Eu aceitei por educação. Nem bebia, mas fui, era muito curioso e queria saber o que era aquilo que eu estava sentindo, porque despertou algo nele também.
A noite era a minha folga. Fomos ao um Bar bem movimentado.
O local era até agradável. Uma música ao vivo.
Ele fez o pedido da sua bebida e eu pedi um refresco. Ele admirou porque não pedi uma cerveja.
Falei que nunca bebi. Conversamos sobre vários assuntos. Parecia que ele estava me analisando.
Até que veio a pergunta da parte dele.
Ítalo você já namorou outro homem?
Engasguei-me. Ainda bem que estávamos em um local afastado de todos.
Tossi muito, até me recuperar.
Ele perguntou se estava bem. E já tinha a resposta dele.
Pediu-me desculpa por ser tão direto na pergunta.
E conversou sobre o assunto, dele gostar de homens e viu em mim a minha inocência.
Fiquei chocado com a audácia dele, até o sentimento acabou. Estava ali como se eu fosse a sua próxima presa.
Me senti um lixo. Parece que tudo na vida são interesses.
Naquela noite não teve mais clima de nada. Voltei novamente para o meu casulo.
Alguns dias depois, vi o professor conversando com um cara mais velho do que eu. Observei a distância.
Começou alguns falatório na sala de aula. Descobri que o professor todo dia escolhia uma presa para o seu abate.
Ainda bem que não cai na dele.
A minha amiga estava na mesma cidade. Marcamos de conversar.
Eu precisava de mais esclarecimentos sobre mim mesmo. E confiava nela para me ajudar. Nunca tive experiência de nada sobre a sexualidade.
Fui para o apartamento dela e lá descobri muita coisa desse novo mundo que eu queria viver.
Ela mostrou vídeos, documentários de pessoas que sofrem até se aceitarem.
Contei para ela o caso do professor.
Ela sempre me aconselha da melhor forma.
Ela perguntou se não estava na hora de eu descobrir verdadeiramente o que eu queria ser!
Fiquei na dúvida. Mas ela tinha razão, eu já estava com 19 anos e precisava dessa resposta para minha vida.
Ela levou-me para uma boate, explicou tudo que acontecia ali e como eu tinha que me comportar. Não podia beber nada que fosse oferecido. Se fosse beber, tinha que ser algo lacrado.
Assim fomos, muita gente de todos os tipos, vestidas de todas as maneiras.
Fiquei besta com tanta diversidade.
E começou o jogo. Fomos entrando mais ainda. Até encontrar um bom local.
Analisei todo o ambiente e imaginando como eu ia ter coragem.
Apareceu um rapaz, conversou algo no ouvido dela, saíram para dançar.
Apareceu um garoto simpático e ficou ali perto observando. Eu nem dançar sabia. Era um verdadeiro matuto.
O rapaz aproximou-se, me ofereceu uma bebida, eu não aceitei.
Disse estar só na água, tinha prova na manhã seguinte e estava com uma amiga.
Ele se apresentou, aparentava ter uns 20 anos. Já bem mais vivido do que eu.
Perguntou se não queria sair dali, ir a outro local.
Era tudo ou nada. Estava naquele local para saber o que eu queria ser.
Aceitei e fomos para outra área menos movimentada. Conversamos e ele perguntou se era a minha primeira vez.
Disse que sim, não era de frequentar esses locais.
Ele sorriu, um sorriso lindo. Dentes brilhantes, aí fui ver direito que ele era um gatinho.
Perguntei porque ele sorriu.
Ele disse que se referia a mim, se era a minha primeira vez com um homem.
Novamente tossi!
Dessa vez controlando a respiração.
Mais uma vez eu respondi, sem querer, já me entregando todo que nunca tive nada com ninguém, nem mesmo sabia o que estava fazendo ali.
Ele me convidou para ir ao apartamento dele.
No momento fiquei na dúvida. Mas, iria dá um voto de confiança a mim mesmo.
Fui, na cara e coragem.
Foi a minha primeira experiência com um homem. Ele realmente foi muito legal comigo, orientou direito, assim como a minha amiga falara.
Não era mais virgem. A minha cara na manhã seguinte dizia tudo.
Tinha que disfarçar o incomodo da noite passada, da louca experiência que passei.
Daquele dia em diante tudo mudou. Comecei de verdade a me conhecer e conhecer os meus desejos. Fui com calma!
Sai alguns vezes com Théo, esse era o nome dele e aprendi muito com ele.
Ele estava de passagem pela cidade. Ficamos por uns 3 meses. Foi ótimo para mim.
O tempo foi passando já via necessidade de crescimento dentro de mim. Já não queria mais morar na Universidade, queria a minha liberdade.
A minha amiga convidou para dividir um AP novamente. E lá estava eu morando com ela.
Ela estava fazendo especialização na mesma universidade.
Juntei meu dinheiro, já ia começar o meu estágio e não sabia qual turno ia ficar.
Qualquer coisa teria que sair do Hotel.
Fiquei no horário de 12 horas durante o dia, era Clínico geral.
Tive que sair do emprego, não ia dar para sustentar os dois. Consegui! Venci na vida, fiz a minha formatura.
Vivi algumas experiências marcantes e outras não muito legais. Mas tudo foi preciso para o meu crescimento.
22 anos e tudo que tenho agradeço a Deus e a mim mesmo. Consegui um bom emprego em um excelente Hospital. A minha caminhada só estava começando. E eu queria ser algo mais, queria ser sempre o melhor. Fui em buscar da minha especialização. Era o meu sonho o setor cirúrgico.
Um dia antes da minha viagem, eu ia embora atrás de mais conhecimento. Encontrei uma prima que foi se consultar.
Ela era a próxima paciente. Vi o nome na ficha, poderia ser coincidência.
Ela entrou, sentou e não me reconheceu logo.
A tratei normal, fiz as perguntas, a examinei, dei o diagnóstico dela.
Daí ela se vira para mim e fala.
Você não me é estranho, acredito que eu te conheça. Mas está muito diferente, se for quem estou pensando!
Temos o mesmo sobrenome.
Sim, sou eu mesmo o Ítalo.
Ela ficou diferente de repente.
Pediu-me desculpa por não ter reconhecido.
Falou dos meus pais. Eu não dei muita atenção. Terminei a consulta e pedi para que ela não falasse nada para eles.
Que eu não fazia mais parte daquela família! Ele mesmo me retirou da família.
Agradeceu e saiu.
Era a minha última paciente do dia. Não ia ter mais energia para atender mais ninguém. Fui para casa, estava com os sentimentos a flor da pele, em saber que eles continuavam do mesmo jeito e que as meninas já estavam casadas e com filhos.
Queria ter continuado com eles. As minhas irmãs, sentia saudades delas.
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Atualizado até capítulo 29
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