༺𓆩𓆪༻Ep:𝟎𝟏༺𓆪𓆪༻
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ɪɴsᴛʀᴜᴄ̧ᴏ̃ᴇs: ﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏✎
❦⃤►𝐏𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫 𝐥𝐞𝐢𝐚 𝐚𝐬 𝐢𝐧𝐬𝐭𝐫𝐮𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐭𝐞𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚.
『••✎••』➪ (𝑒𝑥𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜/𝑡𝑟𝑎𝑑𝑢𝑐̧𝑎̃𝑜)
『••✎••』➪ {𝐿𝑢𝑔𝑎𝑟/𝑁𝑎𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟}
『••✎••』➪ 𝐺𝑅𝐼𝑇𝐴𝑁𝐷𝑂/𝐹𝐴𝐿𝐴𝑁𝐷𝑂 𝐴𝐿𝑇𝑂
『••✎••』➪ ~ 𝑆𝑢𝑠𝑠𝑢𝑟𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜
『••✎••』➪ *𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜/𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜/𝑎𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒*
『••✎••』➪ 𝐺-𝑔𝑎𝑔𝑢𝑒𝑗𝑎𝑛𝑑𝑜 ... 𝐺-𝑔𝑎𝑔𝑢𝑒𝑗𝑎𝑛𝑑𝑜
『••✎••』➪ 💭𝑃𝑒𝑛𝑠𝑎𝑛𝑑𝑜💭
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✧⊰∘☽༓☾∘∙⊱•𝐀 𝐯𝐢𝐮́𝐯𝐚 𝐝𝐞 𝐁𝐥𝐚𝐜𝐤𝐰𝐨𝐨𝐝•⊰∙∘☽༓☾∘⊱✧
{𝐑𝐞𝐬𝐭𝐚𝐮𝐫𝐚𝐧𝐭 𝐆𝐨𝐫𝐝𝐨𝐧 𝐑𝐚𝐦𝐬𝐚𝐲}
O brilho discreto das luzes do Restaurant Gordon Ramsay refletia no vidro negro do carro enquanto este parava suavemente diante da entrada. Catherine Ashford Blackwood desceu, como se cada movimento tivesse sido ensaiado mas, na verdade, era pura naturalidade lapidada por anos de controle absoluto sobre si mesma.
{𝐑𝐞𝐜𝐞𝐩𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐨 𝐑𝐞𝐬𝐭𝐚𝐮𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞}
A recepcionista, uma jovem elegante em seu uniforme impecável, endireitou-se assim que a viu. Reconheceu-a de imediato.
???
Recepcionista:
Lady Blackwood, é um prazer recebê-la novamente.
O tom respeitoso carregava também algo mais: um traço de admiração, talvez um resquício de fascínio que ela sempre inspirava.
Catherine Ashford Blackwood
O prazer é todo meu
Catherine Ashford Blackwood
respondeu Catherine, a voz suave e perfeitamente modulada, como se cada sílaba tivesse sido escolhida com cuidado.
Ela a conduziu pelo salão, onde olhares curiosos se voltavam discretamente em sua direção. Ela não os notava ou, melhor dizendo, fingia não notar. Sua atenção parecia estar voltada apenas ao caminho.
{𝐌𝐞𝐬𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐞𝐫𝐯𝐚𝐝𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐂𝐚𝐭𝐡𝐞𝐫𝐢𝐧𝐞}
Chegaram à mesa que ela mesma havia reservado, um canto estratégico com vista para quase todo o salão. Catherine pousou a bolsa sobre a cadeira ao lado, sentando-se com a postura perfeita de quem domina o ambiente sem esforço.
???
Recepcionista:
Deseja que o garçom traga a carta de vinhos, Lady Blackwood ?
Perguntou o recepcionista.
Catherine Ashford Blackwood
Sim, por favor.
O leve sorriso que acompanhou suas palavras deixou no ar uma promessa indefinida doce ou perigosa, ninguém poderia dizer.
O garçom aproximou-se com passos silenciosos, equilibrando nos braços a carta de vinhos e o menu. Inclinou-se levemente diante dela, oferecendo primeiro o cardápio de bebidas.
Catherine ergueu os olhos devagar, prendendo-o por um instante no peso de seu olhar. Não era intimidador, mas havia ali uma firmeza que poucos ousariam sustentar.
Catherine Ashford Blackwood
Obrigada
disse, aceitando a carta de vinhos com um movimento elegante dos dedos.
Ela a abriu, folheando sem pressa. Seus olhos percorriam a lista, mas era evidente que não precisava pensar muito. Já sabia o que queria antes mesmo de chegar. Fechou o cardápio com delicadeza, entregando-o de volta.
Catherine Ashford Blackwood
Um Château Margaux 2015. Uma taça, por favor.
Pronunciou com a naturalidade de quem conhece cada safra como se fossem velhos amigos.
Aceitou o menu, dando-lhe apenas alguns segundos de atenção. Suas escolhas eram tão certeiras quanto seus comentários calculados em uma conversa.
Catherine Ashford Blackwood
Para começar, vieiras salteadas. Em seguida, cordeiro com crosta de ervas.
O garçom anotou rapidamente, quase sem precisar confirmar. Catherine apoiou o queixo de leve sobre a mão, observando-o afastar-se. Seus olhos, no entanto, desviaram-se para o reflexo no espelho ao fundo do salão. Uma figura havia acabado de entrar.
{𝐍𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐩𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐨 𝐑𝐞𝐬𝐭𝐚𝐮𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞}
Na recepção, a porta giratória deixou passar uma rajada leve de ar noturno junto a uma nova presença. Ophelia Ashford entrou no salão com passos decididos, embora sua expressão denunciasse impaciência.
Seus cabelos loiros, presos de forma apressada, refletiam a luz quente do ambiente; os olhos azuis faiscavam, não por encanto, mas por uma altivez quase desafiadora.
Ophelia Ashford Strathmore
Estou aqui para encontrar Catherine Blackwood.
Ophelia Ashford Strathmore
Anunciou à recepcionista, sem qualquer traço de hesitação.
A recepcionista, treinada para manter a compostura, verificou rapidamente a lista de reservas.
???
Recepcionista:
Claro, senhora. Acompanhe-me, por favor.
Enquanto atravessavam o salão, Ophelia parecia indiferente aos olhares que pousavam sobre ela alguns curiosos, outros avaliadores. Suas roupas destoavam do ambiente: peças baratas, mas combinadas de maneira que gritava falta de harmonia, como um quadro valioso pendurado em uma moldura de plástico.
Ao se aproximarem da mesa, Catherine já havia erguido o olhar. Um sorriso contido se formou, mas seus olhos não revelavam surpresa alguma.
Catherine Ashford Blackwood
Ophelia, que agradável surpresa agradeço que tenha aceitado meu convite.
Disse Catherine, a voz suave, quase aveludada.
Ophelia retribuiu com um sorriso rápido e um beijo no ar, sem se sentar de imediato.
Ophelia Ashford Strathmore
Espero não estar interrompendo nada… importante.
Catherine Ashford Blackwood
De modo algum.
Catherine fez um gesto elegante indicando a cadeira à frente.
Catherine Ashford Blackwood
Sente-se. Pedi um vinho excelente, creio que vai gostar.
Ophelia acomodou-se, cruzando as pernas e ajeitando a saia de forma pouco graciosa. Seus olhos percorriam o ambiente como quem avalia mais para criticar do que para admirar. Catherine, por outro lado, apenas observava a irmã, o vinho que se aproximava na bandeja do garçom, e o jogo silencioso que começava a se desenrolar naquelas primeiras palavras.
O garçom acabara de servir o vinho quando Ophelia pousou a taça intocada à sua frente, cruzando os braços sobre a mesa. Seu olhar azul, afiado, fixou-se na irmã.
Ophelia Ashford Strathmore
Você sabe que eu não tenho tempo… e muito menos dinheiro para bancar algo nesse lugar.
As palavras saíram secas, carregadas de uma franqueza que destoava do ambiente refinado.
Ophelia Ashford Strathmore
Então, por que exatamente me chamou aqui?
Catherine manteve o sorriso, mas sua postura pareceu ganhar ainda mais compostura.
Catherine Ashford Blackwood
É sobre as crianças.
A frase veio calma, sem qualquer hesitação.
Um silêncio denso se instalou entre as duas. O olhar de Ophelia estreitou-se, e Catherine percebeu. Não precisava ser vidente para prever que a irmã interpretaria aquelas palavras como uma tentativa de intromissão.
Ophelia reclinou-se na cadeira, cruzando as pernas com um movimento brusco.
Ophelia Ashford Strathmore
Os meus filhos não são assunto seu, Catherine.
A elegância da mais velha permaneceu intacta.
Catherine Ashford Blackwood
Oh, minha querida… eles são minha família também.
Sua voz estava carregada de uma doçura ensaiada, aquela que soava genuína para todos, exceto para quem a conhecia de verdade.
Ophelia soltou uma risada breve, sem humor.
Ophelia Ashford Strathmore
Se está pensando que vou aceitar dinheiro, pode poupar seu tempo. Eu me viro.
Atrás do sorriso de Catherine, algo brilhou por um instante não exatamente surpresa, muito menos frustração, mas uma faísca calculista. Ela apoiou o cotovelo na mesa e inclinou-se levemente para a frente.
Catherine Ashford Blackwood
Eu não ofereci dinheiro.
Suas palavras foram suaves, mas carregadas de uma promessa implícita.
Catherine Ashford Blackwood
Eu gostaria de colocar as crianças em uma boa escola particular. Um lugar onde possam receber a educação que merecem.
Ophelia apertou os lábios, como se a proposta tivesse o peso de uma ofensa.
Ophelia Ashford Strathmore
Não
A resposta veio firme, quase cortante.
Ophelia Ashford Strathmore
Não preciso da sua ajuda. Eles estão bem onde estão.
Catherine Ashford Blackwood
Bem?
Catherine inclinou a cabeça ligeiramente, o tom não era de escárnio, mas de uma curiosidade carregada de significado.
Catherine Ashford Blackwood
Você sabe que o mundo é cruel com quem não tem as armas certas… e educação é a arma mais importante que existe.
Ophelia Ashford Strathmore
Eles têm a mãe deles. Isso basta.
Ophelia apoiou as mãos na mesa, como se quisesse encerrar o assunto ali mesmo. O orgulho estava estampado no rosto, misturado a uma teimosia que Catherine conhecia melhor do que ninguém.
Por dentro, Catherine não se irritou. Pelo contrário, um canto de sua mente sorriu. Teimosia é apenas outra forma de cegueira… e cegos são fáceis de guiar.
Ela recostou-se na cadeira, o sorriso voltando aos lábios como uma peça perfeitamente ajustada.
Catherine Ashford Blackwood
Claro, minha querida. Foi apenas um pensamento.
O garçom aproximou-se com a entrada, interrompendo a tensão. Catherine agradeceu com um aceno quase imperceptível, mas seus olhos, por um instante, ficaram sobre Ophelia.
Catherine Ashford Blackwood
Eu respeito sua decisão.
O tom era tão sereno que poderia enganar qualquer um… menos quem soubesse ler as entrelinhas.
Catherine Ashford Blackwood
Mas… se mudar de ideia, basta me ligar.
A frase foi dita como quem oferece uma porta aberta, mas a chave, na verdade, permanecia firmemente em suas mãos.
Ophelia manteve o olhar fixo na irmã por alguns segundos, procurando algum sinal de provocação. Não encontrou. Catherine parecia genuinamente tranquila, como se o assunto estivesse morto ali.
Catherine, no entanto, já sabia que não precisava insistir. O orgulho é uma muralha alta, mas com o tempo… até muralhas cedem.
O resto da refeição seguiu com uma conversa superficial, recheada de amenidades.
Catherine Ashford Blackwood
E… o pai das crianças?
Ophelia soltou um suspiro curto e, sem responder de imediato, levou a taça aos lábios, virando um gole generoso. O cristal tilintou levemente ao ser pousado de volta na mesa.
Ophelia Ashford Strathmore
Aquele canalha…
começou, a voz carregada de amargura.
Ophelia Ashford Strathmore
Levou tudo o que eu tinha. Todo o dinheiro que juntei, todas as economias… e ainda teve a audácia de fugir com outra.
Catherine permaneceu imóvel, apenas inclinando a cabeça, como quem ouve com genuína empatia. Seus olhos, no entanto, estavam atentos a cada palavra, como se as guardasse em uma gaveta mental cuidadosamente etiquetada.
Ophelia Ashford Strathmore
E o pior…
continuou Ophelia, segurando a taça como se fosse um escudo
Ophelia Ashford Strathmore
é que deixou as crianças perguntando por ele. Como se um dia ele fosse voltar.
Um silêncio breve pairou entre as duas. Catherine apenas assentiu lentamente, como se compreendesse cada dor, mas sem deixar transparecer nenhum julgamento.
Catherine Ashford Blackwood
Isso é imperdoável, minha querida irmã.
disse por fim, tocando levemente a mão da irmã, num gesto calculado de apoio.
Catherine Ashford Blackwood
E é exatamente por isso que…
ela pausou, como quem pensa se deve ou não prosseguir
Catherine Ashford Blackwood
você precisa ser mais forte do que nunca.
Ophelia respirou fundo, e pela primeira vez naquela noite, seu olhar pareceu menos defensivo. Catherine sabia que estava quebrando, pouco a pouco, a armadura da irmã.
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