O Olhar

A música baixa e sensual envolvia o ambiente do bar elegante no centro da cidade. Luzes âmbar refletiam nos copos, criando sombras suaves que dançavam pelas paredes. Lívia passou os dedos pela borda da taça de vinho, distraída, observando os casais ao redor. Era sua primeira saída sozinha desde o fim do casamento, e cada passo naquela nova liberdade ainda parecia estranho… mas excitante.

Ela estava linda. Vestido preto justo, tecido que abraçava seu corpo com perfeição. Cabelos soltos e um batom vermelho que não usava há anos. Como se estivesse finalmente lembrando a si mesma do que era capaz.

Foi então que sentiu. Um olhar. Intenso, firme, cortante. Como se a despisse sem sequer tocá-la.

Virou-se com um arrepio.

Ele estava no canto do bar, encostado no balcão, com um copo de uísque nas mãos grandes e firmes. Terno preto, camisa desabotoada no colarinho, olhos escuros que não desviavam dos dela. Dante.

Era o tipo de homem que não precisava falar para ser notado. E ele a notou.

Sem dizer uma palavra, se aproximou. O som do sapato contra o piso de madeira, o movimento lento, a expressão confiante. Ele parou ao lado dela. O calor subiu por sua pele.

— Sozinha? — perguntou, com a voz grave, arrastada, carregada de uma sensualidade perigosa.

— Por enquanto — respondeu ela, com um sorriso que beirava o desafio.

Ele soltou um riso baixo, como se estivesse jogando um jogo antigo, conhecido. Mas nos olhos dele havia algo a mais. Fome. Foco. Instinto.

— Se aceitar um convite para um lugar mais... reservado — ele se inclinou, roçando os lábios perto da orelha dela, — posso garantir que essa noite não vai acabar como todas as outras.

O coração de Lívia disparou. O perfume amadeirado, envolvente, misturado com o timbre da voz dele, a fazia sentir coisas que ela quase tinha esquecido que existiam.

Mas havia algo na forma como ele a olhava… como se já a conhecesse. Como se pudesse decifrar cada desejo escondido debaixo daquele vestido.

Ela o encarou por um instante. Um momento tenso. O bar parecia silenciar ao redor.

— E o que acontece se eu aceitar?

Ele não sorriu dessa vez. Apenas segurou o queixo dela com firmeza e respondeu, voz baixa e lenta:

— Eu mostro o que significa ser realmente tocada.

Ela mordeu o lábio.

E foi.

Sem pensar duas vezes, entrou no carro dele, sem destino conhecido. Apenas com uma certeza: naquela noite, ela não seria a mesma mulher que entrou naquele bar.

Dentro do carro, o silêncio era espesso, carregado de antecipação. Os olhares trocados diziam mais do que qualquer palavra. Ele dirigia com uma mão, a outra repousada na coxa dela, firme, como se já fosse dele.

— Nervosa? — ele perguntou, sem tirar os olhos da estrada.

— Excitada — corrigiu ela, a voz mais rouca do que imaginava.

Dante soltou um sorriso satisfeito, e deslizou os dedos levemente pela parte interna da coxa dela, por debaixo do vestido.

— Boa resposta.

Quando chegaram ao apartamento dele, a porta mal se fechou e o mundo explodiu.

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