NOSSO PRIMEIRO VERÃO...

... "O amor é como o vento, posso não vê-lo, mais posso senti-lo! "...

...PASSADO. ...

Era difícil descrever como ele era, porque ele estava de costas para mim mais ele usava uma camiseta preta com capuz, simples, sem desenhos.

Será que ele não gosta de super-heróis? Quase todo mundo usa roupas de super-herói hoje em dia!

Então, o vento começou a bater forte em nós, e a terra voava por todos os lados. Eu senti a poeira no meu rosto, meus olhos arderam. Coloquei as mãos na frente, tentando me proteger, mas o vento era tão forte que parecia querer me empurrar para trás.

Quando olhei de novo, vi que só eu estava me movendo, tentando não ser levada pelo vento. Os outros garotos estavam parados. O garoto da camiseta preta, ainda estava ali, de costas pra mim. Agora dava pra ver um pouquinho do cabelo dele. Ele tinha os cabelos castanhos, bem encaracolados, que saíam debaixo do capuz.

Será que ele realmente veio me ajudar? Ou estou vendo coisas?

George, o garoto que estava na frente de mim, não gostou nada da intromissão do garoto.

— Adam, não se mete nisso! —Diz com os olhos brilhando de raiva.

Então o nome dele é Adam...

— Como não? — Adam respondeu, impaciente, girando os ombros como quem estava prestes a fazer algo.

Os outros garotos começaram a rir, como se a intervenção dele fosse um espetáculo.

— Se ela quiser a boneca de volta, vai ter que pedir pra gente! — zombou um deles.

— Ou... comer terra! — sugeriu outro, eu podia sentir o sarcasmo na voz dele, como se estivesse se divertindo com o sofrimento de alguém.

— Vamos! Quem sabe assim a gente devolve a boneca... — falou outro, rindo como se estivesse se achando o máximo.

Esses idiotas! Acham que vão me fazer passar vergonha? Não! Não vou deixar isso acontecer!

A raiva cresceu dentro de mim e de repente, eu não pensei em nada, só fiz, por impulso devolvi suas palavras afiadas sobre a minha mãe com violência, com todas as forças que eu tinha dei um passo a frente e joguei a pedra na cabeça de George, a pedra foi tão rápida que ele nem teve tempo de reagir.

Ao meu lado senti Adam olhando pra mim, surpreso, com os olhos arregalados. Ele deve ter ficado chocado, talvez pensou: "Essa menina é louca!" mas eu não estava com medo, não ia deixar esses garotos ganharem, não ia sair dali sem minha boneca, não ia me humilhar.

George parou por um momento, o rosto dele ficou vermelho, quase roxo de raiva, não sabia se estava mais bravo ou se ia começar a chorar de raiva, ele tocou na cabeça, onde a pedra bateu, e eu vi que não sangrava, mas ele sentiu dor. Ele estava irritado, e dava pra ver que a dor o fez perder o controle. Os outros meninos ficaram quietos, olhando pra mim, sem saber o que fazer.

— FOI VOCÊ QUE FEZ ISSO? — George gritou, e a voz dele tremia de raiva.

Ele veio na minha direção, socando uma mão na outra, furioso, como se fosse me atacar.

— Eu...Eu...— tentei dizer algo, meu corpo todo tremia, mas sem querer sair dali.

Eu sabia que, se recuasse, ele e os outros iam rir de mim ainda mais, eu não ia deixar que isso acontecesse.

Na verdade eu não devia ter feito aquilo, eu só queria responder de volta, mas quando ele falou mal da minha mãe, eu fiquei com tanta raiva que fiz algo que não devia, meus pais sempre me disseram para não brigar, mas eu entrei numa briga mesmo assim.

— SUA BRUXINHA IDIOTA!! — Diz furioso.

Eu ando pra trás em busca de algo para me proteger quando de repente vejo Adam empurrar com força George pra longe de mim, todos ali lhe encararam surpresos, inclusive eu.

— FUI EU!! — Ele diz firmemente na frente de todos.

O mesmo garoto que me defendeu antes estava me defendendo agora de novo, a atenção de George se voltou totalmente para Adam furioso.

__ Se você tocar nela, vou dizer pro seu "Pai" que você roubou ontem na padaria!

A expressão de George havia mudado de fúria para algo chamado "Medo" depois da ameaça de Adam.

— Você ta defendendo ela? — Diz parecendo horrorizado com a ideia.

— Estou! — Adam devolveu no mesmo instante.

George ainda estava furioso, Ótimo! não vou apanhar sozinha agora!

— Só porquê você é meu primo não significa que não posso acabar com você Adam!

Eles são primos? Eu fiquei surpresa, porque eles eram tão diferentes? O Adam parecia tão... bom.

— Então tenta! — Ele diz sem demonstrar nenhuma reação.

George hesitou, o rosto dele ficou pálido, ele sabia que Adam estava falando sério.

— Me devolve a boneca!!! — Falo dando um passo a frente, mantendo-me firme para que não restasse dúvida que não tinha medo deles.

— Toma! Nem queria essa porcaria mesmo — ele resmungou. O George jogou minha boneca no chão com raiva, meu coração apertou, tento pegá-la mais sinto Adam segurando a minha mão, me impedindo de fazer qualquer coisa.

— Eu ainda vou pegar você sua esquisita! — Ele cospe suas ameaças antes de se virar para os amigos. — Vamos embora, Isso já ficou chato!

Eu fiquei triste outra vez, me lembrando que eu não tinha amigos e que estaria sozinha novamente na próxima vez que ele me encontrar.

Quando eu pensei que tudo tinha acabado, o George deu uma pisada forte na minha boneca. Eu segurei o choro, o coração tão apertado que parecia que ia explodir. George ainda olhou pra gente com cara de raiva, e foi embora com os amigos dele.

Olhei para ela no chão, sua saia estava suja de terra e o braço parecia mais rasgado do que antes, me abaixei para pegá-la.

Adam foi mais rápido, ele solta a minha mão se ajoelhando para pegar a boneca primeiro, ele limpou o máximo da sujeira que conseguiu.

— Acho que ficará melhor depois de uma lavagem e costura! — Ele estende a boneca me entregando, pego rapidamente de suas mãos.

Cansada sento outra vez na grama após toda essa discussão, sinto vontade de chorar ao ver minha boneca suja e destruída.

Me desculpa mamãe, Desculpa boneca...

O vento soprou de novo, mas dessa vez foi mais suave, quase como um sussurro, olhei para o céu e imaginei minha mãe me dizendo que tudo ficaria bem, como fazia nas noites em que eu tinha medo.

— Sua perna está bem?? — Diz apontando pra minha perna, enquanto permanecia em pé na minha frente.

Minha perna? Reparo no pequeno arranhão que estava no meu joelho. Eu havia esquecido que estava ferida, não estava me incomodando com aquilo então simplesmente cubro o ferimento da minha perna com o vestido de estampa de bolinhas que eu usava.

—Você está bem?? — Perguntou novamente. Eu fico em silêncio, segurando o choro da humilhação mas sentia o seu olhar em mim pesar, preocupado.

— O quê foi?? O gato comeu a sua língua? — Ele cruzou os braços confuso.

Adam se sentou ao meu lado na grama do parque.

—Vamos tentar de novo, Ok? — Ele estava esperançoso, apenas esperando que eu falasse algo e eu continuava quieta, olhando para a boneca suja. — Oiii, qual é o seu nome??

Eu não quero falar com mais ninguém, eu vou apenas lhe agradecer por ter me ajudado e vou pedir pra que ele fosse embora, quero apenas ficar sozinha!

Já decidida em lhe mandar ir embora, eu lhe encaro de volta quando de repente ele abaixa o capuz da sua camiseta preta mostrando o seu rosto para mim, agora eu conseguia ver o seu rosto perfeitamente e estava pasma com a sua aparência.

Adam era fofo demais pra entrar numa briga! Sim é verdade, eu até me arrependia de ter lhe colocado nisso, na verdade ele entrou na discussão sozinho mas ainda bem que ele não se machucou.

Ele tinha uma aparência angelical, seus cabelos eram enrolados num tom de castanhos iluminados, ele tinha uma pele rosada e seus olhos além de terem longos cílios eram de um tom claro de castanhos.

— A...Allison... —Eu falei meio sem jeito enquanto olhava pra ele.

— Você sabe falar? Hahaha...Que bom! — Ele da um sorriso aconchegante e levanta as mão feliz, eu cabei deixando um sorriso tímido escapar também mas logo fecho a cara, parando de sorrir.

Eu nunca fui alguém tímida, mas eu evitava falar com estranhos o máximo possível, ordens dos meus pais!

— Seu nome também começa com "A"!

Ele parecia animado com isso.

— Você parece bem triste....está tudo bem mesmo?? — Perguntou novamente.

Eu permaneci quieta, não queria falar sobre isso. Ele parecia se importar comigo mas eu não sabia o que dizer.

— Ook!, não vou insistir! se não quiser falar sobre isso tudo bem... — Ele concorda sozinho me olhando.

— Por quê você me ajudou?? — pergunto, curiosa.

— Por quê era o certo!?... — Diz olhando pra uma família que passeva na nossa frente, parecendo feliz.

Eu fiquei esperando ele continuar mas ele só ficou quieto por um tempo os observando. Depois de minutos, ele finalmente disse algo voltando a sua atenção para mim.

— Olha, eu sei como é se sentir sozinho, quando cheguei aqui, eu também vivia sozinho...

Eu fico pensando nas palavras ditas, ele parecia me entender e isso me fez sentir um pouco melhor.

— Se era tão certo, então porque nunca me ajudou antes ou à qualquer um que aqueles panacas atormentavam? — Falei irritada, não com ele mais com os outros e talvez comigo mesma por ser fraca com aqueles garotos mais cedo.

— Eu nunca o enfrentei antes por quê meu primo não era assim, eu juro! — Ele olhou tristemente, parecendo ser sincero.

— Humm, se você diz...Bem...obrigada assim mesmo! — Ele balançou a cabeça aceitando, ele estava distraído, arrancando umas folhas da grama.

Ficamos em silêncio, sentindo a brisa e as vozes das pessoas que passavam pelo parque. Fico pensando do momento em que ele apareceu.

Ninguém nunca me defendeu como ele fez hoje...

— Ninguém nunca tinha feito algo assim por mim...

Por que estou lhe dizendo isso pra ele?

— Por quê não? — Perguntou curioso parando de arrancar a grama e me observa como se quisesse saber de tudo.

— Por quê eu sou esquisita, por isso abusam de mim afinal ninguém quer brincar ou ser amigo de alguém como eu...— Digo olhando para outras crianças que brincavam ao alcance da minha vista um pouco distante de nós, Elas estavam tão felizes, e eu só queria ser como elas.

Adam acompanhou meu olhar sobre as outras crianças.

— Isso não é verdade, se você é esquisita então eu também sou! — Falou com a voz firme.

Naquele momento, eu fiquei surpresa, ele olha para o céu com fascina, sigo o seu olhar observando um lindo por do sol. Alguns pássaros passam em grupo na nossa vista, eles batem de frente ao sol nos proporcionando uma bela vista.

Adam e eu ficamos bastante tempo conversando, a presença dele afastou um pouco a minha tristeza, eu havia lhe contado da minha perda mas ele não chegou a falar. "meus pêsames" invés disso sempre tentava me fazer sorrir e esquecer a dor.

— Você que brincar comigo amanhã?...

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!