A noite caíra sobre Palermo, mas para Tommaso, o dia ainda estava longe de terminar. A notícia do roubo da carga havia se espalhado como fogo na floresta, e o silêncio que se seguia era mais ensurdecedor do que qualquer grito de guerra. Da minha mesa no escritório, eu podia ver as luzes da cidade cintilarem, cada uma delas um lembrete do império que eu havia construído, e agora, da ameaça que o corroía por dentro.
Dante estava ao meu lado, revisando relatórios, com a mesma expressão de fúria contida. "Os homens de Marco Romero estão agitados, Tommaso. Estão se perguntando quem falhou."
Romero era o conselheiro mais antigo, um homem de respeito, com décadas de serviço à Família. Mas seu filho, Giamatti, sempre foi um problema.
Arrogante, ambicioso e com um ressentimento latente contra a ascensão dos De Santis. Eu já o havia observado de perto, mas sua lealdade nunca havia sido posta em xeque de forma tão contundente. Até agora.
"Giamatti," eu disse, a palavra saindo com um sibilo. "Sempre com um olho na minha cadeira. E o pai,
Marco, sempre cego pela lealdade ao filho, ou talvez pela sua própria ambição velada."
Dante assentiu, seus olhos verdes fixos em um nome específico em um dos documentos. "Ele estava encarregado da segurança da rota secundária. A mesma que foi comprometida."
Eu me levantei, caminhando até a janela. A imagem do rosto de Giamatti, com aquele sorriso pretensioso, me veio à mente. "Ele e o pai. Não aceitam que a coroa De Santis esteja na minha cabeça. Querem a minha queda. E acreditam que roubar nossa carga os fará mais fortes, nos fará mais fracos."
"Acha que eles planejam um ataque aberto?" Dante questionou, a voz grave.
"Não. Eles são cobras, Dante. Eles rastejam nas sombras. Vão tentar nos esfaquear pelas costas, desestabilizar a Família por dentro. O roubo da carga é só o começo. Eles querem a nossa morte, a minha e a sua, para assumirem o controle."
A ameaça era clara como cristal. A traição de Giamatti, com o provável apoio do pai, não era apenas sobre dinheiro ou drogas; era um golpe de estado. Eles estavam tentando usurpar o controle, e para isso, precisavam eliminar os De Santis.
Meus olhos se fecharam por um instante, a imagem de Guilia invadindo meus pensamentos. A filha do Don "rival", agora minha noiva, caminhando para um casamento que poderia unir ou destruir duas das maiores famílias da máfia. Essa traição interna não só nos enfraquecia, mas também nos expunha a ataques externos. Como eu poderia protegê-la se nem mesmo minha própria casa estava segura?
"Temos que ser implacáveis," eu disse, voltando-me para Dante. Minha voz era calma, mas o gelo em meus olhos falava por si. "Vamos montar uma armadilha. Giamatti se mostrou. Agora é a nossa vez de caçá-lo. E seu pai, se estiver envolvido, vai pagar o mesmo preço."
Dante sorriu, um brilho de antecipação em seus olhos verdes. "Como quiser, Don. O que faremos?"
"Primeiro, vamos espalhar a palavra. Uma caça ao rato. Ninguém rouba dos De Santis e vive para contar a história. A carga será recuperada. E o traidor... bem, ele vai aprender o verdadeiro significado de lealdade e traição."
Como Tommaso planejará sua armadilha para Giamatti e seu pai? A revelação da traição afetará a Família Santin o relacionamento de Tommaso com Guilia?
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Atualizado até capítulo 62
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