voz gostosa no ouvido

O silêncio depois da confissão parecia pesar mais que o próprio ar da noite.
Haruka ainda com a mão sobre a boca, a cara meio corada, não encarava Joo.
Mas Joo Sung não tirava os olhos dele, completamente surpreso.
Joo sung
Joo sung
— O quê? — saiu num tom mais alto do que ele queria. — Tá zoando comigo, né?
Haruka virou o rosto devagar, irritado.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Puta que pariu, olha minha cara de quem tá brincando?
Joo piscou algumas vezes, tentando processar.
Era estranho ouvir aquilo de Haruka.
O mesmo Haruka que fazia piada com absolutamente tudo: gays, brancos, pretos, índios, deficientes… não sobrava ninguém.
Haruka sempre tinha sido o “boca suja” da turma, o escroto que ria até em velório.
E agora tava ali, falando sério como nunca.
Joo sung
Joo sung
— Mano… — Joo balançou a cabeça, quase rindo de nervoso. — Eu nunca ia esperar isso de você.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Fala alguma coisa, porra. — Haruka bufou, o coração batendo rápido. — Vai ficar me olhando com essa cara de bosta?
Joo respirou fundo, e então soltou, num tom calmo:
Joo sung
Joo sung
— Tá de boa. Você ainda é você, cara.
Haruka arregalou os olhos, como se tivesse sido pego de surpresa. Uma mistura de alívio e raiva passou pela expressão dele.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Caralho… demorou tudo isso só pra falar uma coisa óbvia? Seu bosta.
Joo riu baixo, balançando a cabeça.
Joo sung
Joo sung
— Tá, mas me fala… quando você percebeu isso?
Haruka pensou por um instante, coçando a nuca.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Acho que no quinto ano… eu me apaixonei pelo professor de educação física.
Joo engasgou, tentando segurar o riso.
Joo sung
Joo sung
— Tá de sacanagem.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Tô falando sério, porra! — Haruka rebateu, mas já começava a rir também. — E teve outra vez… no vestiário, quando um dos caras do basquete ficou pelado do nada… mano, eu fiquei duro.
Joo Sung caiu na gargalhada, dobrando o corpo e batendo a mão no corrimão da ponte.
Joo sung
Joo sung
— NÃO, NÃO, PARA! — ele falava entre risos. — Eu não acredito que você tá me contando isso!
Haruka ria junto, mas cobria a boca com as mãos.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Vai tomar no cu, Joo. Você pediu pra eu contar, agora aguenta!
Quando a risada foi morrendo, os dois ficaram olhando o reflexo da lua na água. O clima voltou a ficar mais sério, mas dessa vez mais leve.
Jin Haruka
Jin Haruka
— E aí? — Haruka quebrou o silêncio. — Você não vai começar a me tratar diferente agora, vai?
Joo olhou pra ele, sério.
Joo sung
Joo sung
— Eu já disse. Você continua sendo você. E não importa se você gosta de cara, de mina, ou se resolver usar saia amanhã. A gente não vai se separar.
Haruka ficou quieto por alguns segundos. O peito parecia menos pesado, e uma risada curta escapou.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Filho da puta… sempre tem que dar uma de herói, né?
Joo sung
Joo sung
— Só tô sendo real.
E ali ficaram por um Tempo.
Mais tarde Quando Haruka abriu a porta de casa, foi recebido por um vulto pequeno correndo na direção dele.
Mina
Mina
— FEDORENTE! — a irmãzinha pulou nele, abraçando com força.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Ai, caralho! — Haruka quase caiu de costas, mas segurou firme. — Tu tá me chamando de fedorento, pirralha?
Ele jogou a mochila no chão e a levantou no colo, carregando até o sofá. Em seguida, a derrubou lá e começou a encher a menina de cócegas. Ela se contorcia e gritava entre risadas.
Mina
Mina
— PARA, PARA, HARU! — ela se debatia, rindo tanto que mal conseguia respirar.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Não vou parar não! — ele respondeu, pegando uma almofada e batendo de leve nela. — Aprende a respeitar teu irmão mais velho!
O barulho chamou a atenção do pai, que apareceu na sala, apoiado no batente com os braços cruzados.
Senhor Jin
Senhor Jin
— O que vocês estão aprontando aí?
Haruka parou, ainda com a almofada na mão
Jin Haruka
Jin Haruka
— Nada demais, só dando uma surra merecida na pirralha.
Senhor Jin
Senhor Jin
— Claro, né — o pai sorriu de canto. — E você? O que fez hoje?
Haruka se jogou no sofá, respirando fundo
Jin Haruka
Jin Haruka
— Saí com o Joo, a gente jogou basquete, depois fomos comer e… sei lá, só demos umas voltas. Foi da hora. — ele fez uma pausa e olhou para a cozinha. — E aí, qual é a janta?
Senhor Jin
Senhor Jin
— Tá na cozinha — o pai respondeu, firme. — Mas vai tomar banho primeiro. Tá cheirando a suor misturado com hambúrguer.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Sempre tem que reclamar, puta merda…
Subiu pro quarto, pegou uma toalha e foi direto pro banheiro.
Ligou o chuveiro e deixou a água quente escorrer pelas costas.
Ficou um tempo parado, pensando na conversa com Joo na ponte. O coração ainda parecia leve por ele ter entendido tão fácil, por não ter julgado.
Aquilo deixava Haruka… feliz, de um jeito que não admitiria em voz alta.
Depois do banho, vestiu um short qualquer e sentou em frente ao PC.
Ligou o Discord e abriu a conversa com Andy, um dos amigos do time.
Andy
Andy
Andy: kkkkkkk tu é muito cancelável, viado
Jin Haruka
Jin Haruka
Haruka: olha quem fala kkkk
Andy
Andy
Andy: onde tu se enfiou o dia todo? sumiu
Jin Haruka
Jin Haruka
Haruka: sai com o joo
Andy
Andy
Andy: pqp eu dormi nas provas hj, tirei zero kkkkk
Jin Haruka
Jin Haruka
Haruka: já tava esperando, tu é um inútil msm
Andy
Andy
Andy: vai se foder kkkk
Trocaram mais algumas mensagens, zoando um ao outro, até que Andy disse que ia sair.
Haruka então colocou o headset na cabeça, ajeitou o microfone e entrou no jogo.
Minutos depois, a tela piscou: chamada de vídeo de Joo.
Haruka atendeu, Ainda sem camisa, sem pensar muito nisso.
Joo sung
Joo sung
— Bora jogar, porra — Joo falou, com o headset na cabeça também.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Já tô aqui, seu animal — Haruka respondeu, abrindo a partida.
Eles ficaram jogando lado a lado, as vozes misturadas ao som do jogo, xingamentos e risadas escapando.
Do outro lado da tela, Joo mal conseguia se concentrar.
O peito nu de Haruka, iluminado pela luz do monitor, chamava atenção demais.
Ele tentava ignorar, mas o incômodo no corpo era óbvio.
Enquanto Haruka falava, distraído, Joo ajeitou-se na cadeira e deixou a mão escorregar discretamente para baixo da mesa.
Massageava o próprio membro por cima da calça, sentindo o coração disparar.
Não entendia por que aquilo acontecia, nem por que era justamente o Haruka que o fazia sentir daquele jeito.
Mas a verdade era inegável: só de olhar para ele, já estava excitado.
Após isso a partida já estava rolando há quase vinte minutos quando Haruka percebeu algo estranho.
Joo estava mais quieto que o normal.
Câmera mostrava o rosto dele vermelho, um brilho de suor na testa.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Ei, cê tá bem? — Haruka perguntou, erguendo a sobrancelha. — Tá com cara de quem tá passando mal, porra.
Joo tentou disfarçar, ajeitando o headset.
Joo sung
Joo sung
— Tô… tô de boa, relaxa.
Mas a voz saiu falhada, e junto veio um som baixo, quase um gemido.
Haruka franziu a testa, confuso.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Que caralho foi isso? Você gemeu, mano?
Joo sung
Joo sung
— N-não… é que eu… — Joo desviou o olhar, apertando os lábios. — Preciso desligar, depois a gente se fala.
Antes que Haruka pudesse insistir, a tela escureceu. O chamado caiu. Ele ficou olhando pro monitor, sem acreditar.
Jin Haruka
Jin Haruka
— Filha da puta… desligou na minha cara.
Do outro lado, Joo encostou a cabeça na cadeira gamer, ainda ofegante.
Não conseguiu mais segurar.
Puxou a calça pra baixo e terminou o que tinha começado, a respiração cada vez mais pesada.
O corpo inteiro parecia em chamas, e a culpa se misturava ao prazer.
O celular vibrou na mesa. Era Haruka, mandando áudios no WhatsApp.
Jin Haruka
Jin Haruka
— “Ô, seu arrombado, desligar na minha cara é falta de respeito, viu?!”
Jin Haruka
Jin Haruka
— “Fala logo que merda foi essa, tá doente ou tá drogado?”
Jin Haruka
Jin Haruka
— “Responde, caralho!”
Joo apertou play nos áudios um por um, e a voz irritada de Haruka encheu o quarto.
Cada Palavrão, cada entonação furiosa, só deixava tudo mais intenso.
Ele se pegou gemendo baixo enquanto se tocava, mordendo o lábio pra abafar o som.
O prazer explodiu no mesmo instante em que o último xingamento de Haruka ecoava pelo fone.
Era errado, era confuso, mas nada parecia mais viciante do que ouvir aquela voz enquanto chegava ao limite.
continua?
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Comments

˖ ˙. ag .୨୧

˖ ˙. ag .୨୧

acho que ele n tem um amg de uma dessas minorias, pq se tivesse n tava chocado kjkjkh

2025-09-10

1

˖ ˙. ag .୨୧

˖ ˙. ag .୨୧

gente?? jgkhlhkhkkjj
ele vai bater uma real? kgkvkhk

2025-09-10

1

°~Ron Kamoo~°

°~Ron Kamoo~°

a gente finge que não percebe /Chuckle/

2025-09-10

1

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