Narrado por Felipe Castellani
Bellagio… A cidade que todos romantizam… e que eu enxergo apenas como uma peça estratégica no jogo. Pequena demais para o meu mundo, tranquila demais para a minha cabeça.
Mas, curiosamente… foi aqui que algo me tirou do eixo.
Ou melhor… alguém.
Ela caminhava distraída pelas ruas estreitas, loira, delicada, corpo feito sob medida para atrair olhares… mas com uma ingenuidade irritante por não notar o efeito que causava.Enquanto todos seguiam suas rotinas, ela parecia flutuar, completamente alheia à atenção… até a minha.
Sem pensar, a segui com os olhos.
Ela entrou em uma loja simples, dessas que vendem lembranças e pequenas peças artesanais que não me interessam. Mas naquele momento, nada me interessava além dela.
Me aproximei da vitrine, fingindo observar os produtos, mas meus olhos estavam cravados nela… cada movimento, cada sorriso, o jeito delicado de falar com as colegas de trabalho.
Doce demais para esse mundo.Inocente demais para andar sozinha.
Foi nesse instante que Victor Barreto apareceu ao meu lado, atento como sempre.
Felipe - Quero tudo sobre ela. — ordenei, sem desviar o olhar.
Felipe - Quem é, de onde veio, o que esconde… descubra tudo.
Victor assentiu em silêncio.Ele sabia: quando algo me interessa… vira meu.Ela só não sabe disso ainda.
Ela tinha algo hipnotizante.O tipo de presença que nem precisa tentar… e já domina o ambiente.
Fiquei ali, parado diante da vitrine, observando cada detalhe.O sorriso leve, os olhos claros que brilhavam quando ela falava com os clientes, o jeito doce… e o contraste com aquele corpo absurdamente provocante, mesmo escondido sob roupas simples.
Meiga… Delicada… Perigosa… mas ainda não percebeu isso.
Minha mente, treinada para negócios, não costuma se distrair. Mas, naquele momento, esqueci números, contratos, reuniões… só existia ela.
Respirei fundo, sentindo o ar gelado de Bellagio cortar meus pensamentos. Não era meu estilo perder tempo observando de longe. Quando quero algo… eu vou até o fim.
E ela?
Já era um desejo.
Empurrei a porta da loja sem pressa, o som do sino anunciando minha entrada. Alguns turistas olharam curiosos, a vendedora do caixa tentou disfarçar o interesse… mas meus olhos estavam cravados nela.A loira dos olhos doces… que ainda não tinha notado o tamanho do perigo se aproximando.
Caminhei direto até onde ela estava, ignorando prateleiras, produtos e distrações.Ela virou, instintivamente, como se sentisse minha presença.
Nossos olhares se cruzaram.E foi ali… naquele exato segundo… que o jogo começou.
Ela não me reconheceu… Melhor assim.
Sorrindo de lado, me aproximei mais um passo.
Agora… ela estava ao meu alcance.
E não havia volta.
Narrado por Angelina Novak
O sino da porta tocou.Mais um cliente.
Ergui o olhar com aquele sorriso automático, treinado para ser simpática, mas no instante em que vi o homem que entrou… o sorriso quase vacilou.
Alto. Impecável.Terno alinhado demais para alguém passeando pelas ruas de Bellagio. Barba bem feita, o cabelo escuro penteado para trás, olhar profundo, intenso… quase indecente de tão bonito.
Definitivamente, ele não era daqui.
Respirei fundo, mantendo a compostura. Homens bonitos aparecem, principalmente com o tanto de turistas que circulam por aqui… mas ele tinha algo diferente. Algo que fazia a pele arrepiar, o estômago contrair, como se o ar ao redor mudasse só pela presença dele.
Angelina- Posso ajudar? — perguntei, com o melhor tom doce e profissional que consegui forçar, enquanto ele se aproximava sem desviar os olhos de mim.
O olhar dele… era como se me estudasse.Me analisasse… me decifrasse.Arrogante, confiante, um pouco perigoso…Mas mesmo assim, eu sorri.
— Estou procurando… algo. — a voz dele era grave, rouca, carregada de um sotaque discreto que eu não consegui identificar de imediato.
Eu sorri de novo, desconfiada, mas mantive o bom humor.
Angelina -Algo… específico ou está no time dos perdidos que fingem saber o que querem? — brinquei, tentando quebrar o clima estranho que ele causava.
Ele sorriu. Lindo demais para ser justo.
E, sem olhar para as prateleiras, respondeu:
— Na verdade, acho que já encontrei exatamente o que estava procurando.
Meu estômago revirou por um segundo, mas antes que eu pudesse processar, ele desviou o olhar e pegou uma das pequenas caixas de lembrancinhas.
— Vou levar isso. — disse, sem nem olhar o que era. Só queria ter uma desculpa, claramente.
Peguei o item, conferi o código e fui até o caixa, sentindo o olhar dele queimar minhas costas o tempo todo.Definitivamente, ele não era só um turista.Definitivamente… ele era problema.
E, mesmo assim, eu não consegui parar de sorrir.
Narrado por Felipe Castellani
Ela é melhor do que imaginei.Sorriso doce, olhos claros que carregam uma ingenuidade quase irritante, e ainda assim, tem aquela pontada de malícia discreta na voz… o suficiente para me provocar sem nem perceber.
Ela brinca, faz piada sobre turistas perdidos, tenta me tratar como mais um…
Não sou.
E logo ela vai entender isso.
Observei cada detalhe enquanto ela registrava a compra. Os dedos delicados manuseando a máquina, a expressão concentrada, o corpo tão tentador escondido sob roupas simples demais…
Incrível como ela não tem noção do que provoca.
Felipe - Você é ótima vendedora. — disse, com a voz baixa, firme, a intenção clara no subtexto.
Ela ergueu o olhar, os olhos claros encontrando os meus, confusos… tentando decifrar se era só elogio ou algo a mais.Era muito mais.
Felipe - Posso saber seu nome? — questionei, inclinando o corpo ligeiramente sobre o balcão, reduzindo o espaço entre nós.
Ela hesitou por um segundo, aquele instinto de cautela natural… mas a curiosidade venceu.
E ali, pela primeira vez, eu ouviria da boca dela o nome que, em breve, passaria a ecoar dentro da minha cabeça.
Porque ela ainda não entende… mas a partir do momento que a vi…Ela se tornou um problema meu.E problemas… eu resolvo à minha maneira.
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Atualizado até capítulo 54
Comments
Dulci Oliveira
um tanto arrogante 🙄
2025-07-16
3
Maria Zeneide Barros Barros
Adooro
2025-07-14
1