Capítulo 3

3 - O Fato Ocorrido

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A música de fundo, era uma melodia calma, eu de cara desvendei o estilo musical, era Jazz. O instrumental no fundo denunciava. Eu também adorava Jazz, mesmo que para a maioria dos jovens da minha idade, isso fosse um gosto ultrapassado. O salão estava em meia luz, com focos de luzes nas mesas de comida, e bebida. Já tinha também algumas pessoas dançando no centro do salão. A festa estava realmente animada, e elegante. Desde que entrei no salão eu estava ficando bem incomodado com tantos olhares. Senti que precisava ter certeza qual era o motivo dos olhares. Foi aí que notei o Marcelino, o Office boy da empresa, um garoto de 19 anos, bem mais maduro que a idade dele. Ele estava sempre usando boné, e falava gírias. Dono de um rosto bem comum, pele clara e olhos castanhos. Mesmo em um evento elegante como esse, ele estava de boné. Aquele garoto, era esperto nas ruas, e conhecia todo mundo, o que lhe dava um diferencial, no seu cargo da empresa. Para a minha sorte, Ele estava em um canto perto da mesa de bebidas, e afastado de outros convidados. Eu me aproximei dele discretamente.

- Marcelino, posso fazer uma pergunta, e você me responde com sinceridade?

Marcelino Sangos: Mas é respondo sempre na verdade, irmão. Pode pergunta!

- Estou pagando mico aqui? Tem alguma coisa errada com o minhas roupas ou a maquiagem?

Marcelino Sangos: Pagando mico? Só se for no mundo onde as belezas são ignoradas, se é que me entende?

- Não. Não entendo.

Marcelino Sangos: Meu Irmão, tem espelho na tua casa?

- Ai.. Tem. Só que eu achei que estava bonito.

Marcelino Sangos: Mas tu tá bonito! É isso que eu to falando. Olha só, as mulher, e os homi tão tudo olhando para ti.

- Então é porque eu estou bonito? Ufa! E você também acha, que bom. Sempre te achei bem direto, não preciso me preocupar então. Obrigada Marcelino.

Marcelino Sangos: Acho sim. Porque tu nem parece que é daqui.

- Claro, eu sou um dos poucos negros na cidade né?

Marcelino Sangos: Mas não é disso que eu to falando, meu irmão. Tu é daqueles tipinho, que a gente só vê nas revista. Gente bonita assim, não trabalha tanto que nem tu não. Eles ganham a vida, usando o que tem; beleza. E a gente vê tu ralando aqui até tarde, nesse trampo aqui. E trata até eu bem, não é metido a besta com ninguém. É duas coisas que não costuma existir numa pessoa só sabe? Beleza e Bondade. Quer beber aqui comigo?

Eu já estava estranhando o Garoto me elogiando tanto. Embora eu conhecesse ele como uma pessoa bem sincera, e simples, e com a certeza que ele estava falando a verdade. Para mim, ele acabou se empolgando e estava me flertando.

- Marcelino, tenho que procurar o Pietro primeiro, sabe onde ele está?

Marcelino Sangos: Sei sim. Ele foi para áquela área lá, dos sofazinho preto. Ele mais o Pai, e o Irmão. Acho que é reunião de familia.

- Ah, obrigada!

Marcelino Sangos: Depois tu vem tomar uma aqui comigo? Só uma, para trocar mais uns lero.

- Tá, venho.

Marcelino Sangos: Olha que eu vô cobrar hien!?

- Tá... Tá bom.

Eu me apressei para escapar dele, sorrindo de forma simpática. Mas eu não pretendia voltar ali. Fui na direção do espaço reservado, com as poltronas pretas. Caminhei até um pedaço, e depois parei. "Vai que realmente é uma conversa em família e eu vou atrapalhar?" Resolvi desistir e dei meia volta, quando naquele mesmo momento, escutei meu nome.

"Mariano! Por gentileza, junte-se a nós!"

Era a voz de Humberto Velas, o Pai de Pietro e Breno. Um homem de 60 anos, Cabelos sempre pintados de castanho, sempre com seus óculos de grau, e a bengala. Além de um homem ao seu lado, um segurança e enfermeiro pessoal.

Humberto Velas: Estavamos falando de você, preciso conversar um assunto muito importante. Sente-se aqui do meu lado. Tiger, dê o lugar a ele por gentileza?

O homem se virou para o que estava ao seu lado, que eu não reconheci. Quando ele se levantou, parou na minha frente, e olhou tão dentro dos meus olhos que eu fiquei completamente desconfortável.

Humerto Velas: Ah... Não liga não, Mariano. Esse é o meu segurança pessoal, ele está comigo só a sete meses, provavelmente vocês dois ainda não foram apresentados!

Humberto se levantou e tocou em meu ombro.

Humberto Velas: Tiger, esse aqui é o coração da Terrano. É um jovem inteligente, e excepcional. É dele que eu falava.

Aquele homem sorriu de leve, de uma forma muito estranha. Quando o olhei bem, enquanto saia do lugar para me ceder, eu fiquei espantado. ''Ele era um armário''. Muito maior que o Charlie. O cabelo raspado como um corte militar. Os olhos castanho escuro eram grandes, mas as sombrancelhas trazia uma expressão artificial, como se ele fosse um robô. Ele com certeza deveria ter servido o exercito.

- Obrigada.

Tiger acenou com a cabeça.

Humberto Velas: Ele é tímido Mariano, não costuma falar muito. Agora sim meus filhos, vamos concluir a conversa.

Quando olhei para Pietro, e Breno sentados a minha frente, ambos estavam com a expressão raivosa. "Algo tinha acontecido ali, e os dois estavam muito putos!"

Humberto Velas: Bem, como sabe Mariano... Ah, espere! Tiger, sirva ele de bebida.

- Não senhor, não precisa.

Humberto Velas: Ah... Por favor, não faça essa desfeita.

- Certo.

Tiger encheu uma taça de champanhe para mim.

Humberto Velas: Compramos a segunda sede da Terrano, que vai ser comandada pelo Pietro. A nossa sede aqui, vai precisar da sua ajuda.

Naquele momento, eu olhei para o homem com esperanças.

Humberto Velas: Quero que ensine o Breno, as funções de um Ceo descente! Como o Pietro é.

- Eu? Como posso ensinar algo, que não sei... Senhor.

Humberto Velas: Ahh, não seja modesto. Vemos seu desempenho. Você seria um perfeito Ceo. O Pietro eleva todos os seus atributos. E como ele mesmo disse,

coloca a mão no fogo por você...

Eu olhei para Pietro, e ele me deu um olhar triste. Eu entendi. Ele tentou fazer a vontade dele ser ouvida, mas foi impossível.

Humberto Velas: Então é isso! Ensine Breno a ser o novo Ceo, da Terrano Matriz! Vamos brindar?

Nesse momento eu olhei para Breno, e ele me devolveu um leve sorriso, antes de brindarmos.

Na melhor oportunidade que tive, escapei deles. Novamente, aquela vontade de chorar me veio. Eu não podia chorar ali. Alguém poderia ver. Então, peguei mais duas taças de champanhe. E virei uma após a outra. O que eu precisava, era rir. Mesmo que tudo estivesse um caos. Mesmo que eu tivesse que treinar um homem que não merecia aquela oportunidade. "Fazer o que, ele era o filho do ricasso, não eu." A minha expressão provavelmente chamou a atenção de Genaro, que estava na ponta da mesma mesa que eu estava pegando as taças. Ele me olhou, e continuou olhando e eu o ignorei.

- "Espero que esse chato não venha falar comigo. Estou bem irritado. Sou capaz de quebrar um taça dessas na cara dele!"

De repente, senti a mão de alguém na minha cintura. Eu só me virei, furioso.

- Eu sabia que ia fazer isso, seu monte de lixo! Não me toque!

Quando olhei direito, era o Pietro. As pessoas ao redor, ficaram olhando para nós dois. Meu cérebro não conseguia processar nada, agora o que estava ruim, ficaria pior. Acabei de chamar o Ceo da empresa de "monte de lixo" na frente de todos, agora, eu provavelmente ia perder o emprego.

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Comments

Edivania Gomes

Edivania Gomes

porraa

2025-09-07

0

Valdiceia Santos

Valdiceia Santos

agora ferrou tudo

2025-09-07

1

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