ᯓ Ecos ao amanhecer
𝐒𝐫𝐭. 𝐄𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚 (𝐄𝐮)
Oieh!
Tudo bem?espero que sim!
Só queria desejar uma boa leitura ÓwÒ🌷💗
Acordar não parecia um alívio. Yure abriu os olhos como quem sobe de um poço fundo demais.
A luz da manhã atravessava as cortinas, mas dentro dele ainda havia sombra.
Levantou-se com os músculos tensos, como se tivesse lutado a noite toda. E talvez tivesse.
Porque os rostos, as vozes, a sombra da irmã e a figura do Toshio… tudo dançava nos limites do sono.
O espelho do quarto mostrava mais do que apenas cansaço.
Havia olheiras e olhos vermelhos. Mas também algo novo como se uma parte dele estivesse mais desperta agora do que nunca
No caminho até a escola, tudo parecia fora de lugar.
O som das pessoas, o riso das crianças, até o farfalhar das árvores tudo parecia… longe.
Mas um detalhe o fez parar. No chão, entre as folhas secas da calçada, havia uma fita amarela.
Exatamente igual à que a irmã usava no cabelo. Ele olhou ao redor.
Ninguém. Pegou a fita com dedos hesitantes. Era real. Fria ao toque.
E com um cheiro leve de lavanda o mesmo perfume que ela sempre usava.
A memória bateu forte. Ela amarrando a fita em seu próprio pulso e dizendo:
— “Agora é um laço entre a gente. Você não vai esquecer, né?”
Yure engoliu em seco. Estava claro. A sombra estava tentando apagá-la. Mas ela ainda queria ser encontrada e lida.
E deixava pistas. Pequenas âncoras no mundo real.
Na escola, ele não conseguia se concentrar.
Estava totalmente distraído,parecia longe da realidade.
Colega
— Yure? Tá tudo bem?
*perguntou, preocupada.*
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
*Apenas assentiu, murmurando algo vago, e sai antes do sinal tocar.*
À noite, com o coração disparado e a fita amarela no bolso, ele atravessou a mesma parede oculta. A biblioteca o recebeu em silêncio.
Mas agora, mais do que nunca, parecia viva.
As velas tremiam com mais intensidade. Algumas páginas soltas pairavam no ar, como se estivessem sussurrando entre si.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
*Toshio o esperava ao pé de uma escada em espiral. *
Estava diferente. Mais sério. Como se soubesse que algo havia mudado no mundo exterior.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Ela tentou se comunicar com você, não foi?
ele disse sem rodeios e Yure assentiu.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— No colégio... ela apareceu. Por um segundo.
[OBS: yure está se referindo a um momento,em que ele viu o vulto da irmã,no corredor do colégio. Não coloquei essa parte porque esqueci,agora que lembrei dessa desgraç-]
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— E eu achei isso.
Exatamente igual à que ela tinha quando menor.
*Diz yure estendendo a mão e entregando a fita a Toshio.*
Ele mostrou a fita. Toshio segurou a fita com cuidado, como se fosse algo sagrado.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Isso significa que a alma dela está tentando se prender. Ela está entre os planos. O tempo está se encurtando....
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— O que acontece se ela se soltar?
*Yure perguntou.*
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
*Toshio demorou a responder.*
— Ela se desfaz. Memória por memória, pedaço por pedaço... até que nem mesmo a Biblioteca consiga alcançá-la.
Yure sentiu o chão faltar por um instante.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Então vamos continuar. Mostre mais. Tudo o que restar.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
*Toshio hesitou.*
— Há riscos. A sombra que viu… já sabe seu nome. E agora, talvez saiba por onde chegar até você.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Então que venha.
*Yure respondeu, firme.*
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Eu não vou perdê-la outra vez.
Toshio não esboçou um sorriso. Mas havia algo nos olhos dele um calor silencioso.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Muito bem. Suba comigo. Hoje... vamos abrir o livro da última noite dela.
Toshio caminhava à frente, subindo a escada em espiral com passos firmes.
Yure o seguia com a fita amarela apertada na mão, o coração pulsando tão alto que parecia ecoar entre os livros.
O topo da escada levava a uma sala circular, forrada de espelhos antigos.
No centro, repousava um livro de capa escura diferente dos outros.
Tinha marcas de queimadura nas bordas, e no centro da capa, o símbolo de uma flor partida ao meio
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
*Toshio se ajoelhou ao lado do livro. Fez um gesto breve com os dedos, e o livro emitiu um leve brilho azul.*
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Esse é o registro da última noite.
*Murmurou.*
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Mas está... comprometido
Apenas abriu o livro. Yure se aproximou, e as páginas começaram a virar sozinhas cada uma projetando pequenas imagens flutuantes, como ecos do passado
Na primeira imagem, sua irmã aparecia no quarto. Chovia lá fora
Ela estava escrevendo algo num caderno. Mas o som… falhava. A imagem tremia
O rosto dela ficava borrado, como se estivesse sendo apagado
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
*Yure se inclinou, tentando ouvir.*
A segunda imagem surgiu: sua irmã descendo as escadas, indo até a porta da casa
Estava com o livro da biblioteca nas mãos. Mas de repente... tudo escureceu. A imagem tremeu com força.
Um ruído distorcido preencheu a sala. Uma rachadura se formou no espelho atrás deles. Toshio se levantou num pulo, estendendo o braço à frente de Yure.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Fique atrás de mim!
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Ela está aqui...
* Yure sussurrou, paralisado.*
— A sombra…
A fumaça começou a formar um vulto, os olhos Vermelhos brilhando no escuro da sala.
Uma fumaça negra começou a vazar da página aberta. Não era tinta. Era… algo vivo
Toshio não hesitou. De dentro do casaco, ele puxou uma chave prateada antiga, com entalhes de runas.
Sussurrou palavras num idioma que Yure não entendia, e então fechou o livro com força
A fumaça gritou. Sim, gritou. Como se a memória tivesse vida
Como se a própria sombra tivesse sido trancada ali dentro. O som parou.
O livro parou de brilhar. A sala ficou em silêncio. Toshio caiu de joelhos, ofegante, com as mãos ainda sobre o livro fechado. Yure correu até ele.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Toshio! Você tá bem?!
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Estou. Só… enfraquece um pouco. Toda vez que prendo essa coisa, ela tenta me puxar junto.
Yure olhou para a chave agora presa na lombada do livro.
Ela pulsava como um coração. Ainda quente
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Essa sombra… ela quer que eu desista, não é?
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Sim. Ela vive do esquecimento. Se você parar de buscar, de lembrar, de amar... ela vence. E sua irmã… desaparece de vez.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
*Yure olhou para a fita em sua mão, depois para o livro trancado.*
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Então eu vou lembrar por dois.
*Yure dá um largo sorriso.*
Toshio o olhou e dessa vez, sorriu de verdade. Um sorriso pequeno, mas tão real que Yure sentiu o peito doer um pouco.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Você está se tornando alguém perigoso para as sombras.
Yure riu baixinho, ainda com a adrenalina no sangue.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Sorte que tenho um guardião muito capacitado ao meu lado.
*Disse Yure rindo baixo.*
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
*Toshio desviou o olhar,meio sem graça.*
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Bom...
*Olha em volta.*
— Parece que surgiu mais trabalho para mim.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
*Yure olha em volta também.*
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Verdade...
Desculpe,isso de certa forma parece ser minha culpa...
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Não. não é nada disso,a culpa não foi sua,e nem se preocupe com isso,jovem mestre.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
*Yure olha o mesmo.*
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Ei! você é sempre tão formal,me chame apenas de Yure,assim como te chame apenas de Toshio!
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Hum...
Certo,me desculpe...Yure.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Melhorou!
*Diz sorrindo.*
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Bem...parece que não vamos conseguir ver as memórias da sua irmã por um tempo.
*Diz Toshio pegando o livro fechado,onde havia trancado a sombra.*
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— O que vai fazer com isso??
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Irei selar o livro com magia antiga e deixar no "Vazio" vai impedir que a escuridão saia e vai purifica-lá.
𝐘𝐮𝐫𝐞 𝐍𝐚𝐤𝐚𝐦𝐮𝐫𝐚
— Acho que entendi.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Yure,amanhã vou te ensinar sobre a biblioteca,poderia vir? quando tiver tempo.
Yure ficou pensativo,mas logo respondeu:
Toshio pega um colar,que estava na gaveta de uma mesinha.
𝐓𝐨𝐬𝐡𝐢𝐨
— Use isso,vai repelir a sombra,caso tente se aproximar de você.
*Coloca o colar no pescoço de Yure.*
E por um instante… ali, entre espelhos partidos e livros vivos, o silêncio entre os dois era mais bonito que qualquer memória.
𝐒𝐫𝐭. 𝐄𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚 (𝐄𝐮)
Capítulo mais longo que escrevi,até agora... T>T
𝐒𝐫𝐭. 𝐄𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚 (𝐄𝐮)
Já sabem a palavra né?...
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