Capítulo 4

-- Não me importo com seus horários! Saia daqui agora! -- Arthur vociferou, sua voz carregada de irritação.

Sabrina manteve a compostura, apesar do tom áspero. -- Senhor Maldonado, entendo que não queira minha presença, mas preciso me certificar de que tome a medicação. É importante para sua saúde.

Ela se dirigiu à pequena mesa de cabeceira, onde avistou alguns frascos de remédios. Pegou um deles e leu o rótulo, confirmando ser o medicamento das duas da tarde. Em seguida, pegou um copo e foi até a garrafa de água sobre a cômoda, servindo um pouco.

-- Já disse para sair! Não preciso da sua ajuda! -- Arthur insistiu, virando o rosto para o lado oposto.

-- Sei que está sendo difícil para o senhor, mas estou aqui para ajudar. Por favor, tome o remédio. Vai se sentir melhor -- Sabrina falou com um tom calmo, tentando transmitir segurança.

Arthur permaneceu imóvel, teimoso. Sabrina aproximou-se da cama com o copo e o comprimido na mão.

-- Senhor Maldonado, por favor. É só um instante. Pense na sua saúde. E eu não vou sair daqui enquanto o senhor não tomar a medicação.

O silêncio pairou no quarto por alguns segundos tensos. Sabrina esperou pacientemente, sem forçar a situação, mas mantendo-se firme em sua decisão. Finalmente, Arthur suspirou pesadamente.

-- Você é muito insistente, não estou gostando nenhum um pouco disso. -- A voz dele era de arrogância, mas depois de muita hesitação.. -- Deixe-o aí. Eu mesmo pego -- disse ele.

Sabrina aproximou o copo e o comprimido da mão estendida de Arthur. Ele tateou o ar até encontrar os objetos. Levou o comprimido à boca e bebeu a água com dificuldade, desviando o rosto assim que terminou.

-- Pronto. Já pode ir agora -- disse ele, com a voz ainda carregada de impaciência.

-- Estarei por perto caso precise de algo -- Sabrina respondeu com gentileza, colocando o copo de volta na mesa. Ela sabia que aquela pequena vitória era apenas o começo de um longo caminho. -- Com licença, -- Sabrina retirou-se educadamente fechando a porta sem fazer barulho.

-- Mas que mulherzinha chata, essa é a pior de todas que já passou por aqui. Nunca vi alguém tão insistente assim. -- Arthur resmungou baixinho sentindo-se incomodado.

Sabrina foi até o quarto que a partir daquele dia seria seu. Ela arrumou as suas roupas no closet. Após tudo organizado pegou o celular para olhar a hora. Havia muitas chamadas perdidas do seu namorado.

-- O que será que Vitor quer?

Logo depois de tudo devidamente arrumado, Sabrina desceu até a cozinha da mansão. Vera havia preparado um delicioso café da tarde. -- Fique a vontade, minha querida. Se alimente bem para cuidar do menino Arthur.

A enfermeira ficou admirada e ao mesmo tempo curiosa pela forma que Vera se referia ao seu chefe.

-- O Sr. Maldonado mora aqui sozinho? Pensei que a senhora Serena Maldonado morasse aqui também.

Vera suspirou ao ouvir o questionamento da nova integrante da casa. -- Há muitas coisas, minha filha que não posso falar. Já viu como ficou a senhora quando eu falei sobre Arthur ser mais apegado a mim. Ela não gosta que os empregados falem sobre isso.

Sabrina abaixou a cabeça sentindo-se envergonhada. -- Me desculpa, senhora. Não tocarei mais nesse assunto.

Vera ficou em silêncio servindo-se de uma xícara de café.

-- Tem coisas minha querida que precisamos ficar calados para não sobrar pra gente.

Vera falava de uma forma enigmática. Sabrina logo compreendeu que a família Maldonado escondia segredos sombrios.

Ela terminou a sua refeição e logo subiu para o segundo andar da casa. Sabrina retornou ao quarto de Arthur. Era o horário do banho dele.

-- Mas o que está fazendo aqui de novo, enfermeira? -- Questiona Arthur ao ouvir a porta do quarto se abrir.

-- Como sabe que sou eu? -- Perguntou Sabrina curiosa.

-- Os seus passos já são conhecidos, enfermeira -- argumentou ele bastante estressado. -- Mas como sabe, senhor Maldonado? Nos conhecemos hoje e o senhor já gravou o som dos meus passos?

-- É... é que... não costumo receber visitas no quarto, sabe? Principalmente... tantas vezes assim -- Arthur gaguejou, desviando o rosto. A explicação soou forçada, e ele sabia disso.

Sabrina arqueou uma sobrancelha, percebendo a hesitação e a falta de convicção nas palavras dele. -- Entendo. Mas vim para ajudá-lo com o banho, senhor Maldonado. É importante para sua higiene e bem-estar.

Ela se aproximou da cama, mantendo um tom profissional e gentil, apesar da evidente irritação dele. Arthur crispou os lábios, demonstrando seu desagrado.

-- Não preciso da sua ajuda para tomar banho! Posso fazer isso sozinho! -- Ele protestou, tentando soar firme, mas a voz ainda carregava um traço de debilidade.

-- Eu sei que consegue, senhor Maldonado, mas o médico recomendou que eu o auxiliasse. É para sua segurança -- Sabrina explicou pacientemente, - e também sua mãe me disse que eu o ajudasse nisso.

Arthur bufou, virando a cabeça para o outro lado. O silêncio se instalou novamente no quarto, carregado de tensão. Sabrina esperou, sem insistir, dando a ele um momento para processar a situação.

Na realidade, a explicação de Arthur era uma farsa. Desde o momento em que Sabrina entrara no quarto pela primeira vez, um aroma sutil e inconfundível impregnara o ar. Era um perfume masculino, forte e amadeirado, que de alguma forma se harmonizava com a presença dela. Arthur, com seu olfato apurado, havia registrado aquele cheiro peculiar. E agora, ao sentir novamente aquela fragrância suave invadindo o quarto, ele soube, antes mesmo dela falar, que era Sabrina quem estava ali. Era um detalhe íntimo e inesperado que sua mente teimava em registrar, apesar da irritação que sentia pela presença constante da enfermeira.

-- Sr. Maldonado, por gentileza. Preciso fazer o meu trabalho e está agindo como uma criança mimada, dificultando as coisas.

Arthur se vira rapidamente na direção da voz dela. -- Quem pensa que é para falar comigo desse maneira? Você é insuportável, enfermeira.

Um silêncio agonizante ecoou no quarto. Sabrina o encarava sabendo que tinha exagerado na fala, mas recuar agora seria uma covardia.

-- Com o respeito Sr. Maldonado. Mas sua ação se assemelha a de uma criança mimada. Sabe que precisa tomar banho, sabe que precisa do meu auxílio para o ajudar e mesmo assim fica agindo como se não importasse com nada..

-- Você é uma atrevida, enfermeira. -- Arthur diz irritado. Eu sou o CEO mais importante desse país e você age como se eu não fosse ninguém.

-- Não me considero assim. Mas se pensa dessa maneira, não posso fazer nada. O senhor precisa colaborar para que sua recuperação não seja tardia.

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Comments

Marlene Almeida

Marlene Almeida

esse céu arrogante vai si apaixona pela imfermeira

2025-07-04

1

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

adoro esse jogo de gato e rato rsrrsrs

2025-07-16

0

Iraci Zay

Iraci Zay

que homem mau🤭🤭🤭

2025-07-09

0

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