ela não sai da minha cabeça

Do outro lado da Itália, Matteo, mais conhecido como "Diablo", adentrou uma de suas boates acompanhado de seu amigo e braço direito, Mattheus. Ambos impecavelmente vestidos com ternos sob medida, carregavam aquela frieza que sempre os definia. Assim que entraram, foram direto para a área VIP, onde a iluminação baixa e o som pulsante da música criavam um ambiente de poder e perigo.

Sentaram-se e serviram-se de um whisky caro, Mattheus começou a falar sobre os últimos acontecimentos da máfia, negócios a serem fechados e alguns problemas com rivais. Mas Matteo parecia distante. Seus olhos, mesmo observando o movimento ao redor, estavam presos em outra visão: a loira de olhos azuis.

Enquanto Mateus falava sobre uma negociação problemática, Matteo se perdia em pensamentos:

"Aqueles olhos… me puxam de uma forma que eu não consigo controlar. Aquela cara de inocente… está destruindo meu autocontrole. Preciso tê-la para mim."

Foi nesse instante que Sofia, sua prima, entrou na área VIP. Com seu jeito elegante e sorriso provocador, aproximou-se dos dois. Sofia sempre foi próxima de Matteo, e sabia como provocar pequenas faíscas no primo, que geralmente controlava qualquer impulso.

— Matteo, você parece distante hoje… — disse Sofia, encostando-se no encosto da cadeira dele. — Está com alguém em mente?

Matteo arqueou uma sobrancelha, mantendo a compostura, mas a tensão em seus olhos denunciava sua obsessão.

— Talvez… — respondeu ele com frieza, sem tirar os olhos da pista de dança. — Só pensando nos negócios.

Sofia sorriu, percebendo a mentira. Ela adorava provocar o primo, e isso incluía brincar com sua teimosia e obsessões.

— Claro rsrsrs... — disse ela, com uma risada baixa e divertida. — Mas nunca vi você assim ,deve ser alguém especial.

Enquanto Matteo tentava manter a frieza, do outro lado da cidade, Elisa estava deitada em sua cama, o celular apoiado entre o ombro e a orelha, em uma chamada de vídeo com sua melhor amiga. Entre risadas e confidências, ela tentava convencê-la a passar a noite das garotas juntas.

— Sério, Beca vai ser incrível! — dizia ela, mexendo nos cabelos loiros distraidamente. — Pipoca, filmes, música alta… só a gente curtindo a noite.

Do outro lado da tela, sua amiga ria e balançava a cabeça.

— Você sempre consegue me convencer, Isa… mas só porque você implorou, tá?

No meio da conversa animada, a porta do quarto se abriu sem cerimônia. Seu irmão entrou, curioso, com aquele olhar que misturava interesse e autoridade.

— Então, como foi o evento? — perguntou ele, cruzando os braços e apoiando-se na moldura da porta.

Elisa engoliu a risada que ameaçava escapar e tentou disfarçar a animação:

— Ah… foi… tranquilo. Só um monte de gente chata e algumas coisas legais.

Sua amiga do outro lado da tela soltou uma risada baixa, percebendo a interrupção, enquanto Elisa tentava mudar de assunto rapidamente, preocupada que o irmão percebesse que ela estava mais animada do que queria demonstrar.

— Então, só me conta uma coisa… — continuou ele, dando um passo para dentro do quarto, aproximando-se da cama. — Alguma história interessante? Algum… momento especial?

Elisa sorriu, sabendo que não podia revelar muito, mas também não queria parecer sem graça.

— Talvez… mas algumas coisas são segredo entre amigas, sabe como é.

Enquanto isso, Matteo permanecia na boate, observando cada movimento, cada luz refletindo em possíveis rostos na pista, mas nenhum deles era ela… . O pensamento de jovem garota loira de olhos azuis consumia sua mente, cada risada imaginária, cada olhar que ele lembrava, dominando completamente seu autocontrole.

Sofia percebeu a intensidade no olhar de Matteo e sorriu de forma enigmática:

— Você não vai conseguir se controlar por muito tempo, primo… — disse ela, inclinando-se levemente. — E isso vai ser… divertido de assistir.

Matteo não respondeu. Ele apenas respirou fundo, tentando canalizar a obsessão que sentia, sabendo que aquela noite seria apenas o começo do que inevitavelmente aconteceria.

E do outro lado da cidade, Elisa ria e conversava com a amiga, completamente alheia ao que aconteceria , enquanto planejava uma simples noite de garotas, já havia alguém no submundo da Itália pensando em cada detalhe dela, desejando-a de uma forma que ela ainda não poderia imaginar.

Elisa ria das besteiras que Rebeca soltava na tela do celular. Cada uma já estava em sua cama, de pijama, enrolada nas cobertas, mas nenhuma tinha coragem de encerrar a chamada de vídeo. Era como se aquele momento fosse o ritual secreto das duas antes de dormir.

— Amanhã cedo vamos estar destruídas, Isa — Rebeca disse, ajeitando o cabelo bagunçado diante da câmera.

— E quando não estamos? rsrsrsrs — Elisa retrucou com um sorrisinho. — Nossa vida já é um caos, só que a gente dá um jeito de deixar bonito.

As duas gargalharam juntas, abafando o riso para não acordar ninguém em casa. Aos poucos foram diminuindo o tom, já cansadas, mas ainda trocando confidências, como quem estica o fim de um dia só para não se sentir sozinha.

— Só quero ver amanhã na cafeteria… você derrubando café no terno de algum executivo apressado — Elisa provocou.

— E você dando aquele sorriso angelical fingindo que não quer matar o próximo cliente que pede "um cappuccino sem espuma" — Rebeca respondeu, arrancando outra rodada de risos.

Depois de muita conversa fiada, finalmente suspiraram em rendição.

— Boa noite, Isa. Te vejo no caos amanhã.

— Boa noite, Beca. E prepara, porque amanhã o caos vai vir em dobro.

Desligaram a chamada, mas ambas adormeceram com um sorriso no rosto, já sabendo que a manhã seguinte na pequena cafeteria de Milão seria um turbilhão de pedidos, piadas internas e olhares cúmplices que só elas entendiam.

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