Cap. 2

No dia seguinte, Íris chegou a empresa de Bruno pontualmente no horario marcado. Ela Sentou-se na recepção, mantendo a postura ereta e  olhar atento, gostando do ambiente da empresa, enquanto esperava por ele. O espaço era funcional, e inegavelmente elegante, com uma vista parcial da cidade através de uma janela panorâmica. Ela gostava do que via, mas não se permitiu demonstrar. Afinal, estava ali para fazer negócios, não para elogios.

Bruno esperava ansioso pela chegada de Iris, e quando soube da sua chegada, foi imediatamente ao seu encontro, e sorriu, como se um jogo estivesse começado e, de fato, estava.

_Íris Almeida… Bruno a cumprimentou com uma entonação grave, estendendo a mão para ela.

 _ E quem você pensou que seria? Iris respondeu com humor, mas não sorriu, e se levantou aceitando o cumprimento dele. O aperto de mão foi firme, profissional, e ela sustentou o olhar dele sem piscar.

Bruno anotou mentalmente: Um a zero para ela.

_Vamos, quero te apresentar a estrutura da empresa, sócia... Bruno enfatizou a última palavra com um tom provocador, enquanto gesticulava para que Íris o seguisse.

Íris ergueu uma sobrancelha, caminhando ao lado de Bruno, mantendo uma distância mínima, quase calculada, que dizia que ela não estava ali para brincadeiras.

_ Sócia? Pensei que ainda não tínhamos chegado a uma decisão equilibrada sobre esse assunto.

_Equilibrada… desde que o equilíbrio penda um pouco para o meu lado. Bruno falou em tom de brincadeira, tentando fazer ela sorrir.

Íris balançou a cabeça negativamente, nada impressionada com ele.

_ Se esse é o conceito de parceria que você defende, talvez seja preciso rever os termos que está me propondo...

Bruno não esperava uma resposta tão direta. Por um instante, ficou em silêncio, apenas observando Iris. O cabelo novamente preseo em um coque , a postura impecável, o olhar que não fugia do dele. Um contraste gritante com as mulheres  que normalmente estavam ao seu redor, sempre dispostas a rir das suas piadas, seguir seu ritmo, ceder aos seus encantos.

_Você é… diferente. Admitiu Bruno, por fim, inclinando-se para frente. _Geralmente, as pessoas gostam do meu senso de humor…

_Geralmente eu tento fechar negócios, não agradar.

"Dois a zero..." Ele soltou uma risada curta, sentindo novamente o cheiro dela. Sutil, doce, envolvente. Uma provocação silenciosa que ela provavelmente não percebia que estava despertando nele.

_Vamos ver se conseguimos trabalhar juntos, Íris… Disse olhando para ela. _ Vai ser divertido e lucrativo para ambas as partes.

Iris apenas concordou  sem dar a Bruno o gostinho de uma reação. Mas Bruno, no entanto, começava a sentir que aquela mulher seria um problema, e estranhamente, ele estava ansioso para lidar com aquele problema.

A visita continuou, e Bruno conduziu Íris pessoalmente por todos os setores, comentando cada detalhe.

_ É importante que você conheça o espaço. Vai começar a trabalhar aqui de segunda a sexta…   Insinuou Bruno com um sorriso, caminhando ao lado dela com passos confiantes.

_ Sei...

O andar era bonito, com móveis modernos, quadros ousados, uma máquina de café caríssima e uma vista panorâmica da cidade. Funcionárias bem vestidas circulavam pelo corredor, cumprimentando Brino com sorrisos que pareciam durar um pouco mais do que o necessário.

Percebendo o olhar analítico de Íris, Bruno não resistiu à fazer uma nova provocação.

_ Gostou do ambiente?

_É funcional... Iris respondeu sem entusiasmo.

_ Só isso? Pensei que fosse dizer “deslumbrante” ou algo assim.

_Eu reservo o adjetivo “deslumbrante” para coisas que realmente merecem.

Ele riu, balançando a cabeça, e estava prestes a fazer uma nova provocação quando uma voz feminina o chamou do final do corredor.

_Bruno!

Uma mulher alta, com os cabelos loiros perfeitamente ondulados, usando um vestido justo e salto agulha se aproximou como se desfilasse em uma passarela. Sem esperar convite, ela se lançou para frente, pousou as mãos nos ombros dele e, diante dos olhos de Íris, depositou um beijo demorado em sua boca, o batom vermelho deixando uma marca sutil que ela não se preocupou em apagar.

Bruno não recuou imediatamente. Segurou-a pela cintura, num movimento quase automático, antes de se afastar com um sorriso nervoso e visivelmente surpreso.

_Cintia… o que você está fazendo aqui?

_Surpresa! Ela piscou, ignorando completamente a presença de Íris. _Estava com saudades…

_ Você ...pode me esperar na minha sala? Estou resolvendo um assunto importante para a empresa. Pediu Bruno.

_Claro, vou ficar te esperando… Cintia lançou um último olhar para ele, os lábios curvados em um sorriso antes de se afastar, deixando um rastro de perfume no ar.

Íris, imóvel ao lado de Bruno, manteve o rosto neutro, mas por dentro um pensamento sarcástico ecoava em sua mente: "Mulherengo confirmado". Ela cruzou os braços, um movimento sutil, mas suficiente para reforçar a barreira invisível que queria manter entre eles.

Bruno a olhou de canto de olho, captando o julgamento silencioso.

_Não é o que você está pensando... Bruno tentou argumentar.

_Claro que não! Iris respondeu com deixando transparecer sua ironia. _Mas não se preocupe, eu não costumo pensar no que não me interessa.

Bruno sorriu, como se estivesse diante de um desafio irresistível. Aquela mulher não se impressionava, e parecia imune a ele, e isso, para Bruno Salvatore, era inaceitável.

Após a visita, reuniram-se na sala de reuniões para conversarem sobre a fusão das empresas. A discussão foi intensa, mas surpreendentemente produtiva. Íris apresentou números, projeções e argumentos com uma precisão que impressionou Bruno, que, apesar do sorriso confiante, tomava notas com atenção. Em pouco tempo, chegaram a um acordo que parecia vantajoso para ambos: uma parceria equilibrada, com divisão clara de responsabilidades e lucros, mas com espaço para ajustes conforme o projeto avançasse.

_ Bem, eu preciso ir. O proximo passo, é redigir o contrato, e enviar para os nossos advogados analisarem. Disse Íris, já se levantando.

_Certo... e que tal um jantar para celebrar a nossa parceria? Conheço um lugar com a melhor vista da cidade. Bruno tentou quebrar o gelo uma última vez.

 Íris parou, virando-se para ele querendo rir.

_Obrigada, mas prefiro celebrar com resultados, não com jantares. Boa tarde. Iris pegou a sua bolsa e saiu  sem olhar para trás. Bruno ficou ali, observando as portas se fecharem, frustrado e ao mesmo tempo sentinso um fascínio crescer dentro dele.

_ Quem ela pensa que é? A miss universo? Bruno se questionou quase rindo. _Não, ela jamais seria uma miss, porque não é tão bonita assim… Bruno fez uma pausa, o sorriso vacilando enquanto a imagem dela voltava à sua mente. _Ela é até bonita, mas não sabe se cuidar. 

Pela primeira vez em anos, alguém, de alguma forma, o rejeitou sem hesitar, e isso só provocava algo dentro dele.

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Comments

Ana Marta Benedicto

Ana Marta Benedicto

eu espero que ela não caia na lábia dele tem que ser durona um beijo tchau

2025-08-14

10

Isabel Bel

Isabel Bel

Vai ser lindo ver este embate, ela já tem um corpo de vantagem na corrida kkkkk, espero também que ao invés dela não resistir a lábia dele, seja ele a amadurecer e se permitir conquistar ela sem pressa, ou o tombo será cada vez mais dolorido.

2025-08-14

3

Fátima Ribeiro

Fátima Ribeiro

Já amando autoraaaaaaa 👏👏👏👏
Mas acho muito antiético esses encontros na empresa, no escritório, nojento. Parece que estão em um motel.
Mulheres que não sabem se dar ao respeito, procuram os CEOS no trabalho...
E eles, como todos os homens com algumas exceções, não pensam em ética, moral ...

2025-08-14

0

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