No Alvo

AO sol da tarde atravessava os vidros altos da quadra, deixando faixas douradas no chão polido.
Dreicon chegou vestindo uma regata cinza simples, o tecido leve moldando-se ao peito largo e aos ombros definidos.
O short preto deixava à mostra as pernas musculosas, marcadas pelo treino constante.
Encostada na grade lateral, Lua acenou com um sorriso.
Lua
Lua
Até que enfim apareceu.
Dreicon largou a garrafa d’água no banco e se aproximou.
Dreicon
Dreicon
Tive que terminar aquele maldito trabalho.
Lua
Lua
Sozinho?
Ela ergueu uma sobrancelha, já sabendo a resposta.
Dreicon
Dreicon
Não exatamente. Aaron estava por perto.
Lua soltou uma risada curta.
Lua
Lua
Imagino como foi agradável.
Enquanto conversavam, alguns jogadores já aqueciam com dribles e arremessos.
Lua comentava sobre músicas novas e um campeonato de e-sports que pretendia assistir, conseguindo arrancar um leve sorriso de Dreicon.
O apito soou, chamando todos para o centro da quadra.
O professor organizou os times para o treino de basquete.
Dreicon foi escolhido como líder de um time; do outro lado, Aaron, segurando a bola com a mão firme, o olhar afiado já fixo nele.
O jogo começou intenso.
Dreicon dominava o garrafão, usando a força física para avançar.
Aaron, rápido e estratégico, liderava ataques velozes.
A bola trocava de mãos em ritmo frenético, o som dos tênis contra o chão misturado ao eco das batidas.
No final do segundo tempo, o placar empatado deixava o ar pesado.
Dreicon avançava pelo canto da quadra, protegendo a bola, quando sentiu o pé de Aaron deslizar propositalmente na frente de sua passada.
O impacto foi seco e Dreicon perdeu o equilíbrio por um instante.
Ele girou o corpo, o olhar duro cravado em Aaron.
Sem hesitar, empurrou-o com força suficiente para que o outro recuasse alguns passos.
Aaron respondeu na hora, empurrando de volta, e o contato virou um choque de corpos no centro da quadra.
O empurra-empurra se espalhou, alguns jogadores tentando separar, outros já entrando na confusão.
Dois outros professores apareceram, separando os dois à força.
Minutos depois, Dreicon e Aaron estavam sentados, cada um em uma maca na enfermaria.
O silêncio era absoluto, quebrado apenas pelo som distante de passos no corredor.
O ar entre eles era espesso, carregado de algo que não era apenas raiva.
O ar cheirava a antisséptico, misturado ao suor ainda recente do jogo.
Dreicon estava sentado na maca da esquerda, o braço apoiado no joelho, observando o chão com a expressão neutra.
Aaron, na maca oposta, passava a toalha pelo rosto, lançando olhares rápidos, como se medisse o momento certo para falar.
Aaron
Aaron
Você devia agradecer por eu ter pegado leve.
Disse Aaron, largando a toalha no colo.
Dreicon ergueu o olhar, frio.
Dreicon
Dreicon
Pegado leve? Você quase me derrubou de propósito.
Aaron
Aaron
Quase? Eu derrubei. E teria derrubado mais forte se quisesse
Dreicon
Dreicon
Você é patético.
Aaron
Aaron
Engraçado… todo mundo sabe disso e ainda assim eu sou o mais popular da faculdade.
Aaron
Aaron
E você… é só o gay esquisito com cara de mal.
Dreicon sustentou o olhar, sem piscar.
Dreicon
Dreicon
Você tem uma boca grande pra alguém que não passa de um covarde com medo do que pensam.
Aaron soltou um riso curto.
Aaron
Aaron
Medo? Eu só acho nojento ver você andando por aí como se fosse normal.
Dreicon
Dreicon
Normal não é passar a vida se preocupando com quem eu deito.
Aaron
Aaron
Eu não me preocupo. Eu só acho errado.
Dreicon
Dreicon
Então por que fala disso toda vez que abre a boca?
Aaron se levantou e inclinou para frente, o rosto a poucos centímetros do de Dreicon.
Aaron
Aaron
Porque você força todo mundo a lembrar que você é diferente.
Dreicon manteve o tom baixo, mas cortante.
Dreicon
Dreicon
Não preciso forçar nada. Você lembra sozinho.
O silêncio durou alguns segundos.
Aaron
Aaron
Você quer mesmo me testar?
Dreicon também se levantou, ficando frente a frente.
Dreicon
Dreicon
Tenta.
Aaron estreitou os olhos.
Aaron
Aaron
Você acha que eu teria algum interesse em você? Nem se fosse a última pessoa viva no universo.
Dreicon
Dreicon
Fala isso tantas vezes… que parece que tá tentando convencer a si mesmo.
Aaron franziu o cenho.
Aaron
Aaron
Cala a—
Dreicon deu um passo rápido, encurtando a distância, e o empurrou contra a parede fria.
O impacto fez Aaron travar por um instante.
O rosto de Dreicon estava tão próximo que Aaron sentia a respiração quente no próprio rosto.
Dreicon
Dreicon
Me diz, Aaron… você sente tesão em mim?
O olhar de Aaron vacilou por um segundo.
Confusão, vergonha e raiva se misturaram, a respiração ficando mais pesada.
Ele cerrou o maxilar, tentando recuperar o controle.
Aaron
Aaron
Você enlouqueceu seu viadinho..?
Disse, a voz mais baixa e áspera.
Dreicon
Dreicon
Responde.
Insistiu Dreicon, sem recuar.
Aaron o empurrou com força, o som seco dos ombros de Dreicon batendo na beira da maca.
Sem olhar para trás, Aaron pegou a jaqueta e saiu da enfermaria com passos rápidos, deixando a porta bater.
Dreicon ficou parado, observando a porta fechada, o coração acelerado, não de medo, mas da certeza de que tinha tocado num ponto que Aaron não queria que ninguém descobrisse.
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Comments

̶E̶r̶v̶i̶l̶h̶a̶💋

̶E̶r̶v̶i̶l̶h̶a̶💋

Tu dá muito é esse seu cú

2025-08-14

1

ㅤㅤ

ㅤㅤ

que obra maravilhosa!!!

2025-08-14

1

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