Um Refúgio no Amor
_ Vivi passa a minha camisa! (Gritou Carlos do Banheiro)
Vivian estava terminando o café, era 7 da manhã, como diariamente preparava e arrumava a marmita de Carlos que ia cedo pro trabalho.
_ Já estou indo, só um instante se eu parar agora o café sobe e suja todo o fogão. ( Falou Vivian)
_ Estou com pressa tenho que aproveitar a carona do Jaime, vamos Vivian deixa de lerdeza, era para ter deixado minha camisa passada desde ontem, porra de sono é esse seu. ( Reclamou Carlos)
Vivian respirou fundo, terminou de coar o café e foi passar a camisa. Estava exausta deu plantão no hospital, chegou exausta, não tinha como ter passado a camisa antes, Carlos toda hora muda de roupa. Pegou o ferro e começou a passar a camisa com muito cuidado para não queimar, o material era frágil, terminou de passar Carlos já estava com a calça só esperando.
_ Agora sim, tem queijo? ( Perguntou indo tomar café)
_ Acabou, mais tarde eu compro, preciso dormir Carlos estou só o pó da rabiola.
_ Hum, tudo bem, então tomo meu café no trabalho, pão seco é foda. ( Falou saindo batendo a porta)
Vivian sentou triste e cansada, namora com Carlos desde os 15 anos, ele é seu primeiro namorado, primeiro beijo, primeiro em todos os aspectos, se apaixonou por ele na escola e de la para cá vive um relacionamento, como muitos dizem tóxico, Vivian tem 25 anos trabalha como técnica de enfermagem e mora com Carlos a 9 anos, sua mãe a expulsou de casa quando descobriu que ela perdeu a virgindade, seu pai até tentou mediar as coisas mas sua mãe sempre foi autoritária, com isso a mãe do Carlos que é uma senhora de valor a acolheu e hoje ela e Carlos moram numa casa simples que construiu no terreno da mãe dele, numa comunidade carente.
Vivian aproveitou que Carlos foi trabalhar para arrumar a casa e adiantar a janta, assim poderia dormir a tarde toda tranquila.
foto de Carlos ( Imagem do pinterest)
Foto da Vivian mas conhecida como Vivi. ( Foto do pinterest)
Vivian olhava pela janela as crianças correndo, sentia uma paz ao ver os inocentes alegres, uma infância tranquila apesar dos problemas diários com o tráfico na rua, a guerra de facção, sonhava em um dia sair daquela rua, daquela realidade, mas para onde iria? Não sentia mais amor pelo Carlos mas sentia medo de não saber se virar sem ele, apesar das grosserias ele sempre a protegeu, quando a própria família lhe deu as costas a família de Carlos a abraçou quando era apenas uma menina. Vivi suspira a panela de pressão chia alto a trazendo de volta a dura realidade. Terminou a janta, arrumou a casa, colocou a roupa para bater no tanquinho e separou as marmitas para levar no dia seguinte no trabalho, amava o seu trabalho, ajudar as pessoas lhe trazia uma calmaria na alma. estendeu as roupas e foi comprar o queijo de Carlos não queria irrita-lo. Aproveitou e comprou tudo que faltava, era benção ter dois tickets refeição, sempre comprava umas coisas para o pai que agora viúvo morava sozinho, ele sempre a tratava com carinho e ela o ajudava como podia.
Luiz acordou e foi direto para delegacia, dias de ocorrência e fora as emissoras de tv toda hora ligando atrás de notícias, amava trabalhar na polícia, mas não gostava da mídia em cima, seu pai vive lhe ofertando o cargo de diretor da empresa, mas ele sempre recusou apesar de ser formado em administração, sempre quis ser policial, um desejo que nutre desde criança.
_ Luiz vamos fazer ronda em Amaralina, a gangue do pé sujo fez mizeria lá.( Falou seu colega de trabalho Milton)
_ Soldado, chama mais uma viatura, lá não podemos entrar assim de peito aberto, tá uma guerra terrível. ( Falou Luiz)
_ Eu já não sei, a última vez que fui la, quase levo um tiro no cú. ( Falou rindo)
Luis deu uma risada alta chamado atenção de todo os soldados.
_ Você é engraçado Milton, que exagero.
_ Exagero uma porra, eu quase me fodia, mas meu santo é forte, agora vamos adiantar o lado, hoje promete, antes que nos mande pra outro território. ( Falou Milton levantando)
Luiz o acompanhou pegou a viatura e saiu, realmente o bairro estava estranho, ouve um burburinho de ataque de recolher enviado pelo líder da boca. As emissoras tudo acampadas fazendo reportagens mostrando como a rua estava deserta e os comércios fechados, até as escolas fechou as portas, ficou parado dentro do carro.
_ Vamos para Fazenda grande, deixa a outra viatura por aqui, recebi uma informação que tem gente baleado do lado de lá( Falou Milton)
_ Nossa vamos, quem está lá? ( Perguntou Luiz)
_ O comandante ja está no local nos aguardando, foi troca de tiros, os meninos de vó estão ousados trocando tiros com a polícia vê se eu posso com isso? ( Falou Milton zombeteido)
_ é meu amigo, para você ver onde chega a noia desse povo, só pode está na lombra. Mas vamos espero que ele esteja vivo, tenho pena da mãe desses malucos.
_ Eu também, mas não vou mentir para você dizendo que quero que ele sobreviva, depender de mim vai pra terra dos pés juntos, eles não tem pena do trabalhador quando coloca uma arma na cara não, bate em inocentes, assusta crianças e idosos em coletivo, não tenho pena eu quero mesmo que se lasque, se bater de frente comigo é bala. ( Falou Milton)
_ Nossa, eu ainda priorizo a vida, evito usar a minha arma, só em legítima defesa mesmo se eu notar que o meliante não está armado eu não o encurralo com arma, olha meus braços basta da um sacode nele. ( Falou rindo)
Ambos deu risada, e se deslocou para a posição que o comandante o orientou, Luiz sempre espontâneo, porém muito profissional, levava a sério seu trabalho mesmo não precisando trabalhar, vivia uma vida modesta, sim gostava de morar na cobertura elegante, tinha sim seu conforto, mas ainda assim era pé no chão, sempre honesto e trabalhador.
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Atualizado até capítulo 34
Comments
Laura Bhering
Estou gostando
2025-08-16
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