O despertador tocou às seis da manhã, mas Niran já estava acordado.
A noite tinha sido estranha — não exatamente desconfortável, mas intensa. Dormir tão perto de Krit, sentir a respiração dele no silêncio, perceber os movimentos sutis… tudo parecia amplificar a presença do CEO de um jeito que Niran não estava preparado para lidar.
Krit levantou-se primeiro, sem dizer muito. Vestiu-se de forma impecável, como se nada na noite anterior tivesse sido diferente. Niran tentou seguir o mesmo exemplo, afundando-se no modo profissional, mas o clima no quarto estava diferente — mais denso, mais… vivo.
O dia começou com uma série de reuniões na filial de Bangkok. Krit conduzia tudo com sua postura firme e inabalável, enquanto Niran registrava cada ponto, respondia mensagens e resolvia problemas que surgiam nos bastidores.
Era perto do meio-dia quando decidiram fazer uma pausa. Krit sugeriu almoçarem rapidamente em um restaurante próximo, para não perder tempo.
O lugar era pequeno, aconchegante, e servia pratos típicos. A comida estava chegando quando Niran sentiu uma pontada estranha no estômago. No início, pensou que fosse apenas fome, mas a dor se intensificou de forma repentina, deixando-o tenso.
— Está tudo bem? — A voz de Krit soou mais próxima do que o esperado.
— Sim… só uma leve dor — respondeu, tentando disfarçar.
Mas não demorou para a dor se transformar em algo agudo. O suor começou a se formar na testa, e Niran teve que apoiar a mão na mesa para se manter firme.
— Niran. — O tom de Krit mudou para algo sério, quase alarmado. — Levante-se. Vamos agora.
— Não precisa… eu posso…
— Eu não estou pedindo. — Krit já estava de pé, tirando algumas notas da carteira para pagar a conta sem sequer esperar o troco.
Ele praticamente guiou Niran até o carro, apoiando-o pelo braço. No trajeto, a tensão no rosto de Krit era visível, apesar de ele tentar manter o controle.
— Hospital mais próximo, agora — ordenou ao motorista, a voz firme.
No pronto-socorro, Niran foi atendido rapidamente. O diagnóstico: uma intoxicação alimentar leve, provavelmente causada por algo ingerido no dia anterior. O médico recomendou repouso e hidratação, além de uma medicação para aliviar os sintomas.
Krit ficou o tempo todo por perto, em pé ao lado da maca, observando cada movimento do médico. Quando Niran tentou protestar dizendo que podia voltar para a reunião depois, Krit lançou-lhe um olhar cortante.
— Você vai para o hotel descansar. Não discuta.
De volta ao quarto, Niran se acomodou na cama. Krit trouxe uma garrafa de água e deixou a medicação na mesinha de cabeceira.
— Obrigado… — disse Niran, um pouco constrangido com a atenção. — Não precisava se preocupar tanto.
— Eu sempre me preocupo. — A frase escapou antes que Krit pudesse se corrigir. Ele desviou o olhar rapidamente, mas Niran já tinha notado o peso dela.
— Sempre? — perguntou, com um tom suave.
Krit manteve o silêncio por alguns segundos. Depois, ajeitou a manga da camisa e disse:
— Descanse. É uma ordem.
E saiu para atender o celular no corredor.
Sozinho no quarto, Niran fechou os olhos. Apesar da dor e do cansaço, sentia o coração acelerado. Não era apenas o cuidado de Krit que o abalava, mas a maneira como ele o fez sem hesitar — como se não existisse nada mais importante naquele momento.
Algo estava mudando, e Niran não sabia se conseguiria continuar fingindo que não percebia.
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Atualizado até capítulo 50
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