༺𓆩𓆪༻Ep:𝟎𝟒༺𓆪𓆪༻
✧⊰∘☽༓☾∘∙⊱•𝐀 𝐯𝐢𝐮́𝐯𝐚 𝐝𝐞 𝐁𝐥𝐚𝐜𝐤𝐰𝐨𝐨𝐝•⊰∙∘☽༓☾∘⊱✧
𝑪𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝑵𝒂𝒓𝒓𝒂𝒕𝒊𝒗𝒂『••✎••』
Grigori, ainda tenso, desceu cuidadosamente até a sala principal da mansão, pegou o telefone e discou rapidamente o número da residência do Patriarca da Família Blackwood.
Do outro lado da linha, a voz grave do mordomo atendeu:
Percival Hargreaves
📞Mansão Blackwood, quem fala ?
Grigori Vasiliev Petrov
📞 Senhor, aqui é o segurança da residência do Sr Thomas. Aconteceu um incidente grave: o Senhor da casa foi encontrado morto, e a senhora Catherine está inconsciente. Por favor, avise a família com calma.
explicou o Grigori, mantendo o tom firme e contido, sem dar margem ao pânico.
O mordomo fez uma pausa, absorvendo a gravidade da notícia, e respondeu com a mesma seriedade:
Percival Hargreaves
📞 Entendido. Manterei a calma e informarei à família imediatamente.
Ele desligou o telefone com precisão, cada gesto medido e profissional, e rapidamente se dirigiu ao escritório do senhor da casa. Cada passo era firme, mas discreto; a tensão da notícia pesava no ar, e ele sabia que precisava transmitir tudo com clareza, mas sem causar pânico.
Ao chegar ao escritório, o mordomo bateu de leve à porta antes de entrar, pronto para contar o ocorrido e preparar a família para a situação grave que se desenrolava na mansão Blackwood
{𝐄𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐨 𝐏𝐚𝐭𝐫𝐢𝐚𝐫𝐜𝐚}
Percival respirou fundo antes de abrir a porta, anunciando-se com um discreto bater de nós na madeira.
Martin Blackwood Montgomery
Entre
Martin Blackwood Montgomery
disse Martin, sem erguer os olhos dos relatórios. A luz do abajur recortava seu perfil austero; o ruído do papel sendo virado era o único som na sala.
O mordomo avançou dois passos e estacou à distância respeitosa. As mãos, entrelaçadas nas costas, denunciavam um leve tremor que ele ocultou com postura irrepreensível.
Percival Hargreaves
Senhor Martin...
a voz saiu grave, contida.
Percival Hargreaves
Há notícias da residência de seu filho.
O barulho do papel cessou. Martin levantou os olhos, ainda sem impaciência, apenas a atenção concentrada que reservava a assuntos sérios.
Martin Blackwood Montgomery
Qual deles ?
Percival umedeceu os lábios, escolhendo as palavras com o cuidado de quem sabe que, a partir delas, a noite mudará de forma.
Percival Hargreaves
Houve um incidente grave na mansão do senhor Thomas.
Um breve silêncio, apenas o suficiente para preparar o terreno.
Percival Hargreaves
O senhor Thomas foi encontrado… sem vida. A senhora Catherine, ao que informaram, desmaiou. Já acionaram a polícia. A segurança local isolou o perímetro.
Os olhos de Martin ficaram opacos por um instante, como se a luz do abajur tivesse vacilado. Ele não fez um gesto brusco; apenas pousou a folha sobre a mesa, alinhando-a com as demais, e recolheu o ar devagar.
Martin Blackwood Montgomery
Quem lhe comunicou ?
perguntou, a voz firme, um tom mais baixo que o habitual.
Percival Hargreaves
O chefe de segurança da residência, senhor. Pediu que eu informasse a família com calma.
Martin assentiu uma única vez. O relógio de bronze na estante marcou o segundo seguinte com um clique seco.
Martin Blackwood Montgomery
Prepare o carro
Ele se levantou, o terno caindo impecável sobre os ombros.
Martin Blackwood Montgomery
Peça ao Dr. Lewis que me encontre lá.
Percival Hargreaves
Imediatamente, senhor.
Percival recuou um passo, já de costas para a porta, mas deteve-se quando Martin acrescentou, sem elevar a voz:
Martin Blackwood Montgomery
Discrição absoluta, Percival. Nada de alardes.
Percival Hargreaves
Sim, senhor.
O mordomo inclinou a cabeça e saiu, com passos silenciosos, já coordenando mentalmente cada chamada, cada porta que deveria permanecer fechada.
Martin ficou sozinho por um instante o silêncio do escritório parecia inflar e apertar o peito. A mão direita pousou na borda da mesa e, num gesto súbito, varreu papéis, canetas, o peso de bronze do porta-cartas. Tudo caiu com estrondo seco no tapete. O controle que lhe era habitual cedeu um centímetro.
Martin Blackwood Montgomery
Maldição! 💢
Martin Blackwood Montgomery
Quem fez isso vai pagar. 💢
O eco da própria voz o devolveu ao eixo. Martin puxou o paletó, recompôs a lapela e saiu do escritório com passos largos.
No hall, ao pé da escada principal, encontrou Eleonor descendo a expressão alarmada, ao vê-lo tão agitado, ela parou no meio do degrau.
Eleonor Thornefield Blackwood
Querido ? O que aconteceu ?
Eleonor Thornefield Blackwood
Ele parou um degrau abaixo dela, o rosto mais pálido do que admitiria. Respirou antes de falar, como quem mede o impacto de cada sílaba.
Martin Blackwood Montgomery
É o nosso filho Thomas.
A voz saiu firme, mas sem o verniz de sempre.
Martin Blackwood Montgomery
Recebemos uma ligação da casa dele. Ele foi encontrado…
engoliu a palavra que não queria
Martin Blackwood Montgomery
Sem vida. A polícia já está a caminho.
Por um segundo, Eleonor não reagiu. O corrimão estalou sob seus dedos.
Eleonor Thornefield Blackwood
N-não... i-isso deve ser um engano.. haha.. querido... isso não tem graça
Martin Blackwood Montgomery
.....
Eleonor Thornefield Blackwood
... E a Catherine..?
Martin Blackwood Montgomery
Desmaiada. Estão cuidando dela.
Martin fez um gesto breve para apaziguar, inútil até para si mesmo.
Martin Blackwood Montgomery
Vou agora. O carro está sendo preparado. Quero que você fique aqui, por enquanto. Percival vai ligar para o Dr. Lewis.
Eleonor desceu o último degrau, o olhar fixo no do marido, procurando nele a solidez de sempre.
Eleonor Thornefield Blackwood
Meu filho morreu e quer me impedi de ao menos ver o corpo dele!? como você se atreve 💢
Eleonor Thornefield Blackwood
Eu tenho que ir ao menos cuidar da minha Nora
Martin desviou o olhar por um instante, como se encarasse uma distância.
Martin Blackwood Montgomery
Eu vou encontrar quem fez isso com o nosso filho eu juro pra você
disse, num tom baixo que dispensava adjetivos.
Martin Blackwood Montgomery
Pegue um casaco. Se preferir, vai comigo. Mas, quando chegarmos, sem cenas. Precisamos de clareza.
Ela assentiu, num movimento curto, domando o tremor que ameaçava a voz. Martin já se virava para a porta, o rosto retomando a máscara de aço. O caos espalhado no escritório ficaria para depois; por ora, só havia a noite adiante e uma resposta a ser encontrada, custasse o que custasse.
Percival surgiu discretamente à beira do hall, a postura impecável apesar da tensão que lhe marcava o rosto.
Percival Hargreaves
Senhor, Senhora… o carro está pronto.
Martin assentiu sem hesitar, mas antes que ele pudesse reforçar a instrução de que Eleonor deveria ficar, ela já se adiantava um passo.
Eleonor Thornefield Blackwood
Nem pense em dizer uma palavra
A firmeza na voz não deixava espaço para discussão.
Martin a encarou por um segundo, avaliando se valia a pena contrariá-la naquele momento. Acabou apenas soltando um breve suspiro e acenando para Percival.
Ambos caminharam até a entrada. O ar noturno estava mais frio, carregando aquele silêncio incômodo que antecede más notícias. O motorista, em trajes formais, já os aguardava à beira do carro preto, a porta traseira aberta em um gesto respeitoso.
???
Motorista:
Senhor, senhora.
disse ele, inclinando levemente a cabeça.
Martin entrou primeiro, seguido por Eleonor, que segurava a bolsa com força incomum. O motorista fechou a porta com cuidado, e o veículo arrancou suavemente pelo caminho de cascalho, sumindo pelo portão principal enquanto as luzes da mansão ficavam para trás.
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