Café com Confusão
Rafael, o barista, parecia ter saído direto de um comercial: cabelo bagunçado no ponto certo, sorriso fácil e um avental que, de alguma forma, parecia ter sido desenhado sob medida para ele. Pedro o observava como se fosse uma obra de arte… até que Rafael percebeu.
— Oi. Vai querer alguma coisa?
perguntou o barista, apoiando-se no balcão.
Pedro engoliu em seco.
— É… sim… eu quero um expresso.
Rafael sorriu.
— Ok, um expresso.
começou a anotar.
Pedro, nervoso, acrescentou:
— Mas… sem café.
Silêncio. O barulho da máquina de moer grãos parecia zombar dele.
Rafael arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo.
— Você… quer um expresso sem café?
Pedro piscou várias vezes, tentando desfazer a burrada.
— É… tipo… sabe… uma versão mais… fitness?
Rafael segurou o riso.
— Certo. Vou te trazer… água.
Pedro afundou o rosto nas mãos.
— Eu vou embora.
— Não vai não. — disse Rafael, rindo, já preparando algo na máquina. Pouco depois, colocou na frente de Pedro um cappuccino perfeito, com espuma generosa. No topo, escrito em calda de chocolate: “Relaxa”.
Pedro arregalou os olhos.
— Você escreveu isso pra mim?
— Claro. Achei que você precisava de um lembrete.
Rafael piscou.
Pedro ficou vermelho como um tomate.
— Eu sou horrível nisso, né?
— Horrível em pedir café, talvez. Mas… divertido de assistir.
Rafael apoiou o queixo na mão.
— E quem sabe, divertido de conhecer.
Pedro quase engasgou no primeiro gole. Mas uma coisa era certa: aquele cappuccino tinha gosto de início de alguma coisa boa.
Pedro ainda encarava o cappuccino com a palavra “Relaxa”, tentando decidir se ria ou se se enterrava vivo. Foi quando ouviu uma voz atrás dele:
— Você pediu… um café sem café?
perguntou Luru, se aproximando com uma expressão incrédula.
Pedro virou-se, corado.
— Você tava ouvindo?!
— O bairro inteiro tava ouvindo.
ela se jogou na cadeira ao lado dele, abrindo o notebook.
— Parabéns, você oficializou o título de “pior flerte de todos os tempos”.
Rafael, atrás do balcão, riu baixinho.
— Ei, não pega pesado. Foi criativo.
Vite se apoiou no balcão e piscou para Pedro.
— Relaxa. Eu só quero garantir que o Rafa finalmente pare de só sorrir pros clientes bonitos e faça alguma coisa a respeito.
Rafael suspirou, cobrindo o rosto.
— Vocês duas vão me matar.
Pedro, apesar da vergonha, sentiu o coração disparar. Talvez… só talvez… estar cercado de “cúpidas caóticas” fosse exatamente o que ele precisava.
Pedro piscou, confuso.
— Cupida… o quê?
Luru gargalhou.
— Ai, que maravilha. Agora você tem duas pessoas pra ferrar sua vida amorosa.
Pedro entrou no apartamento, largou a mochila no sofá e suspirou alto.
— Eu não acredito que a amiga do Rafael se apresentou como “cupida oficial”.
ele resmungou, jogando-se na cama.
Do nada, ouviu barulho de chave. A porta abriu.
— Trouxe pizza!
gritou Luru, entrando sem pedir permissão como sempre
— Você tem cópia da minha chave? — Pedro perguntou, incrédulo.
— Não, mas você sempre esquece na porta. — Luru respondeu, abrindo a caixa de pizza e se jogando no sofá.
— Agora me conta: o sorriso do barista valeu o mico ou não?
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Atualizado até capítulo 36
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