Corpo do segurança ainda não havia sido retirado do jardim. Rodrigo olhava de longe, da sacada do segundo andar, a expressão tensa, o maxilar travado. Aquilo era um aviso — não para Erik. Era para ele.
— Estão deixando claro: você não é bem-vindo aqui. — A voz de Erik surgiu atrás dele, baixa e áspera.
Rodrigo não se virou.
— Começo a achar que esse país inteiro tem alergia a forasteiros.
Erik se aproximou, passos lentos, perigosos. Parou tão perto que Rodrigo sentiu o calor do corpo dele queimar pelas costas.
— O problema não é Kavros. É você. — A mão grande de Erik tocou o ombro nu de Rodrigo e deslizou até sua nuca. — Você desperta desejos... e raivas. Gente assim não passa despercebida.
Rodrigo virou o rosto, encarando-o.
— E você? O que eu desperto em você?
Erik o puxou com força pela cintura, encostando os corpos. Os olhos acinzentados cravaram nos dele.
— Vontade de destruir. E de proteger ao mesmo tempo. Isso me fode a cabeça.
Rodrigo engoliu em seco. Aquilo não era uma declaração de amor. Era uma ameaça velada, travestida de desejo.
— E vai me destruir primeiro? Ou proteger?
Erik sorriu com os lábios, mas não com os olhos.
— Primeiro... eu vou te marcar.
O beijo veio bruto, voraz, sem espaço pra recusa. Rodrigo reagiu, mordeu, arranhou, mas acabou cedendo, preso àquele vício que era o toque de Erik. O mafioso o virou contra a parede, as mãos firmes explorando cada centímetro do seu corpo. As roupas caíram rápido. Gemidos abafados se misturaram ao som do vento lá fora.
Ali, naquele corredor frio de uma mansão ensanguentada, Rodrigo perdeu o controle de novo. E não sabia mais se queria recuperar.
Depois, deitado no chão de mármore, com Erik ainda sobre ele, a respiração dos dois misturada, o silêncio se instalou como um sussurro perigoso.
— Você é um vício — Erik murmurou, os lábios no pescoço de Rodrigo. — E vícios... ou a gente mata, ou mata a gente.
Rodrigo sorriu de canto.
— E quem disse que eu quero ser curado?
Um barulho do andar de baixo cortou o clima. Portas batendo. Gritos abafados.
Erik levantou num salto, já puxando a calça, sacando a arma. Rodrigo, ainda ofegante, vestiu o que pôde e foi atrás. Quando chegaram ao hall, um dos homens trazia um notebook aberto.
— Interceptamos uma transmissão. A câmera do jardim leste foi hackeada. Alguém está assistindo a gente de fora.
Erik trincou os dentes.
— De onde?
— Rússia. Mas o IP foi mascarado. Pode ser de qualquer lugar.
Rodrigo se aproximou, olhando as imagens congeladas na tela. Ali estava ele, nu, na sacada... com Erik por trás. A transmissão havia captado tudo.
— Eles estão observando... até nossos momentos íntimos? — Rodrigo perguntou, incrédulo.
Erik fechou o notebook com força.
— Estão te caçando. Querem te quebrar de dentro pra fora. E eu não vou deixar.
— Por que se importa tanto?
Erik se virou devagar, encarando-o com os olhos mais sombrios do que nunca.
— Porque você agora é meu. E ninguém toca no que é meu.
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Atualizado até capítulo 36
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