Capítulo 3 – Confusões, Beijos e Ciúmes
A noite terminou em caos para Elena e Bia. Ambas muito bebadas, tiveram dificuldades para se manter em pé e João, percebendo que não poderiam se cuidar sozinhas, interveio sem hesitar.
Elena, ainda zonza e rindo descontroladamente, acabou tirando parte da roupa sem perceber a gravidade da situação. João, em choque e sem saber como reagir, rapidamente agiu com firmeza, cobrindo-a com um casaco que estava à mão.
— Elena! Bia! Calma, vocês precisam se vestir direito! — disse, controlando a raiva e a preocupação ao mesmo tempo.
Ele as levou até um quarto, certificou-se de que estavam deitadas, cobriu-as e ajustou os travesseiros. Só então saiu do quarto, aliviado por terem se recuperado sem consequências mais sérias.
Pedro, que acompanhava tudo de perto, estava extremamente irritado.
— Isso já passou dos limites! — resmungou para si mesmo. — Elena só enxerga João… e eu estou cansado disso!
No dia seguinte, a ressaca era inevitável. Elena e Bia acordaram com os olhos pesados, roupas desarrumadas e memórias confusas da noite anterior. João já havia saído cedo para o hospital, enfrentando uma cirurgia complicada, deixando as meninas sozinhas para se organizarem.
— Vamos para a faculdade — disse Bia, ainda boquiaberta com tudo que tinha acontecido, enquanto se arrumavam.
Elena tentou não pensar demais, mas seu coração ainda batia acelerado.
Ao chegarem em casa após a aula, Pedro a chamou para dar uma volta pela varanda. Elena o seguiu, curiosa. Assim que estavam a sós, Pedro parou e olhou fixamente para ela.
— Elena… — começou, com firmeza, aproximando-se. — Eu preciso te dizer uma coisa.
Antes que ela pudesse reagir, ele a puxou para perto e a beijou de surpresa. Elena ficou chocada, mas não conseguiu se afastar imediatamente.
— Eu sou apaixonado por você, Elena. — Pedro continuou, a voz carregada de emoção. — E vou conquistar o seu coração. Mas agora… não diga nada. Só pense.
Elena ainda estava em estado de choque, sem saber como reagir. Antes que pudesse processar o beijo, João chegou do hospital.
Ele parou na porta da varanda, o rosto tomado de raiva e surpresa ao ver Pedro beijando Elena.
— O que diabos está acontecendo aqui?! — gritou, a tensão explodindo.
Pedro recuou, mas não tirou os olhos de Elena.
— João… calma. Eu só… — tentou se explicar.
João cruzou os braços, o olhar fixo e a respiração pesada.
— Isso já passou dos limites! — disse, claramente furioso. — Elena, você precisa entender que não pode brincar com isso…
O clima na varanda ficou carregado. Elena estava confusa, Pedro determinado, e João… completamente tomado pelo ciúme e pela raiva, sem saber como lidar com os próprios sentimentos.
A tensão entre os três não podia ser maior, e todos sabiam que aquela noite marcaria o início de uma guerra silenciosa pelo coração de Elena.
Os dias seguintes foram pesados na casa. Depois do beijo de Pedro, nada parecia estar no lugar. Elena tentava se concentrar na faculdade, mas o olhar de João cada vez que a encontrava a deixava confusa e nervosa. Ele estava diferente.
De repente, João passou a levar mulheres para casa com frequência. Cada noite, uma diferente. Sempre bonitas, perfumadas e rindo alto, atravessando a sala como se a casa fosse delas.
Elena fingia não se importar, mas cada risada ecoava como um soco em seu peito.
“Ele nem liga para mim… para ele eu sou só a amiga da Bia. Nada mais.”
Pedro notava cada reação dela, e aproveitou a oportunidade.
— Elena, não adianta sofrer por ele. — disse certo dia, quando a encontrou sozinha na varanda. — Ele nunca vai te olhar como você merece. Mas eu… eu posso.
Elena hesitou, mas naquele momento o orgulho falou mais alto.
— Talvez você tenha razão, Pedro. — sussurrou, olhando para ele.
E foi assim que os dois começaram a se envolver. No começo, apenas beijos roubados e conversas no silêncio da noite. Depois, encontros cada vez mais íntimos. Elena dizia a si mesma que era “sem compromisso”, apenas uma forma de esquecer João. Mas, no fundo, cada toque de Pedro era também uma fuga da dor que sentia por amar o irmão errado.
João, no entanto, não demorou a perceber. A cada vez que passava pela sala e via Pedro e Elena rindo juntos, a cada vez que notava o brilho no olhar dela, a raiva crescia dentro dele.
Certa noite, ao descer para pegar água, encontrou os dois na cozinha, rindo baixo, muito próximos. O sangue ferveu.
— O que está acontecendo aqui? — a voz dele saiu dura, seca.
Elena corou imediatamente, afastando-se de Pedro.
— Nada… estávamos só conversando. — disse, tentando soar tranquila.
Pedro, por outro lado, manteve a postura.
— Se te incomoda tanto, João, talvez seja porque você não sabe lidar com o fato de que a Elena está comigo agora.
João fechou os punhos, a respiração pesada, mas não respondeu. Subiu as escadas de volta, cada passo ecoando como um trovão. Por dentro, estava em chamas.
“Ela é só a melhor amiga da minha irmã. Eu não posso… não devo… Mas por que diabos não consigo suportar vê-la com o Pedro?”
Naquela noite, João não conseguiu dormir. O som das risadas de Elena com Pedro ainda ecoava em sua mente, misturado à raiva e ao desejo que tentava negar.
A guerra silenciosa dentro daquela casa tinha acabado de começar.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 47
Comments