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— Edu, o prazo se esgotou, Bernardo só fez sair e voltar a ver aqueles amigos soberbos dele.
— Vamos tentar falar mais uma vez com ele, se não nos atender, tomaremos medidas drásticas.
Minha esposa está chateada.
— Eu não queria que fosse assim, mas ele não nos escuta e temos que corrigi-lo enquanto é tempo.
— Calma, sereia, vamos colocar nosso menino nos eixos, se não for por bem, será por mal.
— Se ele conseguir ter acesso ao dinheiro que o avô deixou para ele, não daremos mais conta.
— Ele não vai conseguir.
Descemos para tomar café da manhã e Bernardo já estava na mesa.
— Bom dia! Vocês dormiram bem?
Edu respondeu para ele:
— Muito bem, e você?
— Muito bem, eu tenho um compromisso agora cedo e não sei se vou almoçar em casa.
— Meu filho, seu prazo acabou, o que você resolveu? Vai trabalhar no escritório ou na transportadora?
— Gente, sou novo e quero viver a vida, vocês são fortes ainda. Eu não vou trabalhar esse ano, só vou estudar. Quem sabe o ano que vem.
— Você quer viver a vida?
— Sim, pai! Tenho só 20 anos, sou rico e não preciso trabalhar.
— Eu, com 20 anos, já estava advogando.
— O senhor é um gênio, entrou no curso de direito com 14 anos, se formou aos 18 e eu conheço toda essa história. O vovô tinha orgulho do senhor, mesmo vocês tendo ideias diferentes.
Eu não sou o senhor, entrei com 18, então ainda tenho dois anos de faculdade e não pretendo passar esse tempo trabalhando.
— Eu não queria fazer isso com você, mas já que não tem jeito. Estou cortando todo seu acesso ao nosso patrimônio.
— Como assim? Não entendi. Tenho a herança que vovô me deixou.
— A partir de hoje, você não tem nenhum centavo, vou bloquear seus cartões e sua conta no banco. A herança que seu avô te deixou, você só pode mexer quando se casar.
— Mãe! A senhora vai deixá-lo fazer isso comigo? Meu dinheiro não é meu?
— Não posso fazer nada, nós só estamos reagindo a suas atitudes irresponsáveis. E seu dinheiro é seu desde que se case.
— Eu não acredito nisso, vocês não terão coragem de fazer isso comigo.
— Você pode ficar morando aqui em casa porque um prato de comida eu não vou te negar, mas é só isso. Nenhum dos funcionários está aqui para te servir, e se quiser abastecer seu carro, peça dinheiro emprestado para aquele bando de encostados que andam com você.
— Vou sair porque já estou atrasado e de noite conversamos, vocês vão ter coragem de me bloquear, eu tenho direitos.
Virou e saiu, olhei para Edu e, mesmo chorando por dentro, sei que ele está certo.
— Faça o que deve ser feito, eu vou te apoiar.
— Obrigado, amor, eu vou ao escritório e desligue seu celular. Bernardo vai surtar quando não conseguir usar o cartão.
— Estamos fazendo certo?
— Sim, estamos, não podemos mais tolerar as idiotices dele.
— Mesmo assim, ainda me sinto mal.
— Meg você assumiu o caminhão do seu pai e toda a responsabilidade que isso implicava, você tinha 19 anos.
— Sei disso, Edu, mas o criamos diferente.
— Erramos, ele deveria ter aprendido como aprendemos a valorizar as pessoas e não o dinheiro.
— Eu te entendo, mas é difícil. Faça o que tiver que fazer.
Vi Edu indo em direção ao escritório e a única coisa que quero agora é fugir. Se pudesse subir em meu caminhão e só voltasse daqui a alguns meses, mas não sou covarde e não vão pular desse barco, vou ajudar Edu a ensinar nosso filho que deve respeitar as pessoas e que dinheiro não é tudo. Que o avô dele estava errado.
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Sai de casa muito nervoso, se eles pensam que podem mandar em mim como se eu tivesse 10 anos, estão enganados. Tenho a herança do meu avô, eles não podem estar falando sério.
Sei que um dia vou ter que assumir o lugar deles, mas agora eu só quero aproveitar minha juventude.
Eles não podem me tirar o meu lugar de direito, eu não sei por que essa fissura. Para eu assumir um lugar nas empresas, é só colocar um bom administrador e eu fico só gastando.
Eles ainda vão tocar por muitos anos, vão acabar me entendendo e me deixando tomar minhas próprias decisões.
Eu só quero viver mais um pouco minha liberdade, antes de ter que levantar e ir trabalhar todo santo dia.
Cheguei na sorveteria e já vi meus amigos me esperando:
* Bárbara Gouveia é filha do atual prefeito, estudamos juntos e na época não me dava bola porque eu não era bonito. Agora, não sei se estou bonito ou é o meu bolso que está, sei que desde o dia que cheguei, vive grudada em mim.
*Joaquim Ferraz, o pai dele, é dono de uma concessionária e vice-prefeito.
*Vitório Romano, o pai dele, é dono de uma empresa que produz carne para exportação, é rico e poderoso. Mas gosta de pagar de boa gente.
Parei meu carro na frente de uma moto linda usada para praticar Rally, deve ser do Joaquim, desci e Bárbara já veio e me abraçou pela cintura.
— Nossa! Bê, você demorou, achei que tinha nos abandonado.
— Claro que não, gata! Só fiquei ouvindo um sermão dos velhos.
Joaquim vinha chegando e me ouviu.
— Cuidado com seu Edu, ele tem fama de implacável.
— Minha mãe controla a fúria dele, ela nunca deixaria meu pai fazer nada contra mim.
Vitório foi o próximo a falar.
— Então, você dá muita sorte, porque lá em casa, se eu não fizer minhas obrigações, é minha mãe que me coloca na linha. A dona Bia é muito brava.
— E onde está a gostosa da sua irmã?
— Não se mete com a Gabriela, eu te arrebento.
— Calma, Vitório, eu só perguntei dela.
— Ela se formou em veterinária e ajuda a mãe com as fazendas, não tem tempo para moleques como você.
— Ela já era bonita há cinco anos, agora deve ser um mulherão.
— Vamos mudar de assunto, eu não quero falar da minha irmã.
Eu, já puxando a fila para a sorveteria, falei:
— Tudo bem, vamos entrar para chupar o sorvete que vocês me prometeram.
Joaquim já se mete na conversa.
— Você quem perdeu a aposta e vai pagar sorvete para todos nós.
— Mas, como você é chorão e muxiba, eu pago, e pronto. E, por sinal, sua moto é muito bonita, vai ter que me deixar dar uma volta nela.
— Que moto?
— A moto de Rally, que está parada ali.
E apontei na direção da moto.
— Aquela moto não é minha, é da…
Entrei na sorveteria rindo e brincando com meus amigos e não percebi que uma moça estava passando e trombei nela.
O sorvete que ela tinha na mão acertou a lateral da minha jaqueta nova, o sangue subiu na minha cabeça.
Essa louca destruiu minha jaqueta, ergui a cabeça e por um momento me perdi nos olhos mais verdes que já vi.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
janete B Lucchesi
História maravilhosa como sempre arrasando autora ❤️❤️❣️
2025-07-22
0
Dulce Gama
KKK estou adorando muito 🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁👍👍👍👍👍
2025-07-21
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janete B Lucchesi
História maravilhosa como sempre arrasando autora ❤️❤️❣️
2025-07-22
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