capítulo 3

A noite caiu sobre Salvador com aquela brisa quente que só a cidade sabe oferecer. O som dos tambores e dos risos já tomava conta das ruas próximas ao Bar do Nelsão, que fervilhava de gente, música e cheiro de dendê no ar.

Dora, com um vestido na cor amarela bem vibrante na altura da parte de cima do joelho, caminhava ao lado de Letícia, tentando parecer mais animada do que realmente estava. mas a verdade era clara, já fazia muito tempo que ela não ia em um lugar como aquele.

— Relaxa, mulher. — disse Letícia, abanando-se com um leque improvisado. — O pagode vai curar esse seu estresse todo, você vai ver.

O bar era simples, com mesas de plástico, paredes pintadas em cores vivas, e um pequeno palco improvisado com luzes piscando. O grupo de pagode já estava tocando — repique, cavaquinho, tantã, tudo em perfeita harmonia. A galera dançava, cantava junto, vibrava.

Dora pediu um suco (Letícia revirou os olhos e pediu cerveja), e se deixou levar aos poucos. A música era boa. A energia era ainda melhor.

Depois da segunda música, Letícia já estava sambando com dois rapazes do bairro. Ria alto, girava, cantava — como se tivesse nascido no palco. Dora observava da mesa, sorrindo, balançando o corpo devagar, só curtindo o momento. Até que…

— Com licença, essa cadeira tá livre?

Ela virou-se. Era um rapaz alto, pele morena clara, sorriso fácil e um sotaque que não era baiano — carioca talvez. Usava uma camiseta branca simples, colar de contas coloridas e um jeito leve de quem estava em paz com o mundo.

— Pode sentar. — respondeu Dora, sem pensar muito.

— Valeu. Meu nome é Diogo. Tô de passagem por aqui, primeira vez em Salvador. — Ele estendeu a mão.

— Dora. — disse, apertando a mão dele. — E você tá começando bem sua visita, hein. Esse bar é famoso.

— Me disseram que o melhor jeito de conhecer uma cidade é ouvindo sua música. E esse pagode aqui... — Ele sorriu. — Tá me contando muita coisa.

Ela riu.

— É… Aqui o pagode fala, canta e ensina. Você veio sozinho?

— Com meu melhor amigo, o Rafa. Tá lá dentro tentando dançar com uma baiana que ele acabou de conhecer. Vai passar vergonha. — riu Diogo- é você, o que uma bela morena faz sozinha aqui?

dora sorriu- fui deixada de escanteio pela minha amiga- dora apontou para a mulher que estava no meio do bar dançando incansavelmente com os dois rapazes.

-somos dois então- Diogo mostrou um grande sorriso.

A conversa foi leve, natural. Diogo falava sobre o Rio, sobre como estava viajando de ônibus pelo Nordeste para aproveitar a vida. Dora contou da padaria, do seu sonho de ter um restaurante, e até do pote de vidro onde guardava moedas.

— Eu fico impressionado com quem sabe o que quer tão cedo. — disse ele. — E mais ainda com quem corre atrás. eu não conseguiria.

Ela deu de ombros, sem disfarçar o orgulho.

— É o que me move. Não quero passar a vida toda servindo pão. Quero fazer comida que abrace as pessoas. E você o que você faz da vida.

- no momento nada, eu gosto de aproveitar a vida, as bebidas, as mulheres...

Dora revirou os olhos em desaprovação mais ainda sim com um sorriso no rosto.

Nesse momento, começou uma nova música — um pagode agitado, com refrão marcante e melodia contagiante. Diogo estendeu a mão pra ela.

— Bora dançar? Ou você vai me deixar pagar esse mico sozinho?

Dora hesitou por um segundo. Olhou ao redor, viu Letícia dando um “joinha” do outro lado do bar, e riu.

— Bora.

Eles foram pro meio da roda. Diogo não sabia muito bem os passos, mas tinha ritmo e um jeito divertido de errar, que fazia todo mundo rir e dora estava ali ao seu lado sambando como a muito tempo não sambava ali, entre um passo torto e um olhar trocado, alguma coisa começou a acontecer.

Quando a música acabou, os dois estavam suados, rindo, e mais próximos.

— você tem um sambado muito bom— disse ele, ainda ofegante.

— Você mente bem. — ela respondeu, sorrindo.

Diogo encarou Dora com um olhar diferente e sincero.

depois de um tempo conversando Diogo se despede de dora

— Tomara que a gente se esbarre mais por aqui, Dora. Salvador- disse beijando sua mão e se virando para sair.

e naquele momento algo começa a mudar no coração de dora.

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