Me Apaixonei por um... Gay?!
“O Cheiro Que Não Sai”
Depois das aulas os alunos estavam todos na quadra.
O vestiário estava silencioso, apenas o som distante das bolas quicando na quadra.
Aaron estava sozinho, encostado no armário, quando notou uma camisa jogada no banco.
Reconheceu de imediato ,era de Dreicon.
Ele franziu o cenho e murmurou para si mesmo:
Aaron
Esse viadinho até deixa as coisas espalhadas… típico.
Virou o rosto para a porta, certo de que ninguém estava por perto.
Mas, por algum motivo, seus olhos voltaram para a camisa.
Olhou pros lados mais uma vez, certificando-se de que estava sozinho.
Era leve, mas tinha um cheiro marcante, masculino, com um fundo de suor misturado a perfume.
Aaron levou discretamente até o rosto e inalou fundo.
O cheiro bateu como um soco.
Não sabia explicar, mas gostou mais do que gostaria de admitir.
Sentiu um calor estranho subir pela nuca, e apertou a camisa entre os dedos.
Aaron
Não… isso é ridículo.
Guardou a sensação para si mesmo, sem nem se permitir pensar demais sobre ela.
Rapidamente devolveu a peça ao banco quando escutou passos ecoando pelo corredor.
Foi para a pia, abriu a torneira e passou água no rosto, fingindo que estava apenas se refrescando.
Mais tarde, já na saída, Dreicon estava na frente do prédio, Conversando com Lua.
Dreicon
Então eu disse pra ele que não dava pra atacar o dragão sem antes falar com o mercador...
Explicava Dreicon, gesticulando.
Dreicon
Mas o cara foi teimoso, entrou na caverna e morreu no primeiro turno.
Lua
Você leva esse RPG a sério demais.
Dreicon
É porque você nunca jogou comigo. Eu planejo cada movimento.
Ela balançou a cabeça, ainda sorrindo.
Lua
Mudando de assunto, percebeu que os professores estão começando a passar mais atividades em dupla?
Dreicon
Percebi sim… vai ser um saco se me colocarem com alguém que não faz nada.
Nesse momento, Marcos um dos amigos de Aaron se aproximou, mas mudou completamente a postura quando olhou para Lua.
A voz dele saiu mais suave do que o normal:
Marcos
Oi, Lua… você tá linda hoje.
Lua deu um sorriso simpático.
Ele ajeitou a mochila no ombro e perguntou:
Marcos
Tava pensando… você quer ir ao cinema sábado? Eu pago.
Ela hesitou por um instante.
Lua
Ah… eu adoraria, mas tô cheia de coisas pra fazer.
Marcos
Claro, sem problema.
Disse Marcos, ainda sorrindo.
Lua se virou para Dreicon.
Lua
Então… a gente se fala depois. Tchau, Dreicon
Assim que ela se afastou, Marcos praticamente saiu correndo atrás dela.
Perto dali, encostado em sua moto, Aaron observava tudo.
O olhar dele não estava em Marcos ou em Lua estava em Dreicon.
Por algum motivo, ele imaginou a cena da noite passada, com Nolan buscando Dreicon de moto.
E a ideia surgiu como um estalo: ele poderia ir até lá agora, oferecer carona… mostrar que era melhor, mais rápido, mais forte. Mostrar que ele podia ser mais do que Nolan.
Mas logo descartou o pensamento, girando a chave da moto.
Ainda assim, quando acelerou e deixou o pátio, o cheiro de Dreicon que sentira no vestiário parecia grudar na memória, tão vivo quanto antes.
Comments