Minha Querida Professora

Minha Querida Professora

Jennie Kim

Mãe! Por favor, me deixa levar seu carro para a faculdade? É o meu primeiro dia! - implorei ao telefone, tentando convencê-la a liberar o veículo que estava parado na garagem.

- Jennie.. você sabe por que não quero que você dirija meu carro, certo?- disse ela, com a voz firme do outro lado da linha.

Minha mãe é do tipo que, se você cometer um erro uma vez, isso fica registrado para sempre.

Tudo começou quando tirou minha carteira de habilitação. Eu estava radiante, empolgada por finalmente poder dirigir. Meus amigos, animados por mim, decidiram comemorar em um barzinho. Eu me ofereci para ser a motorista na volta, já que não tinha intenção de beber.

Mas, na empolgação, acabei tomando uma caipirinha aqui e outra ali. Quando chegou a hora de ir embora, disse aos meus amigos que estava "ótima" e que poderia levá-los para casa.

O que era uma grande mentira! Meus amigos, conhecendo meus limites, se recusaram e chamaram um Uber. Teimosa, peguei a chave do carro e decidi voltar dirigindo, insistindo que estava bem e que conseguiria dirigir. Eles tentaram me impedir, mas fui rápida e saí acelerando.

Tudo ia bem, até que tive a ideia brilhante de conectar minhas músicas no som do carro via Bluetooth. Peguei meu celular que estava no banco do passageiro, me concentrei na tela para conectar e, por causa da bebida, acabei olhando para o aparelho tempo demais. Foi o suficiente para eu colidir com um carro parado à minha frente.

Graças a Deus, saí do carro apenas com alguns cortes. Já o meu carro ficou com a frente amassada, enquanto o outro veículo teve apenas alguns danos superficiais. O outro motorista até me disse que eu não precisava me preocupar com o conserto do carro dele, já que o meu estava em péssimas condições.

Quando minha mãe soube, ficou fora de si! Saiu de casa desesperada e, ao me ver bem, me deu um sermão típico. Proibiu-me de dirigir qualquer carro por tempo indeterminado. Um ano se passou desde então, e ela ainda estava com um pé atrás.

- Mãe, eu sei que errei naquele dia, mas aprendi a lição... Isso faz tempo!- tentei convencê-la, esperando que ela tivesse pena de mim. Mas logo percebi que era inútil.

- Não!- e desligou na minha cara.

Tirei o telefone da orelha, encarando o aparelho por alguns segundos, pensando em como minha mãe poderia ser tão ríspida. Acreditava que, pedindo enquanto ela estava viajando, teria mais chances. Mas parece que me enganei feio!

Coloquei o telefone de volta e fui para o meu quarto, onde precisava me arrumar para o trabalho. Ao chegar lá, olhei para o relógio na parede e percebi que já estava bem atrasada. Sabendo que o ônibus demoraria, decidi desobedecer minha mãe e fui de carro para o trabalho. Tomei um banho correndo, vesti meu uniforme, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e saí.

[...]

Enquanto dirigia para o trabalho, comecei a pensar em como eu realmente odiava meu emprego. Trabalhava em uma padaria e restaurante bem conhecido no centro da cidade.

Não que eu entrasse cedo, mas meu trabalho era basicamente servir e limpar mesas, como uma garçonete. A vida não era fácil; precisava trabalhar para pagar minha faculdade, e como ficava lá em dois turnos, o dinheiro era suficiente para quitar a mensalidade do meu curso de arquitetura.

[...]

Finalmente, olhei para o relógio na parede do restaurante e agradeci a Deus por o expediente estar quase acabando. O movimento estava fraco devido ao horário; geralmente, à tarde, éramos menos procurados.

Encostada no balcão, fitava o relógio, contando os minutos para ir para casa e tentar dormir um pouco antes da faculdade. Estava levemente ansiosa, mas tinha grandes esperanças de que tudo daria certo. Comecei a imaginar como seria minha primeira aula, como era a sala, se eu me enturmaria rápido ou não.

Fui puxada de meus pensamentos por um cliente que me chamava. Assim que me aproximei, ele foi direto ao ponto.

- Esse café está horrível! reclamou, elevando o tom de voz e atraindo a atenção dos outros clientes.

- Senhor... - tentei começar, mas ele me interrompeu.

- Liam! ele disparou, com uma arrogância que me irritou.- Senhor está no céu

- Ok, Liam! - respondi, respirando fundo para não perder a calma.- Lamento que não tenha gostado do café. Posso trazer outro sem problemas!

- Outro?! Não quero outro, sua idiota! Quero meu dinheiro de volta, para poder ir embora dessa espelunca! - ele retrucou, batendo a mão no copo de café e derramando-o nas minhas pernas.

- O senhor pode resolver isso com o gerente. Vou chamá-lo.- disse, forçando um sorriso e cerrando os punhos para me acalmar.

- Ótimo, sua incompetente! Não sei porque perdi meu tempo falando com alguém tão irrelevante como você. Ah! E limpe essa sujeira que você fez! - ele disparou, com um tom irônico que me deixou furiosa.

Pronta para reagir, fui interrompida pelo meu gerente, que entrou na minha frente.

- Jennie! Acredito que seu expediente já acabou. Deixe que eu resolvo isso.

[...]

Dirigindo de volta para casa, não conseguia parar de pensar na grosseria daquele cliente. A raiva crescia dentro de mim ao lembrar que ele "acidentalmente" derrubou café em mim, e mais ainda por não poder fazer nada a respeito. Estava tão irritada que, após um tempo dirigindo, percebi que minhas mãos estavam apertando o volante com força. Respirei fundo, tentando me acalmar e focar na faculdade, que deveria ser uma experiência ótima.

Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, me jogando na cama na esperança de tirar um cochilo antes de ir à faculdade. No entanto, essa ideia foi por água abaixo quando o rádio do meu pai ligou no último volume.

Fiquei estressada com o barulho, lembrando do cliente escroto que tive que atender. A ansiedade pelo início da faculdade só aumentava minha irritação, e eu estava ferrada!

Percebi que não conseguiria dormir, então levantei da cama e decidi tomar um banho para tentar me distrair. Assim que entrei debaixo do chuveiro, senti a tensão diminuindo, e meu corpo começou a relaxar. Sempre que estou estressada ou tensa, minha primeira opção para me acalmar é desfrutar de um bom banho quente, sem pressa. A água quente me faz ficar mais leve e tranquila.

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