Edu, Meg e Bernardo
Estou no aeroporto com meu marido esperando nosso filho, espero que ele tenha amadurecido e melhorado. Porque se não melhorou, vou ter que deixar Edu agir. Prometi a ele que vou deixá-lo ensinar nosso filho a respeitar as pessoas. Agora que o avô faleceu, ele não terá ninguém para limpar a sujeira.
Vejo meu menino lindo vindo em nossa direção.
Chega e nos dá um abraço.
— Mãe, pai, vocês estão lindos.
— Como você cresceu, está mais musculoso, mais homem.
— Fiz academia, não podia continuar aquele magricela o resto dos meus dias, com um pai tão bonito desse jeito, não é mesmo, mãe?
— É, sim, meu filho.
Edu dá uma olhada de rabo de olho e diz:
— Só espero que não sejam só os músculos que cresceram, mas o cérebro também.
— Edu, deixa o menino chegar em casa primeiro.
— Eu só fiz um comentário, Meg.
Fomos em direção à esteira pegar as malas de Bernardo, que ficou olhando esperando alguém vir buscar suas malas.
Eu já me irritei com ele de novo, como pude criar um filho tão soberbo? Mas sei que a culpa foi do meu pai, fui deixá-lo participar da vida do neto e me estragou o menino.
— O que você está esperando?
— Alguém vir pegar minhas malas.
— Por quê? Bernardo. Você tem algum problema nos braços?
— Não, pai, mas eu não posso carregar minhas malas, eu pago para os outros fazerem.
— Você está de gozação com a minha cara?
— Claro que não, pensa assim, se eu carregar as malas, vou tirar o serviço dos pobres coitados que vivem disso.
Fiquei muito nervoso com meu filho, mas Meg entrou na frente, pegou uma das malas e disse para Bernardo.
— Vou carregar sua mala e depois você me paga, porque estou faminta e não dá para esperar você enxergar que está no Brasil e que carregar duas malas não vai quebrar seu braço.
— Mãe! Se for para a senhora carregar, deixa que eu levo.
Bernardo pegou as malas e fomos para o carro. Eu já senti que vou ter problemas com esses dois. Mas vou ter que deixar Edu educar esse moleque soberbo.
De repente, é só porque ele está cansado da viagem, ele vai melhorar, pelo menos eu espero.
Meu filho lindo não pode ser idiota desse jeito, porque fui deixá-lo com aquele velho cretino.
Mas por algum tempo achei que meu sogro havia mudado.
Chegamos à barraca do seu Mário, eu amo o cachorro-quente misto que ele faz. Venho aqui com Edu desde que começamos a namorar. Na época, era só ele quem cuidava da banca.
E hoje é ele e um dos filhos.
Mas o atendimento é o mesmo. Chegamos e Bernardo desceu do carro indignado.
— Quando a senhora disse que ia comer, eu achei irmos a um restaurante não nesse lugar sujo e insalubre.
Fiquei nervosa porque seu Mário é um homem digno. Se Bernardo insultá-lo, quem vai ficar irritada com ele será eu.
— Cala sua boca e não fale nada que ofenda seu Mário, ele é um homem bom e trabalhador e é nosso amigo.
— Nossa, vocês não mudam, com o dinheiro que vocês têm, não poderiam ser amigos desse tipo de gente. Bem que meu avô dizia que vocês não sabiam separar o joio do trigo.
— Você deveria lavar essa sua boca, o dinheiro não é nada sem amigos. E quem será o joio aqui?
Bernardo deu uma risada debochada.
— Então, passa todo o dinheiro para meu nome e vai viver do caminhão, quero só ver se a senhora aguenta. E claro que eu quem é o trigo.
— Meu filho, eu não vou te responder, você está me ofendendo. Mas tenho fé que você ainda vai mudar essa sua opinião.
Fiquei olhando minha mulher discutindo com Bernardo e não me envolvi. Preciso que ela enxergue nosso filho como ele é, porque quando eu tomar as rédeas e colocá-lo na linha, ela não vai tentar me impedir.
Mas já é hora de impor minha autoridade de pai.
— Agora chega, vamos comer ou você prefere ficar com fome?
— Vou comer, fazer o quê? Mas preferia um restaurante fino, com ar condicionado e muito higiênico.
Sentamos em uma mesinha, embaixo de uma árvore centenária que tem na praça, e o enjoado do meu filho comeu quatro cachorros quentes.
Quando acabamos de comer, eu paguei a conta para irmos para casa, mas não podia deixar de alfinetar meu querido filho.
— Para quem falou que aqui é insalubre, até que você comeu bem, não foi?
— Eu não gosto de comer aqui, mas já que estava com vocês, aceitei.
Dei um sorriso e fui em direção ao carro, não vou brigar com esse moleque.
Fomos para casa e Bernardo chegou já querendo dar ordens.
Viu nosso jardineiro e já o chamou.
— Ei, você!
Seu José era um de nossos caminhoneiros, o contratei porque tem uma deficiência na perna e não pode mais guiar e cuidar do nosso jardim, é um serviço mais leve.
Fiquei parado esperando seu José chegar até nós, quero ver o que esse moleque vai fazer.
— Tem duas malas no carro, o senhor pode levar para dentro e já avisa a camareira que as desfaça e tome cuidado com minhas roupas, se ela estragar, nem o salário do mês vai pagar uma peça.
Olhei para seu José porque ele estava esperando para ver o que eu e Meg íamos falar.
— Pode voltar para seu serviço, seu José, e me desculpe pela atitude desagradável de meu filho.
Bernardo ficou me olhando e disse:
— Quem vai levar minha mala para dentro de casa?
— Você, Bernardo, pegue suas malas com suas roupas de grife e leve para seu quarto, outra coisa, não temos camareira. Desfaça sua mala.
— Vou ter que desfazer minha mala? Mas para que temos tanto dinheiro se não temos ninguém para fazer esse tipo de serviço por nós?
Meg entrou na conversa.
— Devo ter jogado pedra na cruz, eu não sei onde errei. Em que momento te deixei tornar essa pessoa horrível?
— Eu não sou horrível, eu sou rico e sei aproveitar o dinheiro.
— Aqui você não terá ajuda de ninguém, pegue suas malas e leve para seu quarto. E depois do jantar, vamos conversar sobre onde você vai trabalhar.
— Mas mãe! Eu mal cheguei, me dá ao menos uma semana para eu me adaptar.
Olhei para Edu, que balançou a cabeça concordando.
— Tudo bem, vou te dar uma semana e nem mais um dia. Se você não escolher onde vai trabalhar, eu e seu pai escolheremos por você.
Bernardo veio e me abraçou, me deu um beijo no rosto.
— Obrigado, mãe, eu sabia que a senhora ia me entender. E, pai, depois precisamos ver como ficou a herança do vovô, eu quero a minha parte.
— Só uma semana, Bernardo e nada mais. E quanto à sua herança, vai ter acesso a ela na hora certa.
— Está bom, eu já entendi. E quando será a hora certa?
Entrei com Meg para dentro de casa e deixei Bernardo pegando as malas. Quando vi que meu pai havia deixado tudo para Bernardo, eu dei um jeito de ele só poder ter acesso aos bens depois que se casar, mas acho melhor não contar isso para ele agora.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Irene Saez Lage
Gente a estória está ficando interessante mas que rapaz sem noção mimado otário tá doido 😅😅😅
2025-07-22
4
Rita De Cássia
NEM PARECE FILHO DESSE CASAL LINDO 🥰 🥰 E MARAVILHOSOS 🩵🩷
2025-07-21
2
Marlene Almeida
tá muito boa história
2025-07-23
0