Poucos minutos depois de Natanael chegar à sala, a porta se abriu novamente — e, para sua surpresa, Ayla entrou.
Ele arregalou os olhos, sem entender o que ela fazia ali, e fez um gesto discreto, como quem pergunta em silêncio: “Você estuda aqui?”
Ayla apenas sorriu de leve e seguiu para o fundo da sala, onde sempre se sentava, afastada de todos.
Durante a aula, Natanael não conseguia se concentrar. De tempos em tempos, lançava olhares disfarçados em direção ao fundo, observando Ayla com curiosidade. Ela, por sua vez, fingia não perceber, mesmo sentindo o peso do olhar dele em suas costas.
Quando a aula terminou, Ayla começou a guardar os materiais com calma. Antes que pudesse se levantar, Natanael se aproximou.
— Natanael - É sério mesmo que você estuda Medicina? E ainda na minha turma?
— Ayla - E por que o espanto?
— Natanael - Fala a verdade... você começou hoje, não foi?
Ayla ergueu o olhar, um pequeno sorriso irônico surgindo em seus lábios.
— Ayla - O fato de você nunca ter me notado, Natanael, não significa que eu tenha começado hoje. Agora, com licença, preciso ir.
Ela se dirigiu à porta, mas Natanael a seguiu, tentando se justificar.
— Natanael - Ei, desculpa... não quis ser rude. Só fiquei surpreso em saber que você estuda comigo.
— Ayla - Tudo bem. Mas eu realmente preciso ir almoçar. Com licença.
— Natanael - Me deixa ir com você? A gente pode conversar, trocar uma ideia... quem sabe até o número de telefone?
Ayla parou e virou-se, encarando-o diretamente nos olhos.
— Ayla - Escuta, eu agradeço de verdade por ter me ajudado hoje, mas acho melhor continuarmos como antes: dois desconhecidos. Afinal, você tem namorada — e ela pode interpretar mal as coisas.
Ela se virou para sair, mas a voz de Natanael a fez parar, ainda de costas para ele.
— Natanael - Eu não tenho namorada. Não mais. Já faz quatro meses que terminei com a Lídia.
Ayla sentiu algo estranho no peito — um leve alívio, talvez? Mas preferiu ignorar o que sentia. Sem olhar para trás, apenas respondeu:
— Ayla - Eu sinto muito.
No refeitório, Ayla entrou na fila, pegou sua bandeja e procurou uma mesa mais afastada, como sempre fazia. Gostava do silêncio, da discrição, de não chamar atenção. Mas, poucos minutos depois, Natanael apareceu, puxou uma cadeira e se sentou à sua frente com um sorriso descontraído.
— Natanael - Posso me sentar aqui com você?
Ayla levantou a cabeça, surpresa ao vê-lo ali.
— Ayla - Claro... mas e os seus amigos?
Antes que ele pudesse responder, os amigos de Natanael chegaram. Em vez de ignorarem Ayla, cumprimentaram-na com simpatia e começaram a conversar naturalmente. Pela primeira vez, ela se sentiu vista — não por causa de um acidente ou de um comentário maldoso, mas por simplesmente estar ali.
Ayla relaxou, e um pequeno sorriso surgiu em seu rosto. A sensação era nova — aconchegante.
Enquanto isso, Natanael não conseguia tirar os olhos dela. Seus traços pareciam ainda mais delicados sob a luz suave do refeitório. A pele clara e natural, o cabelo solto caindo em ondas suaves sobre os ombros... Ayla era linda de um jeito simples, genuíno. Não usava maquiagem marcante nem roupas chamativas — e talvez fosse justamente isso que a tornava tão fascinante.
Natanael se perguntou como nunca a havia notado antes.
Não era apenas sua beleza que o encantava, mas a doçura em seus gestos, a serenidade no olhar, a gentileza com que falava. Havia algo em Ayla que o atraía de um modo novo — algo que ele não conseguia explicar, mas que o fazia querer conhecê-la mais.
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Atualizado até capítulo 103
Comments
Rosaura Schmidt
estou gostando é uma história simples e sem nenhuma ignorância continua assim autora está legal🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷❤️❤️❤️❤️❤️❤️
2025-11-01
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