Aceitação

O pai de Mirha, digo, Bai Yimei, se aproxima preocupado, "Filha? Aconteceu alguma coisa?".

'Não posso deixar eles perceberem que eu sou outra pessoa' — pensa ela, tentando disfarçar o choque. Mirha força um sorriso, "Só estou um pouco tonta. É muita informação de uma vez."

O irmão, Bai Thouxi, finalmente se manifesta, com uma voz calma e gentil: "Talvez devesse descansar, irmã. Não se esforce demais."

'Irmão? Que loucura!' Mirha acena com a cabeça, aceitando a sugestão. "Sim, acho que preciso de um tempo para processar tudo isso."

O pai a ajuda a se deitar novamente. "Vou deixar você descansar. Mei Mei ficará aqui para o que precisar." Ele olha para Mei Mei, transmitindo um olhar de cuidado. "Qualquer coisa, me chame."

Assim que eles saem do quarto, Mirha suspira aliviada. 'Preciso de um plano. Quem sou eu aqui? Por que estou aqui? E como volto para casa?' Ela olha para o teto, pensando nas possibilidades. 'A avó sempre dizia que os pingentes da Casa Imperial eram capazes de abrir portais para outros mundos. Será que é isso que aconteceu? Será que o pingente me trouxe para cá?'

Mirha se levanta decidida. 'Preciso encontrar o pingente.' Ela começa a procurar freneticamente pelo quarto, abrindo gavetas, revirando as almofadas, sem sucesso. 'Onde está? Será que perdi na floresta?'

De repente, ela sente algo no pescoço. Ao tocar, percebe que está usando um colar com um pingente de jade idêntico ao que recebeu da velha. 'Não é possível... Como ele veio parar aqui?'

Ela pega o pingente entre os dedos, sentindo a energia que emana dele. 'Será que ele é a chave para voltar para casa?' Mirha fecha os olhos, concentrando-se no pingente, tentando canalizar seus pensamentos e desejos. 'Quero voltar para casa. Quero ver minha avó, Lauma e até Kaique, mesmo que ele esteja com outra.'

Mas nada acontece. Ela abre os olhos, se vendo dentro do mesmo quarto.

Soltando um suspiro forte, volta a se sentar na cama 'O que tá acontecendo meu Deus?' ela pensa pondo a cabeça apoiada nas mãos.

Uma voz feminina, conhecida, entra pela porta fazendo Mirha levantar a cabeça rapidamente "Filha, tá acordada?" e uma bela mulher, linda como os raios do sol aparece.

Os olhos de Mirha ficam marejados "Mãe!"

Os olhos de Mirha se enchem de lágrimas ao ver a mulher que se parece tanto com sua mãe. Ela não consegue conter a emoção e corre para abraçá-la. A mulher retribui o abraço com carinho.

"Filha, que bom que você está bem! Estava tão preocupada." — diz a mulher, com a voz embargada. "Como se sente?"

Mirha se afasta um pouco, olhando para o rosto da mulher. As linhas de expressão, o sorriso, tudo é tão familiar e, ao mesmo tempo, tão estranho. "Mãe... é você mesmo?"

A mulher sorri, acariciando o rosto de Mirha. "Claro que sou eu, querida. Quem mais seria?"

Mirha não consegue conter as lágrimas e se joga novamente nos braços da mulher. "Senti tanto a sua falta!"

A mulher a aperta forte, transmitindo todo o amor e carinho que Mirha tanto sentiu falta. "Eu também, meu amor. Eu também."

Após alguns minutos de abraços e lágrimas, a mulher se afasta um pouco, segurando as mãos de Mirha. "Precisa descansar agora, querida. Não se esforce demais."

Mirha acena com a cabeça, concordando. Ela se deita novamente na cama, sentindo-se mais calma e reconfortada. A presença daquela mulher, que se parece tanto com sua mãe, traz uma sensação de paz e segurança que ela não sentia há muito tempo.

A mulher se senta ao lado da cama, acariciando os cabelos de Mirha. "Vou ficar aqui com você. Descanse."

Mirha fecha os olhos, deixando-se levar pelo sono. A última coisa que ela ouve é a voz suave da mulher, cantando uma canção de ninar que sua mãe costumava cantar quando ela era criança.

Ao acordar, Mirha se sente mais revigorada. O sol da manhã entra pela janela, iluminando o quarto. Ela se senta na cama, olhando ao redor. A mulher não está mais ali.

Ela se levanta e caminha até a janela, observando o jardim exuberante lá fora. As flores coloridas, os pássaros cantando, tudo é tão diferente do mundo que ela conhece.

'Preciso descobrir o que está acontecendo aqui' — pensa Mirha. 'E preciso encontrar uma maneira de voltar para casa.'

Enquanto ela contempla a paisagem, Mei Mei entra no quarto com uma bandeja de chá e biscoitos. "Senhorita, preparei um chá para você. Espero que goste."

Mirha se vira para Mei Mei, aceitando a bandeja. "Obrigada, Mei Mei."

Ela toma um gole do chá, sentindo o sabor doce e reconfortante. "Mei Mei, preciso te perguntar uma coisa."

Mei Mei se aproxima, prestando atenção. "Sim, senhorita?"

"Você pode me contar mais sobre a minha vida aqui? Sobre quem eu sou, o que eu faço..." — pede ela olhando fixamente para os olhos da menina.

Mei Mei faz uma cara de que a ideia não seria muito boa.

"Mei Mei? Qual o problema?" Mirha, que agora viveria a vida de Bai Yimei, questiona a menina.

Mei Mei reluta, mas fala "E que... a senhorita não era uma pessoa, digamos, fácil de lidar", diz a menina com um pouco de medo.

O medo nos olhos de Mei Mei aguça a sua curiosidade. "O que quer dizer com isso? Eu era má com você? Com as pessoas?", Mirha insiste, colocando a xícara de chá de volta na bandeja.

Mei Mei morde o lábio inferior, hesitante. "Não era má... exatamente. Mas era... caprichosa. Impulsiva. Fazia o que queria, sem pensar nas consequências. E... era muito mimada."

Mirha franze a testa. Aquela descrição não combina com a ela mesma, mas talvez combine com Bai Yimei. "E o que mais? Conte-me tudo. Preciso saber quem eu sou... quem eu era aqui."

Mei Mei suspira, como se estivesse se preparando para uma longa história. "Bem, a senhorita sempre teve tudo o que queria. Seus pais a amavam muito e faziam todos os seus caprichos. Mas isso a tornou um pouco... difícil. Era impaciente, não gostava de ser contrariada e vivia se metendo em confusão."

Ela continua, "A senhorita sempre gostou de se divertir e odiava as regras. Fugia das aulas, saía escondida à noite e vivia aprontando com os criados..."

Mirha a interrompe: "E o príncipe Han? Qual era a minha relação com ele?"

O rosto de Mei Mei se fecha um pouco. "Ah, o príncipe Han... era complicado. A senhorita e ele nunca se deram bem. Sempre estavam discutindo e competindo um com o outro. Mas... no fundo, acho que havia um certo respeito mútuo entre vocês."

"Respeito? Parecia mais ódio", Mirha rebate, lembrando-se da forma que seu pai falou.

Mei Mei dá de ombros. "Às vezes, o ódio e o amor são apenas duas faces da mesma moeda, Senhorita. Mas isso não importa. O que importa é que a senhorita tem a chance de ser uma pessoa melhor."

As palavras de Mei Mei fazem ela refletir. Talvez aquela nova vida seja uma oportunidade de se reinventar, de ser diferente da Bai Yimei mimada e impulsiva que ela descreve.

"Obrigada, Mei Mei", diz, sinceramente. "Você me ajudou muito."

Mei Mei sorri, aliviada. "De nada, senhorita. Se precisar de mais alguma coisa, é só chamar." Ela faz uma reverência e se retira do quarto, deixando você sozinha com seus pensamentos.

Você se aproxima novamente da janela, observando o jardim. As flores continuam coloridas, os pássaros continuam cantando, mas agora você os observa com outros olhos. A partir de agora, você decide, vai descobrir quem é Bai Yimei e vai fazer o possível para se tornar uma pessoa melhor do que ela jamais foi. O primeiro passo é explorar este mundo, descobrir seus segredos e, quem sabe, encontrar uma maneira de voltar para casa. Você sai do quarto, decidida a desbravar cada canto daquela casa e de seus arredores.

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