Luna avançava pelo Reino Invisível com passos leves, mas cautelosos. Cada movimento seu fazia as folhas brilhantes das árvores sussurrarem, como se o próprio jardim estivesse acordando para saudá-la. Ainda sentia o eco das palavras do Pesadelo: “Não são todos os sonhos que podem ser salvos.”
— Luna… — sussurrou uma voz familiar, desta vez dentro de sua própria mente. Era Elior. — Eu posso sentir você aí. Está segura?
— Eu estou — respondeu ela, sorrindo para o ar vazio, imaginando-o observando de longe. — Mas a noite é mais… intensa do que eu esperava.
— Eu sei — disse ele, em tom suave. — Apenas lembre-se: a luz da sua lanterna não é só sua. Cada sonho que você protege está com você. E eu… — ele hesitou — eu fico aqui, torcendo para que consiga.
O coração de Luna acelerou, e ela sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo. Mesmo distante, Elior a fortalecia. Ele não estava ali fisicamente, mas de algum jeito, ele estava ali — ligado a ela pelos fios invisíveis da amizade e talvez algo mais.
Ela ergueu sua Lanterna das Estrelas. A luz que dela emanava era suave, mas poderosa. Pequenas partículas brilhantes flutuavam pelo ar, formando trilhas que guiavam seu caminho pelo jardim. Cada estrela dentro da lanterna representava um sonho, e cada sonho precisava dela para sobreviver.
— Então é isso… — murmurou Luna, olhando para a luz que piscava entre suas mãos. — A responsabilidade é minha.
Um vento frio passou pelo jardim, trazendo consigo uma sombra ondulante. Luna parou, sentindo o arrepio subir pela espinha. Ela sabia que não era apenas o Pesadelo do capítulo anterior; havia algo mais à espreita.
— Eu estou vendo algo — disse Elior na mente dela, com urgência. — Uma sombra se aproxima. Cuidado!
A Guardiã respirou fundo e segurou firme a lanterna. Ela concentrou sua energia na luz, deixando que ela se expandisse em ondas suaves, banhando cada canto do jardim. A sombra hesitou, recuando diante do brilho que parecia impossível de apagar.
— Você não entende — sibilou uma voz masculina, mais profunda que a anterior. — A escuridão é inevitável. Você não pode salvar tudo.
— Talvez eu não possa salvar tudo — respondeu Luna, com firmeza, — mas enquanto eu puder proteger ao menos um sonho, eu vou lutar.
A sombra, confusa, recuou mais um passo, e Luna percebeu que a lanterna não apenas iluminava o caminho; ela fortalecia os fios de esperança que ligavam cada sonho à vida. Ela podia sentir a presença de Elior mais próxima, quase como se ele estivesse segurando sua mão, mesmo que a distância os separasse.
— Estou com você — murmurou ele, e Luna sorriu, sentindo o calor de suas palavras. — Sempre.
O silêncio voltou a reinar, mas agora não era o silêncio do medo. Era um silêncio de preparação. Luna sabia que outras sombras apareceriam, e que cada noite traria desafios ainda maiores. Mas, por agora, o jardim respirava com ela, as estrelas da lanterna cintilavam e a esperança permanecia viva.
Ela caminhou mais adiante, curiosa, e encontrou um lago de luz líquida. Reflexos de constelações dançavam na água, como se convidassem Luna a mergulhar mais fundo nos mistérios da noite. Ao olhar para o horizonte do Reino Invisível, ela pensou em Elior e no que o futuro poderia trazer: sonhos salvos, desafios vencidos… e talvez, segredos que só ela poderia compartilhar com ele.
— Eu sinto que a noite está apenas começando — murmurou Luna. — E eu estou pronta.
A lanterna pulsou em sua mão, respondendo como se entendesse sua determinação. Entre as estrelas e as sombras, entre o mistério e o romance que a ligava a Elior, a Guardiã avançou, consciente de que cada passo a aproximava não apenas de desafios, mas de descobertas que mudariam sua vida para sempre.
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Atualizado até capítulo 43
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