A ponte de luz à frente desapareceu suavemente, e Luna se viu novamente em um campo aberto, onde a luz da lanterna refletia nos cristais do chão como fragmentos de estrelas caídas. Cada passo seu fazia com que pequenas criaturas de luz voassem ao redor, como se encorajassem sua coragem.
— Luna… — a voz de Elior ecoou em sua mente, calma mas firme. — Algo se aproxima. Posso sentir uma sombra diferente… mais densa.
Ela franziu a testa, sentindo um frio percorrer sua espinha. A escuridão à distância parecia se mover, ondulando e distorcendo as cores do Reino Invisível. Era a primeira vez que sentia medo real, um pressentimento de que estava prestes a enfrentar algo mais perigoso do que qualquer enigma anterior.
— Eu estou pronta — murmurou, apertando a lanterna. — Mas… não consigo deixar de pensar em você.
— Estou aqui — respondeu Elior, quase sussurrando — mesmo que não me veja. Sinta a conexão, Luna. Ela é mais forte que qualquer sombra.
Enquanto avançava, uma névoa negra começou a se erguer do chão, envolvendo flores e árvores, e transformando o campo brilhante em uma penumbra ameaçadora. Um rugido baixo ecoou no ar, e diante dela surgiu a forma de um Pesadelo: alto, feito de fumaça escura, com olhos que pareciam engolir tudo ao redor.
— Então é você a Guardiã dos Sonhos — disse a criatura, com uma voz que soava como trovões distantes. — Não posso permitir que a luz continue a crescer.
Luna respirou fundo. — Você não vai vencer — disse firme — Eu protegerei cada sonho, mesmo que tenha que enfrentar todo o Reino Invisível sozinha.
A sombra se moveu rapidamente, e Luna ergueu a lanterna. Raios de luz percorreram o ar, mas a criatura parecia absorvê-los, tornando-se ainda mais densa. Ela sentiu o coração acelerar e pensou em Elior, lembrando-se de como a amizade e o carinho dele sempre lhe davam força.
— Lembre-se de que não está sozinha — ecoou a voz dele na mente dela. — Acredite na sua luz.
Inspirando profundamente, Luna fechou os olhos e focou nos fios de esperança conectados a cada sonho que ela guardava. Sentiu uma energia pulsar através dela, um calor que transformou o medo em determinação. A lanterna brilhou mais intensamente do que antes, e a luz começou a envolver o Pesadelo, revelando imagens de sonhos que ele tentava corromper: uma criança aprendendo a voar, um idoso sorrindo com seu neto, um artista completando sua obra-prima.
— Vocês… não podem ser destruídos — murmurou Luna, sua voz firme e cheia de emoção — Cada sonho é um fio de esperança, e eu não permitirei que desapareçam!
O Pesadelo rugiu, mas começou a se dissolver diante da intensidade da luz. As criaturas de luz que acompanhavam Luna dançavam ao redor dela, amplificando o brilho da lanterna e fortalecendo cada fio de esperança.
— Você conseguiu — disse Cael, surgindo entre as árvores, a expressão orgulhosa — Foi o primeiro grande teste contra a escuridão, e você o venceu.
Luna sentiu uma onda de alívio e alegria. — Não poderia ter feito sem vocês… e sem Elior — disse, fechando os olhos por um instante e imaginando seu sorriso.
— O Reino Invisível é assim — disse Cael, caminhando ao lado dela — cheio de mistérios, enigmas e sombras que testarão seu coração. Mas cada vitória fortalece sua luz, e cada passo que você dá mantém os sonhos vivos.
Enquanto a primeira luz da madrugada começava a tocar o horizonte do Reino Invisível, Luna percebeu algo: enfrentar o Pesadelo não apenas salvou sonhos, mas também a aproximou ainda mais de Elior, mesmo que a distância os separasse.
— Cada desafio me ensina algo sobre mim mesma — murmurou, olhando a lanterna e depois para o céu estrelado acima. — E cada sonho protegido é uma promessa de que a esperança sempre prevalecerá.
Ela sorriu, sentindo o coração aquecido, e avançou pelo campo agora iluminado pela própria luz, sabendo que outros Pesadelos e enigmas viriam, mas também que sua coragem, sua amizade e o amor que sentia poderiam guiar cada passo da jornada.
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Atualizado até capítulo 43
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