O encontro dos dois Mundos

Capítulo 3– O Encontro dos Dois Mundos

As paredes da Universidade estavam cobertas por cartazes que anunciavam o evento da semana: “Direito, Economia e o Mercado Global”. Para muitos estudantes, era apenas mais uma palestra obrigatória, mas para Elisa Rossi, aquela era uma chance de mostrar seu valor diante de professores e convidados de prestígio.

— Isa Você está nervosa? — perguntou Rebeca , ao ajeitar a alça da bolsa sobre o ombro. Os cabelos negros longos caíam em ondas suaves, e os olhos azuis observavam a amiga com atenção.

— Só um pouco rsrs...— Elisa sorriu, tentando parecer confiante. — Mas é a minha chance de mostrar que posso ir além das provas e trabalhos Beca.

Caminharam até o auditório, onde uma multidão já se acomodava. Homens engravatados conversavam em grupos, professores trocavam cumprimentos formais e estudantes disputavam os melhores lugares. Elisa e Rebeca sentaram-se juntas na terceira fileira, onde tinham uma boa visão do palco.

A atmosfera era solene, mas para Elisa havia uma tensão no ar que não conseguia explicar. O professor responsável subiu ao palco, após algumas palavras de abertura, apresentou os convidados especiais: empresários e financiadores do evento. Os nomes soaram normais para a plateia, mas carregavam uma sombra que ninguém ali percebia.

A Chegada dos Homens das Sombras

Do lado de fora, uma Mercedes preta estacionou discretamente. As portas se abriram, e Mattheus Vitale foi o primeiro a descer. Seu porte físico e olhar penetrante chamaram a atenção de muitas estudantes , elas o olhavam com desejo, ele não deu muita atenção. ajustou o seu terno e fez uma rápida varredura visual do local, atento a qualquer detalhe.

Logo depois, desceu Matteo, o temido Diablo. Seu terno negro impecável e a postura ereta bastavam para impor respeito. Os olhos azuis frios analisavam cada centímetro da fachada da universidade como se fosse um território inimigo.

— Tem certeza de que vale a pena aparecer em um lugar como este? ,fala olhando as estudantes os olhar cheias de desejos — Mattheus, murmurou mantendo a voz baixa, quase cúmplice.

— Quero ver com meus próprios olhos quem são os homens que fingem limpar as mãos com educação e leis… quando, na verdade, já as mancharam de sangue. — Matteo sorriu com ironia, caminhando à frente. — Além disso, é bom que lembrem quem realmente manda nesta cidade.

Assim que entraram no auditório, os olhares se voltaram para eles. Ninguém sabia ao certo quem eram, mas todos sentiram o peso daquela presença. Murmúrios discretos começaram a correr entre os estudantes.

Elisa, distraída com seu caderno, percebeu o burburinho e ergueu os olhos. No instante em que viu Matteo cruzar as portas, sentiu o coração acelerar sem motivo aparente. Ele parecia deslocado naquele ambiente, como uma fera em meio a cordeiros.

— Quem são eles? — sussurrou Rebeca, inclinando-se para a amiga.

— Não sei… mas parecem perigosos. — Elisa tentou disfarçar, voltando os olhos para a frente.

A Palestra

O evento começou com discursos sobre leis internacionais, mercado global e ética empresarial. O professor falava com entusiasmo, mas Elisa não conseguia se concentrar. Era como se houvesse uma força invisível puxando sua atenção para trás, para onde Matteo e Mattheus estavam sentados.

Rebeca, mais racional, percebia o desconforto da amiga e cutucou-a discretamente.

— Você está estranha. Está acontecendo alguma coisa Isa?

— É só cansaço… — Elisa forçou um sorriso, mas sua mente estava distante.

No fundo da sala, Matteo observava a plateia com calma predatória. Seu olhar vagava entre os estudantes, mas por um instante parou sobre Elisa. O tempo pareceu se alongar, e uma tensão inexplicável percorreu o corpo dele

Mattheus, sempre atento, percebeu a mudança na expressão do amigo.

— Alguma coisa chamou sua atenção? — perguntou em voz baixa.

Matteo não respondeu de imediato. Ele apenas deixou escapar um sorriso enigmático antes de sussurrar:

— O destino gosta de se divertir às minhas custas, Vitale rsrs.

O Desfecho da Noite

Após longas horas de discursos, o auditório começou a se esvaziar. Professores e empresários trocavam apertos de mão, alunos se dispersavam em grupos. Elisa e Rebeca ainda conversavam sobre a palestra quando passaram perto da saída principal.

Foi nesse instante que o caminho delas cruzou, ainda que de forma sutil, com o de Matteo e Mattheus. O espaço parecia estreito demais para todos, e quando Elisa ergueu os olhos, encontrou-se frente a frente com o olhar frio e intenso de Matteo.

Não houve palavras, apenas aquele choque silencioso. Um arrepio percorreu sua pele, como se algo tivesse se ativado dentro dela. Rebeca percebeu o desconforto da amiga e a puxou pelo braço, apressando os passos.

Mattheus, ao lado de Matteo, arqueou uma sobrancelha.

— conhece ela?

— Ainda não — respondeu Matteo, sem desviar o olhar da jovem que se afastava. — Mas vou descobrir quem ela é.

As duas se afastaram apressadamente pelo corredor . O coração de Elisa batia descompassado, ainda tentando entender o que havia acabado de sentir sob aquele olhar intenso e gelado.

— Elisa… o que foi aquilo? — Rebeca perguntou, quase ofegante, segurando firme o braço da amiga. — Você ficou branca na hora, parecia que tinha visto um fantasma.

Elisa respirou fundo, tentando encontrar palavras, mas a sensação ainda queimava dentro dela, como se aquele homem tivesse deixado uma marca invisível apenas com o olhar

— Eu não sei explicar, Beca… — respondeu em voz baixa, trêmula. — Era como se… ele pudesse atravessar a minha alma só com aquele olhar.

Rebeca estreitou os olhos, preocupada.

— E quem era eles? Estavam com cara de poucos amigos. Eles não pareciam qualquer um que você encontra numa universidade

Elisa mordeu o lábio inferior, confusa e inquieta.

— Não sei quem é… mas algo me diz que eu não deveria querer descobrir.

Rebeca puxou a amiga ainda mais para longe, passando por entre a multidão.

— Então faça exatamente isso: esquece. Esse tipo,Elisa… eles não olharam pra gente à toa. E coisa boa que não é

Apesar do aviso, Elisa ainda sentia o peso daquele olhar queimando dentro dela. E, no fundo, uma parte dela sabia que aquele não era um encontro que poderia simplesmente apagar da memória.

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