O despertador tocou às 5h30 da manhã, muito antes do horário habitual do antigo emprego de Elias. Mas não havia um pingo de relutância em seus movimentos. Ele saltou da cama com uma energia que há muito não sentia. A ansiedade da véspera tinha se transformado em uma determinação aguçada. Hoje não era sobre prospectar; era sobre entregar.
Camila já estava na cozinha, preparando um café forte. Ela usava um roupão simples, e seus cabelos crespos formavam uma nuvem adorável em torno de seu rosto ainda sonolento. — Bom dia, empresário — ela disse, com um sorriso cansado mas genuíno. — Já separei o pedido na garagem. Está tudo conferido e embalado.
Elias a puxou para um abraço apertado, enterrando o nariz em seus cabelos. — Você é incrível. Nem dormiu direito, foi?
— Dormi o suficiente. O importante é que nosso primeiro cliente fique satisfeito. — Ela se soltou e foi até a mesa, pegando uma pequena planilha impressa. — Olha, fiz uma ficha de controle. Você precisa conseguir a assinatura do cliente ou pelo menos um "ok" por mensagem como comprovante. E aqui, leva alguns panfletos extras. Quem sabe a moça não mostra para as vizinhas?
Ele admirou a eficiência dela. — Veja só você, a CEO da "Casa & Limpeza Express". — Beijou-a rapidamente. — Vou lá fazer a barba.
Às 7h em ponto, o Honda City prata, agora oficialmente o veículo de entregas, estava impecável por dentro e por fora. Elias vestiu a camisa polo com o logo que Camila havia criado — um desenho estilizado de uma casa sendo abraçada por uma seta veloz — e sentiu um frio na barriga diferente. Era o frio da responsabilidade, mas também do orgulho.
A entrega foi no condomínio de alto padrão. O porteiro, diferente do do dia anterior, foi solícito após Elias mencionar o nome da cliente e o número do apartamento. Subiu de elevador, com a caixa de produtos em mãos, sentindo seu coração bater mais rápido.
A porta se abriu e uma jovem com um bebê no colo sorriu. — Ah, que rápido! Pode deixar aí mesmo, por favor.
Elias colocou a caixa com cuidado, entregou a nota fiscal e a caneta. — Se a senhora puder assinar aqui... E aqui estão alguns panfletos, caso precise novamente ou queira indicar.
— Obrigada! — ela disse, assinando rapidamente. — Precisava mesmo, com o pequeno aqui, não tenho tempo para nada. É ótimo saber que tem quem entregue rápido.
— Para servir! — disse Elias, e seu sorriso era tão largo que quase doía seu rosto.
No caminho de volta para o carro, ele sentiu uma onda de euforia tão grande que precisou conter a vontade de gritar. Ele havia feito. Realmente feito. Uma venda concluída, um cliente satisfeito. Enviou uma mensagem rápida para Camila: "Elias: Entregue! Ela adorou a rapidez!".
A resposta veio instantaneamente. "Camila: EU SABIA! Meu homem é bom! Agora, volta para casa, herói. O café está esperando."
O sabor do café daquela manhã foi o melhor de sua vida. Ele e Camila sentaram-se à mesa da cozinha, analisando a pequena venda como se fosse um contrato milionário.
— Olha — disse Camila, com os olhos brilhando sobre a planilha. — O lucro, descontando o custo dos produtos, a gasolina do carro e a embalagem, foi de R$ 18,50.
Elias riu. — Quase vinte conto? É isso?
— É! — ela insistiu, animadíssima. — Elias, é lucro líquido. É o nosso primeiro lucro. E se a gente fizer dez dessas por dia? São R$ 185,00. R$ 3.700,00 no mês, já é uma renda. É um começo!
A matemática dela, aplicada àquela pequena vitória, fez tudo parecer tangível, possível. A semente não apenas havia sido plantada; ela havia dado seu primeiro, tímido, mas vigoroso broto.
O resto do dia foi dedicado à prospecção. Elias, com o moral renovado, abordou os estabelecimentos com outra energia. Já não era um suplicante; era um empresário oferecendo um serviço de valor. Ele não pedia; apresentava soluções. "O senhor já pensou no quanto perde de tempo indo ao atacado? Nós resolvemos isso para o senhor."
Ele não fechou nenhuma venda na hora, mas deixou dezenas de panfletos e colheu alguns "me interessa" genuínos.
À noite, durante o jantar, a atmosfera era de celebração. Letícia brindou com seu suco. — Parabéns, pai! Primeiro de muitos!
— É isso aí, velho — disse Bruno, dando um tapinha nas costas do pai. — Mas lembra, tem que registrar esse lucro direto no caixa da empresa, hein? Nada de misturar.
— Pode deixar, seu futuro contador — brincou Camila. — Já está anotado e separado.
Mais tarde, na privacidade do quarto, a celebração tomou um rumo mais íntimo. A adrenalina do dia ainda corria nas veias de Elias. Ele pegou Camila pela cintura e a puxou para perto, dançando lentamente sem música, no meio do quarto.
— Hoje foi um bom dia — ele sussurrou em seu ouvido. — Mas não teria sido metade do bom sem você.
— O mérito é todo seu, Elias. Você que saiu, enfrentou o medo e vendeu.
— Eu vendi, mas foi você que criou a logística, a marca, o controle. Isso aqui é nosso. — Suas mãos deslizaram para baixo, apertando suas nádegas através do tecido fino do shorts. — E eu quero comemorar nosso sucesso.
Camila riu, um som baixo e convidativo. — E como o sócio majoritário pretende fazer isso?
— Com um merger bem intenso — ele respondeu, capturando seus lábios em um beijo que era ao mesmo tempo terno e possessivo.
Ele a levou para a cama, despindo-a com uma calma deliberada que fazia Camila tremer de anticipation. Ele beijou cada centímetro de pele exposta, venerando o corpo que tanto amava e desejava. Sua boca encontrou seus seios, e ele os amou com devoção, sentindo seus mamilos endurecerem sob sua língua.
Camila arqueava sob seu toque, seus dedos se enterrando em seus cabelos. — Elias... por favor...
Ele a penetrou em um movimento longo e profundo, e um gemido gutural escapou de ambos. O ritmo foi estabelecido: lento, profundo, intenso. Era uma conexão que ia além do físico; era a celebração de uma parceria que estava sendo testada e aprovada, a confirmação de que estavam no caminho certo, juntos. Cada movimento, cada suspiro, cada olhar nos olhos do outro era um reforço do pacto que haviam renovado. A noite terminou com eles entrelaçados, exaustos e completamente satisfeitos, dormindo o sono dos que lutaram e venceram sua primeira pequena batalha.
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Atualizado até capítulo 30
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