Pedro e Vite caminhavam pelo jardim japonês da cidade. O lugar era lindo: flores rosadas, salgueiros caindo sobre a água, e uma ponte arqueada de madeira atravessando o lago.
— Eu não entendi até agora por que você me chamou aqui. Pedro disse, ajeitando a mochila.
— Porque eu sou uma amiga maravilhosa.
Vite respondeu, já correndo até a ponte.
— E também porque esse é o cenário perfeito pra treinar suas habilidades de flerte.
Pedro suspirou.
— Eu não preciso treinar flerte.
— Precisa sim. ela rebateu, subindo os degraus da ponte.
— Do jeito que você é, vai acabar pedindo “um beijo sem beijo”.
Pedro revirou os olhos, mas seguiu atrás dela.
— Você e a Luru deviam formar um grupo de stand-up só pra zoar minha vida.
Vite parou no meio da ponte, olhando o reflexo da água.
— Brincadeiras à parte…
ela disse, agora num tom mais suave.
— O Rafa gosta de você, sabia?
Pedro arregalou os olhos.
— O quê?
— Eu conheço ele. Trabalhamos juntos há anos. — Vite sorriu de canto.
Ele nunca riu tanto com ninguém como ri com você.
Pedro ficou em silêncio, encarando o lago. O coração acelerava só de ouvir aquilo.
Vite então empurrou de leve o ombro dele.
— Só não estraga tudo tentando ser alguém que você não é. Ele gosta do Pedro atrapalhado, não de uma versão fake.
Pedro respirou fundo e sorriu, um pouco envergonhado.
— Valeu, Vite.
— De nada.
ela respondeu, já descendo a ponte.
— Agora vem, antes que eu te empurre no lago só para animar a cena.
No Café Aurora, Caio aparece cedo, antes mesmo de Pedro chegar. Ele se encosta no balcão, olhando desconfiado para Rafael.
Caio
— Então… você e o Pedrão, hein?
Rafael servindo um café, sem levantar muito a cabeça
— O que tem a gente?
Caio
— Eu sei.
Rafael arquea a sobrancelha
— Sei o quê?
Caio sério, dramático demais
— Sei que você gosta dele.
Rafael dando um sorriso de canto
— Sei. Claro que eu sei. Tu tá se intrometendo demais, Caio.
Caio
— Relaxa, mano, eu só quero entender! Vocês são amigos há anos, né?
Rafael encostando no balcão, olhando fixo
— Amigos, sim. Mas isso não te dá passe livre pra investigar como se fosse CSI.
Caio rindo, levantando as mãos
— Tá bom, tá bom. Só queria ter certeza de que você não vai fazer meu brother sofrer.
Rafael mais sério, mas ainda calmo
— Eu não vou. Mas também não preciso da sua aprovação.
Caio pausa dramática, depois sorri
— Ok… gostei de você. Direto ao ponto. Mas se ele chorar por tua causa, eu vou te fazer ouvir sertanejo universitário no repeat até você pedir perdão.
Rafael rindo alto
— Essa ameaça foi… criativa.
Os dois se encaram por um segundo, até que Pedro entra no café todo atrapalhado, quase tropeçando na porta. Caio e Rafael trocam um olhar cúmplice.
Caio
— Tá vendo? Esse aí é edição limitada. Cuida bem.
Rafael sorrir
— Eu sei.
As duas já estavam tramando algo só pelo jeito que cochichavam. De repente, Marcos, um cliente novo, se aproxima.
Marcos
— Oi, desculpa interromper, mas… eu só queria dizer que adorei seu casaco.
olhando para Pedro
— Ficou ótimo em você.
Pedro sem jeito, vermelho
— Ah… valeu… é… promoção…
Luru olhando pra Vite, maliciosa
— Opa. Temos concorrência?
Vite batendo palmas
— Amei! Finalmente alguém reparou no charme escondido do Pedro.
Pedro
— Gente, para! Ele só elogiou meu casaco!
Marcos rindo, confuso
— É… só isso mesmo. Mas vocês parecem estar numa reunião secreta aqui, vou deixar vocês em paz.
vai embora
Assim que ele sai, Luru e Vite explodem em risadas.
Luru
— Você viu? O cara mal chegou e já tá jogando charme!
Vite
— Pois é, Pedro. Melhor avisar o Rafa que tem fila de espera.
Pedro tampando o rosto com as mãos
— Vocês duas vão me matar de vergonha.
Luru
— Vergonha não mata, mas dá material pra gente rir por semanas.
Vite
— Concordo. E, sinceramente, a cara que o Rafa fez do balcão… priceless.
Pedro olha de canto e percebe Rafael no balcão, de braços cruzados, claramente prestando atenção na cena. Pedro engole em seco.
Pedro pensando no que acabou de acontecer
— Socorro…
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Atualizado até capítulo 36
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