormindo sozinha enquanto elas brigavam… e seu próprio vício, que a fazia sentir-se cada vez mais impotente.
Ela tentou se concentrar nos exames, nas medicações, nas emergências, mas tudo parecia borrado. Cada sirene, cada choro de criança, cada alerta no monitor lembrava-lhe de que sua vida pessoal estava desmoronando.
Durante uma pausa rápida, Luna sentou-se no corredor, respirando fundo. Sua mão tremeu ao alcançar a garrafa de água, tentando se controlar. Mas a vontade de beber, de escapar de tudo, era quase insuportável.
— Eu não posso falhar… — murmurou para si mesma, as lágrimas misturando-se à exaustão. — Não agora… não com a Hellena e Lorenzo … não com Aurora… eu preciso ser forte.—
Ela respirou fundo novamente, enxugando o rosto, tentando afastar os pensamentos sombrios. Sabia que cada hora naquele plantão era uma batalha contra o próprio vício, contra a culpa e contra a possibilidade de perder tudo que amava.
E, mesmo com tudo isso, Luna se levantou, pronta para continuar. Porque a vida de seus filho e a chance de reconquistar Aurora dependiam dela enfrentar, finalmente, seus próprios demônios.
Por fim, o dia já havia amanhecido. Luna estava no terraço, com pensamentos a mil, quando ouviu a porta se abrir. Virou-se e viu Aurora. Seus olhos denunciavam que ela também havia chorado a noite inteira.
— Eu deixei a Hellena na creche com o Lorenzo, Luna… depois a mamãe vai levá-lo pra casa dela — disse Aurora, sem olhar nos olhos dela.
— Você vai dobrar hoje? — perguntou Luna.
— Não! Eu vou dormir hoje na mamãe — respondeu Aurora, firme, mas com a voz embargada.
— Então eu vou ver Eles depois, na creche — disse Luna, os olhos marejados.
— Tá bom, então — falou Aurora, virando-se, enquanto lágrimas caiam de ambas.
Antes que Aurora saísse do terraço, Luna a abraçou por trás.
— Não me deixe, Aurora, por favor! — soluçava Luna, como uma criança.
— Luna… não faça isso ser mais difícil ainda — disse Aurora, da mesma forma, chorando.
— Eu vou mudar, Aurora, eu prometo! Eu não quero te perder, eu não quero que você me deixe… por favor! — implorou Luna, abraçando-a com força.
Aurora se soltou lentamente do abraço de Luna e seguiu para seu consultório. Assim que fechou a porta, desabou, deixando que as lágrimas finalmente rolassem livremente.
Lisa e Alice, que passavam pelo corredor, ouviram o choro e correram para consolá-la.
— Aurora… calma, amiga… estamos aqui — disse Lisa, segurando-a pelos ombros.
— Eu sei… eu sei — respondeu Aurora, a voz embargada, enquanto se apoiava nas amigas.
Enquanto isso, Luna permanecia no terraço, imóvel, com os pensamentos a mil, os olhos marejados e o coração apertado.
Alguns minutos depois, Annie subiu até o consultório e encontrou as amigas chorando, tentando se confortar mutuamente.
— O que aconteceu? — perguntou Annie, a voz trêmula, aproximando-se.
— É a Aurora… ela está sofrendo — disse Alice, ainda tentando enxugar as próprias lágrimas.
— Nós precisamos estar aqui para ela, agora mais do que nunca — completou Lisa, abraçando a amiga novamente.
No terraço, Luna continuava sozinha, sentindo o peso de cada erro e cada decisão, sem saber se conseguiria consertar tudo a tempo.
Alguns minutos depois, Annie subiu silenciosa pelo terraço, encontrando Luna ainda sentada, olhando para o horizonte com os olhos marejados.
— Luna… — chamou Annie suavemente, aproximando-se com cuidado.
Luna virou o rosto, tentando segurar as lágrimas, mas não conseguiu.
— Eu… eu não sei mais o que fazer, Annie… — sussurrou, a voz embargada.
Annie se sentou ao lado dela, envolvendo-a em um abraço caloroso.
— Eu sei, amiga… eu sei que está difícil. Mas você não está sozinha, tá? Eu estou aqui com você.—
Luna apoiou a cabeça no ombro de Annie, soluçando baixinho.
— Eu só quero consertar tudo… mas parece que tudo que eu faço só piora as coisas — disse, sentindo o peso do vício, das brigas e do divórcio prestes a acontecer.
— Eu sei, Luna… mas respira fundo. Um passo de cada vez. Você ainda tem tempo para lutar por vocês, pela Hellena e o Lorenzo até pelo amor da Aurora — disse Annie, acariciando suas costas, tentando transmitir força e esperança.
No terraço, a manhã clara ainda brilhava ao redor, mas para Luna parecia que o mundo inteiro estava em silêncio, refletindo seu caos interior.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 26
Comments
Maria
Autora oq levou este descontrole da Luna ela era a mais centrada das 4
2025-09-27
1