Capítulo 3

Sabrina é apresentada a governanta Vera, uma senhora carismática e muito gentil. -- Muito prazer, Sra. Vera, sou Sabrina Santos, a nova enfermeira do Sr. Maldonado -- disse a enfermeira com um sorriso discreto nos lábios. -- O prazer é meu, senhorita Sabrina..Tomara que meu menino aceite sua ajuda. Ele tem desprezado todas as outras enfermeiras que já passaram por aqui.

-- Sabrina vai se esforçar, Vera. Ela vai fazer um ótimo trabalho, se não conseguir, iremos contratar outra -- argumentou a mãe de Arthur com tom de voz um pouco ríspida.

-- Que bom, menina. Arthur é arrogante, mas meu menino não é assim com todos. Tenha paciência e saiba dar o espaço que ele precisar. Com o tempo, ele vai reconhecer seu esforço.

-- Arthur gosta mais de Vera do que de mim que sou sua mãe, -- revelou Serena Maldonado com uma expressão de ressentimento.

-- Não é bem assim, senhora Maldonado. Arthur te ama como mãe, mas como ele sempre conviveu comigo desde que era rapaz, é mais apegado a mim.

Nesse momento, Serena lança um olhar sombrio para a governanta que não passou despercebido por Sabrina como querendo repreende-la. -- Desculpa Sra. Maldonado, falei demais, - argumentou a governanta abaixando a cabeça, envergonhada.

-- Sim, a senhora tem que saber seu lugar. Os empregados não precisam ficar sabendo do acontece com os seus patrões. Eu preciso ir para empresa agora. Vera, cuide de tudo que Sabrina irá precisar para se instalar no quarto de hóspedes. E senhorita, -- Serena olha para Sabrina de cima a baixo, -- sabe que precisa ajudar o meu filho a tomar banho, com certeza ele irá recusar, mas seja insistente. Arthur pode cair.

-- Está bem, senhora. Terei todo cuidado. Não se preocupe.

A mãe de Arthur se despede e sai logo em seguida deixando algumas interrogações na cabeça de Sabrina.

-- Vamos ao seu quarto, Srta. -- Vera sai andando da sala levando Sabrina para o quarto de hóspedes. -- Já está tudo arrumado, senhorita Santos. Deixei suas malas perto da cama, daqui a pouco vou pedir uma empregada para vim arruma-las no closet, -- Sabrina logo hesitou. -- Não precisa senhora Vera. Eu mesma farei isso, não precisa se preocupar.. Eu gosto de organizar minhas próprias roupas.

Vera assentiu: -- tudo bem, minha querida. Torço para que Arthur aceite sua ajuda profissional. Mas como disse antes, tenha paciência com ele. No começo,. Arthur com certeza irá te tratar mal, mas depois que ver sua disposição e seu esforço para ajuda-lo, ele irá agir de forma diferente.

Sabrina segurou firme nas mãos de Vera. -- A senhora é muito apegada a Sr. Maldonado. Vou me esforçar para suportar o mau humor dele.

Vera abraça Sabrina emocionada.

-- Obrigada minha querida por compreender. Sinto que dessa vez será diferente. Arthur é muito especial pra mim.

-- Agora vou ver como ele está, com licença. -- Sabrina saiu em direção ao quarto de Arthur. Ao chegar no quarto, abriu a porta lentamente, procurando não fazer barulho. Ela caminhou até a cama e observou que ele estava dormindo.

O rosto de Arthur, mesmo envolto na sombra do quarto, exibia traços fortes e definidos. Os cabelos escuros estavam desalinhados no travesseiro, e a respiração era lenta e compassada. Sabrina observou a linha de seu maxilar, a curva dos lábios cerrados, imaginando o brilho que seus olhos castanhos deveriam ter antes da tragédia. Era inegável a beleza máscula que emanava dele, mesmo em seu estado de vulnerabilidade.

Sabrina sentou-se na poltrona ao lado da cama. Seus pensamentos de certa forma estavam tumultuados.

Ela se lembrou dos comentários sussurrados no hospital, antes de aceitar o caso. "Um homem charmoso", " um cara arrogante", "um empresário de sucesso que perdeu a visão", "um verdadeiro galã, mas não quer saber de amar ou casar com alguém". Agora, a beleza permanecia, mas envolta em uma aura de sofrimento e isolamento. Sabrina sentiu uma pontada de empatia, uma compreensão da frustração e da raiva que o consumia. Perder a visão, a independência, devia ser uma provação terrível para um homem acostumado a ter o controle.

Seus dedos traçaram o contorno da própria mão, imaginando a sensação de não poder mais ver as cores, as formas, o mundo ao seu redor. A escuridão devia ser avassaladora, um peso constante sobre os ombros. Ela admirou a força que ele demonstrava, mesmo em sua hostilidade, uma resistência teimosa contra a sua nova realidade.

Um leve suspiro escapou dos lábios de Arthur, quebrando o silêncio do quarto. Sabrina prendeu a respiração, observando-o atentamente. Seus olhos se moveram levemente sob as pálpebras fechadas, como se estivesse sonhando. Por um instante, a enfermeira permitiu-se imaginar o homem por trás da máscara de sarcasmo e amargura. Quem era Arthur Maldonado antes do acidente? Um homem alegre? Apaixonado pela vida? Pelo seu trabalho?

A porta rangeu suavemente, e Vera espiou para dentro do quarto. Ao ver Sabrina sentada ali, observando Arthur com uma expressão serena, a governanta sorriu discretamente e fez um gesto silencioso de aprovação antes de se retirar, fechando a porta com cuidado.

Sabrina voltou sua atenção para Arthur, sentindo um misto de desafio e determinação. Ela não seria apenas mais uma enfermeira a desistir. Ela se esforçaria para romper a barreira de sua dor, para encontrar uma maneira de ajudá-lo a reconstruir sua vida, mesmo na escuridão.

Sabrina ficou ali por algum tempo, mas ao perceber que Arthur poderia demorar a acordar, resolveu voltar para seu quarto e guardar suas roupas no closet.

Ao levanta-se, ela tropeçou na perna da poltrona. -- Quem está aí? -- Perguntou Arthur acordando rapidamente. -- Sabrina engoliu em seco sentindo-se intimidada. -- Sou eu Sr. Maldonado, a enfermeira Sabrina Santos.

Arthur abriu os olhos, mesmo sem poder enxergar podia ouvir a respiração ofegante da enfermeira ao lado da cama.

-- O que está fazendo aqui? -- Pergunta novamente com tom de desagrado. -- Vim ver como estava e acabei tropeçando na poltrona, me desculpe por atrapalhar o seu descanso.

Arthur ficou em silêncio por um momento. -- Saia do meu quarto, se for preciso te chamarei. -- Ele falou com arrogância. -- Sabrina mordeu os lábios imaginando como respondê-lo.

-- Não posso sair agora, preciso da sua medicação marcada para as duas horas da tarde. -- Sabrina logo lembrou do medicamento de Arthur.

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Comments

Susana Amor

Susana Amor

estou gostando da história ❤️

2025-07-03

1

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

o grande desafio pela frente

2025-07-16

0

Dulce Gama

Dulce Gama

está ótima essa história parabéns 👍👍👍👍👍🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁♥️♥️♥️♥️♥️🌟🌟🌟🌟🌟

2025-07-05

0

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