[Escritório privativo de Salvatore – madrugada. Livros de direito antigo, um bar com whisky caro, câmeras discretas. Silêncio total. Apenas o som de digitação rápida e ritmada em um notebook preto.]
[Elia está sentado na poltrona de couro de Salvatore. Cabelos bagunçados, olhos fixos na tela. O reflexo azul do monitor destaca seus traços finos. Ele veste apenas uma camisa branca aberta até o meio do peito. Descalço.]
Elia Russo
(sussurrando para si mesmo):
— Uma rede privada protegida por três firewalls e um sistema biométrico...
— Tsc... você realmente não quer que ninguém veja o que está aqui, né, Salvatore?
[O sistema exibe uma mensagem de acesso negado. Elia sorri e digita uma sequência rápida. Um arquivo criptografado se abre com o nome “Famiglia_OSCURA”. Elia congela ao ver documentos, vídeos, e um nome em destaque: “Leonardo Moretti – morto em 2007?”.]
Elia Russo
(em voz baixa, tenso):
— Morto? Mas por quê esse nome... está marcado como 'instável'?
[Antes que possa clicar, a porta atrás dele se abre com força. Salvatore entra sem aviso. Ele veste camisa escura, os olhos verdes carregados de fúria silenciosa. Um silêncio mortal se instala.]
Salvatore Moretti
(voz cortante):
— O que você está fazendo?
[Elia fecha o notebook com um estalo rápido, levanta-se, mas sem culpa no rosto — apenas o mesmo sarcasmo desafiador.]
Elia Russo
— Curioso. Um homem que tortura traidores no porão deve ter segredos bem mais interessantes do que parece.
Salvatore Moretti
(dando passos lentos até ele):
— Você invadiu meu sistema pessoal. Um sistema protegido por níveis de segurança que nem os federais tentariam tocar.
Elia Russo
(arqueia a sombrancelha):
— E mesmo assim eu entrei
[Salvatore avança e empurra Elia contra a parede com brutalidade. Uma mão no peito do loiro, a outra fechada em punho.]
Salvatore Moretti
(com a respiração alterada):
— Você não tem ideia do que acabou de fazer.
Elia Russo
(ofegante, mas com os olhos fixos nos dele):
— Talvez tenha feito o que ninguém nesse palácio teve coragem de fazer. Te encarar. De verdade.
[Salvatore empurra mais forte, seus olhos verdes queimando de raiva, desejo e... medo.]
Salvatore Moretti
— Esse nome... o que você viu?
Elia Russo
(sendo arrastado):
— Vai me matar agora? Jogar meu corpo no porão como o resto?
Salvatore Moretti
(rosnando):
— Pior. Vou te deixar vivo. Mas trancado. Onde ninguém mais pode te ouvir.
[Eles chegam ao fim do corredor da ala leste. Uma porta de ferro escuro, com uma trava mecânica.]
Elia Russo
(tentando manter o tom debochado):
— Vai me jogar numa torre como uma princesa? Que adorável.
Salvatore Moretti
(destranca e abre a porta):
— Não. Vou trancar um vírus antes que ele destrua tudo o que construí.
[Ele empurra Elia para dentro. O quarto é elegante, mas frio. Sem janelas. Apenas cama, livros, um baú trancado e câmeras.]
Elia Russo
(caminhando até a cama, provocativo):
— Se me quisesse só pra você, bastava pedir.
Salvatore Moretti
(do lado de fora):
— Você vai ficar aqui. Sem acesso. Sem códigos. Sem mim.
Elia Russo
(sentando-se lentamente, o tom mais sombrio):
— Você está com medo do que eu posso descobrir… ou do que sente quando me olha?
[Salvatore fecha a porta com um estrondo. Tranca. Do lado de dentro, Elia suspira. Do lado de fora, Salvatore encosta-se na parede, cerra os olhos, respira fundo.]
Elia Russo
(sozinho):
— Agora eu sei...
— Você sangra. E esconde cadáveres que não estão mortos.
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