Era uma segunda-feira, Mariana estava no refeitório almoçando com Sofia, que sempre foi uma amiga que sabia ouvir e oferecer conselhos práticos. Sentada de frente a ela, brincando com a garrafa de água na mão, Mariana parecia distante, como se as palavras de Sofia estivessem chegando até ela em um eco longe.
-Então, me conta, como estão as coisas com Arthur? - Sofia perguntou com um sorriso acolhedor, mas com um olhar atento
Na verdade Sofia e Vitor sempre foram contra o relacionamento de Mari e Arthur, na época quem confrontou Mariana quando decidiu se casar foi Vitor, e ele quase perdeu a amiga por isso, ela estava tão cega pela paixão que acabou jogando na cara dele que ele estava com ciúmes pois Vitor e ela tiveram um romance que não foi para frente devido a imaturidade dos dois. Mas ele deixou claro que apesar de chateado ele a apoiaria e que seria seu ombro amigo quando ela precisasse.
- Eu não sei\, Sof. Acho que ele tem tentado\, mas... Eu sinto que há algo faltando. Já tentei de tudo\, mas a gente não se conecta como antes. Eu sinto que estou lutando sozinha. – Ela disse\, com um tom de frustração.
Sofia sorriu com compaixão, mas não parecia surpresa. Ela conhecia a amiga o suficiente para saber que, por trás daquelas palavras, havia uma Mariana insegura, que, embora fosse capaz de salvar vidas todos os dias, sentia-se impotente em salvar o que amava.
-Mari eu entendo que você está passando por um momento difícil, mas sabe o que eu acho? Talvez você precise fazer um esforço para reencontrar a magia que existia no começo.
Mariana olhou para ela com um olhar curioso. Sofia sempre foi mais prática do que ela, mas jamais jugaria por isso.
-O que você sugere?
Sofia levou uma garfada de sua lasanha a boca.
— Bom, para começar, é preciso entender que relacionamentos não são apenas sobre o amor romântico e gestos grandiosos. Eles também precisam de espaço para respirar e de pequenas coisas que, quando somadas, podem reacender a chama. Você já pensou em surpreender o Arthur com algo mais pessoal? Algo que mostre o quanto você se importa? Não precisa ser grandioso, mas algo significativo — sugeriu Sofia, com um olhar perspicaz.
Mariana franziu a testa, pensativa.
— Eu sempre sou a que surpreende. Faço essas coisas para ele, mas será que é o suficiente? Talvez ele não queira mais ser surpreendido.
Sofia sorriu suavemente, como se soubesse a resposta, mas ainda queria reforçar o ponto.
— Talvez o problema não seja o que você está fazendo, mas como ele está recebendo isso. Sabe, Mari, o Arthur pode estar esperando um tipo de conexão mais íntima e menos sobre os gestos de carinho — ela pausou, como se ponderasse suas palavras com cuidado. — Tente trazer algo de volta que seja só seu e dele. Algo que lembre os dois do começo. Um jantar só para vocês, uma conversa sem distrações... A ideia é criar um espaço para que ele possa se abrir, sem sentir que está sendo "cobrado" ou pressionado.
Mariana pensou por um momento, analisando as palavras de Sofia.
— Então você acha que eu devo investir mais no emocional dele, não no físico ou em coisas grandiosas? — perguntou, com um brilho nos olhos, como se começasse a entender a ideia.
— Exatamente! Às vezes, os homens precisam de mais segurança emocional. E vocês dois precisam se reconectar de uma forma mais genuína. Se você mostrar que está disposta a investir em vocês, sem expectativas de retorno imediato, isso pode abrir as portas para ele se aproximar de você. Tente criar aquele espaço onde ele pode ser vulnerável, sem medo de julgamento — Sofia disse com calma.
Mariana sorriu, sentindo-se um pouco mais leve, mas também com uma sensação de urgência. Talvez Sofia tivesse razão. Talvez fosse hora de tentar algo mais do que apenas gestos e surpresas externas. Ela precisava se reconectar com o homem que Arthur era, e não com a imagem de perfeição que ela tentava manter.
— Vou tentar. Acho que eu estava esperando demais. Preciso dar mais de mim para ele, sem pressa de ver resultados — disse Mariana, agora mais determinada.
Sofia deu um sorriso caloroso, sabendo que sua amiga estava pronta para dar o próximo passo.
— Você vai ver, Mari, que quando o relacionamento é tratado com mais carinho e paciência, ele vai florescer. Apenas lembre-se de não esquecer de si mesma nesse processo. Relacionamentos saudáveis precisam de duas pessoas inteiras, não uma tentando carregar o outro.
Mariana assentiu, agradecendo pelo conselho de Sofia. Sabia que não seria fácil, mas estava disposta a tentar.
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Atualizado até capítulo 56
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