6 anos atrás - Você não é velho como eu imaginava

Lucy estava prestes a chegar aos Estados Unidos no jato particular do seu pai Liam, fazia tempo que eles não se falavam pessoalmente desde o divórcio dos pais quando ela tinha 8 anos. Ela estava animada para encontrar ele, contava os minutos para chegar, além do mais tinha uma surpresa para ele, pretendia fazer arquitetura e seguir seu exemplo.

Sua mãe Bella, achava brega demais a filha querer agradar o pai, preferia que ela seguisse a carreira como modelo, já que estava acostumada nesse mundo. Sua mãe era uma famosa atriz e modelo australiana, com 16 anos, Lucy teve sua primeira aparição em um concurso de beleza. Ela queria muito agradar a mãe, mas não conseguia falar em público, câmeras em todo lado, a deixava extremamente nervosa.

O pouso foi tranquilo, Liam não havia ido buscá-la porque estava muito atarefado — em uma conferência — então mandou o motorista da família. Lucy não era muito de falar mas se dava bem com todo mundo que fosse como ela — meio calado —, Max, ela conhecia desde pequena. Perguntou como estavam as coisas, se o pai tinha alguém que não quis contar para ela, mas ele explicou que o foco de Adam era só o trabalho. — ao menos isso era o que Liam dava a entender.

Não demorou muito, eles já estavam de frente para a mansão, Max levou as malas e ela foi à procura do pai. Estava meio perdida, a casa era a mesma mas ainda assim, parecia desconhecida de tanto tempo que não via. A sala era enorme, e disso ela lembrou, gostava de brincar ali quando pequena, continuou explorando a casa até vê-lo pela janela, estava no jardim, sentado em uma mesa de 6 cadeiras com o computador na frente, parecia bem concentrado e ela sabia como atrapalhar.

Sorrateira, ela foi até ele pelas costas. Chegando perto de seu ouvido.

— Pai! — ela deu um grito que o fez pular da cadeira, o susto havia virado alegria quando viu que era sua querida filha 

— Querida. — disse e deu um braço forte e demorado — Me desculpa por não ter ido te pegar no aeroporto, estava e ainda estou preso no trabalho. 

— Não têm problema pai, obrigada pelo jato particular. — ela deu um beijo na bochecha dele e o soltou. 

— Que bom que você gostou. — ele se afastou como se estivesse analisando — Você cresceu muito, está uma mulher linda

— Obrigada pai, não me deixe com vergonha, ok? — disse corando

Ele a puxou para outro abraço até que alguém se aproximou por trás.

— Ah, Adam. Te apresento minha filha. Aquela que te acha um rabugento com 60 anos. — disse seu pai entre gargalhadas 

— Pai. — ela o repreendeu, havia ficado com vergonha 

Sim, ela achava tudo isso e mais um pouco, toda vez que ligava ele estava com seu pai, sempre trabalhando. Ela acreditava que ele não tinha uma vida para cuidar e nem aproveitar, achava que ele era viúvo, por isso pensou que já era um idoso. E seu pai na última ligação confirmou isso, dizendo até que ele queria um novo modelo para a bengala que já estava bem velha — como ele.

— Não me diga, prazer em conhecê-la pessoalmente. — ela não podia deixar de notar sua voz, era grave, excitante talvez, mas ela tentou não pensar nisso, seria desrespeitoso

Ele estendeu a mão e com toda a vergonha do mundo, olhando para o chão ela virou e pegou sua mão, não parecia nada enrugada, aos poucos foi analisando cada detalhe, seu traje era despojado mas ainda assim formal. Calça jeans um pouco apertada, camisa de manga três quartos com três botões de cima abertos, seu aperto de mão era firme mas ainda assim, parecia que ele estava sendo delicado.

Quando ela o encarou, sentiu todos os seus neurônios explodir, sentiu seu estômago revirar e o mundo ao seu redor girar. Ele era lindo, seus olhos eram verdes como a floresta, com certeza ele não parecia ter 60 anos. Seu rosto era de uma pessoa madura e ao mesmo tempo na flor da idade.

Cada ângulo de seu rosto era perfeito, ele tinha um estilo de cabelo de badboy — ficava mais sexy do que já era —, quando seus olhos pousaram na boca dele que estava com um lindo sorriso, ela se desmanchou de vez, sentiu sua boca ficar seca. Ela fechou os olhos para tentar raciocinar e colocar as coisas no lugar, ele era amigo do pai dela, era bem mais velho. Respeito. Respeito. Esse seria seu novo mantra.

— Eu sou a…— a voz dela havia sumido, ela queria enfiar a cabeça embaixo do chão naquele exato momento

— Lucy. Eu sei, seu pai fala muito bem de você.  — Adam não tirava o sorriso do rosto, o que a estava deixando mais nervosa, ela continuava segurada na mão dele que não protestou contra 

— Tá tudo bem filha? — o pai perguntou se aproximando — Está hipnotizada com a beleza do nosso coroa? — disse Liam, pondo as mãos nos ombros de Adam, analisando a reação da filha 

Ela olhou para os dois e colocou a mão livre na garganta, não dava para falar, e não tinha o que falar. Soltou a mão dele, deu meia volta e saiu. Os dois que ainda estavam no Jardim não atenderam nada.

— Fiz alguma coisa errada? — perguntou Adam para seu amigo 

— Não, ela faz isso quando fica nervosa ou impressionada com algo. É um tipo de reação quando ela considera algo ou... — ele parou e franziu as sobrancelhas, Adam não entendeu — Vou ver como ela está, volto daqui a pouco. — em um estalar de dedos, ele havia sumido

Adam só podia esperar, sentou na cadeira e ficou se perguntando se havia feito algo, ele não pôde deixar de notar que ela era muito bonita, cabelos longos, castanhos ondulados. Seu rosto era de um semblante inocente mas ousado, se pegou pensando em tudo que ela achava dele. Será que mudou de ideia? 

Talvez ela realmente não fosse com a cara dele, ele se apegou à esse pensamento e começou a digitar um e-mail que devia enviar para a empresa de construções.

Lucy havia subido a escada e entrando em um quarto aberto — não sabia  exatamente qual seria o seu —, mas pela decoração cor de rosa, era aquele. Ela entrou e sentou nos pés da cama, em frente tinha uma penteadeira com um espelho gigante.

— Lucy, está tudo bem? — perguntou seu pai, entrando no quarto e fechando a porta

— Ah, tá sim. Porque não estaria? — ela sabia muito bem que desde pequena ficava assim quando algo era realmente importante e de alguma forma a impactou

— O que te fez perder a voz? — curto e grosso, ele se aproximou e sentou ao lado da filha 

Ela estava encurralada, o que poderia responder? Amor à primeira vista, pelo amigo do próprio pai? Não, ela precisava de uma desculpa melhor, a questão era encontrar.

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