Capítulo 5

Liv narrando:

Eu não iria conseguir dormir...

Foi isso que eu disse a mim mesma, mas ao fechar os olhos e abri-los, o dia já havia ficado mais claro. Foi então que percebi que realmente tinha dormido. Não entendia como podia confiar tanto em Callum para pegar no sono, já que sabia que ele estava no cio.

Até me senti relativamente segura perto dele, e eu dormi como uma bebê.

Ao acordar, percebi que ele não estava mais ao meu lado. Levantei da cama e, as lembranças do que aconteceu na noite anterior começaram a invadir minha mente. Meu coração disparou.

Tudo veio à minha mente: Os três valentões tinham acabado virando meus companheiros.

O simples pensamento fez-me tremer visivelmente.

Sei que não posso me esconder na casa deles para sempre e preciso realmente encarar a realidade, embora não estivesse pronta para aceitá-la. O que planejava fazer era simplesmente dizer a eles que não havia como sermos companheiros depois de anos de tortura física e psicológica.

Com essa determinação, saí do quarto. Contudo, não ia confrontá-los; ia esperar até que algum deles aparecesse. Se tentassem o que fizeram no dia anterior, então eu jogaria a bomba.

Mesmo com esse aumento de autoconfiança, ainda me pegava espiando antes de entrar em qualquer lugar, para garantir que não trombasse com nenhum deles. Era tão difícil, porque onde quer que eu fosse, o forte e dominante cheiro deles permanecia por toda parte.

Após escapar da enorme mansão, voltei para os aposentos dos funcionários e só então consegui respirar aliviada. Fui direto para meu quarto e tranquei a porta. É assim que eu iria passar o resto da minha vida? Vivendo com apreensão?

Por quê tinha que ser eles? De todas as pessoas? Sentei-me na minha cama pequena, segurando meu cabelo com as mãos.

Sabia que não podia ficar no meu quarto paraSempre. Terei que enfrentá-los se quiser dizer a eles que não estou interessada, mas como diabos faria isso se não suportasse a ideia sequer de enfrentá-los? Uma olhada de qualquer um deles e eu estaria tremendo como uma folha.

Enquanto pensava nisso, ouvi uma batida forte na porta. Meu coração saiu do peito, enquanto meus olhos se arregalavam. A única coisa que consegui pensar foi na possibilidade de serem eles.

Minhas mãos tremiam ao lado do corpo, enquanto meus lábios tremiam.

— Abra a porta, Liv. Eu te vi entrar — falou uma voz familiar, era Yvonne.

Nunca na minha vida tinha ficado mais feliz por ouvir sua voz. Corri até a porta, meu corpo relaxou, e então a abri.

— Bom dia — ela levantou a mão e fez um gesto que parecia me repreender.

— Você entrou e trancou a porta? O que é isso? Terra da Disney? Você não tem nenhuma tarefa essa manhã?

Foi então que percebi que nem mesmo deveria sair da mansão sem antes terminar todas as minhas tarefas.

— Desculpe, vou começar a trabalhar agora — passei por ela rapidamente, mas antes que pudesse sair, ela me segurou.

Olhou-me de cima a baixo, balançando a cabeça em desprezo.

— De qualquer forma, os trigêmeos querem que seja você a responsável pela comida deles hoje.

No momento em que ela falou isso, meu coração parou de bater por alguns segundos.

— O quê?

— Está desrespeitando ordens? — Engoli em seco e balancei a cabeça.

— Não, senhora. Fiquei confusa porque não sou a empregada responsável pelas refeições deles.

Ela deu de ombros.

— Eu não sou quem faz as regras. Eles são os filhos do Alfa. Se querem que você seja a empregada deles, você será. Não tenho poder nessa decisão.

— Ah. — Meus lábios não conseguiram produzir mais palavras. Eu podia sentir meu coração batendo forte dentro do peito. Se não tomasse cuidado, desmaiaria.

— E não atrase. Eles não gostam de esperar. Então, vá trabalhar.

Passei por ela rapidamente, sabendo que, assim que Mrs. Yvonne desse uma ordem, ela esperava que fosse cumprida o mais rápido possível. Enquanto corria em direção à mansão, quase chorei por saber o quanto eu estava condenada, mas tive que me segurar.

Pensava que teria que preparar a comida deles antes de entregá-la, mas chegando à cozinha, a refeição já tinha sido preparada por uma das empregadas. A única coisa que precisava fazer era levá-la até eles. Parecia uma armação completa.

Com as mãos trêmulas, peguei a bandeja e desci até o quarto indicado, repetindo para mim mesma: relaxa, relaxa, relaxa.

Não consegui contar quantas vezes fiz isso. Chegando à porta, levei um tempo para me recompor e, finalmente, bati.

— Entra logo, Liv — chamou uma voz profunda, cheia de desespero e impaciência, que era a de Max.

Sem dúvida, todos estavam esperando por mim.

Minha mão tremia enquanto eu lutava para abrir a porta com a bandeja nas mãos.

No quarto, os três cheiros me atingiram de uma vez só.

Engoli em seco, encarando-os, que já tinham um olhar fixo em mim.

Max estava sentado na cama, com as mãos apoiadas nela. Callum estava sentado em uma cadeira, com os braços cruzados, me encarando com um sorriso desafiador. Ryder estava na mesa, um pouco longe de Callum, olhando para mim como se eu fosse um lanche, um lanche que ele iria devorar.

— Finalmente, aí está a estrela do espetáculo — falou Callum.

Levantei a bandeja.

— Fui ordenada a trazer a comida para vocês. — Minha voz saiu suave e trêmula.

— Joga fora a comida. Você está aqui, isso já é suficiente — disse Ryder, com um sorriso travesso no rosto.

Callum olhou para ele, fazendo careta.

— Vocês já assustaram ela bastante ontem à noite, né? — disse Callum.

— Não foi minha culpa. Meu lobo estava fora de controle. Tem todo um drama acontecendo neste corpo enquanto falamos — falou Ryder.

— A culpa também não foi minha... — começou Max, quando Callum o interrompeu.

Ele estreitou os olhos e virou-se para Callum.

— Acha que é fácil? Meu lobo não parava de pensar nela; a noite toda tive que aguentar sentir seu cheiro e não tê-la — disse Max.

Eles realmente iam falar sobre algo assim, como se eu não estivesse ali?

Tentei falar com ele.

— Eu... — embora minha voz estivesse trêmula, tentei fazer a minha parte.

— Acho que deveríamos contar ao nosso pai sobre isso — sugeriu Max, com uma voz quase inaudível.

— Sem dúvida, queremos isso. — concordou Ryder.

— O pai pode até considerar, mas e a mãe? Esqueceram que nossa companheira é uma ômega? — questionou Callum, inclinando a cabeça para me avaliar.

— Ela tem que aceitar, caramba. Não vou deixar minha parceira com medo do julgamento — afirmou Max, com determinação.

— Que gentil da sua parte — sarcasticamente, falou Callum, remexendo na cadeira — Depois de anos de bullying.

— Não que você fosse um santo, de qualquer modo — rebateu Max.

— Pelo menos, eu não era um completo idiota — disse Callum.

Sabia que tinha que pará-los antes que tudo saísse do controle.

— Chega — falei com firmeza, jogando a bandeja na mesa. Uma raiva crescente tomou conta de mim ao ouvir Max sugerir que me apresentariam ao pai deles.

Eles pensam que é fácil assim? Nem se desculparam pelo tormento mental e pelo medo que haviam me causado. Esperavam que eu aceitasse tudo isso e que todos vivêssemos felizes para sempre?

Respirei fundo, encarando-os como se fossem estranhos depois de tanto que gritei para que parassem.

— Não sei o que vocês querem de mim, mas preciso garantir que, se estão preocupados com o vínculo de alma, isso não vai durar.

Vi todas as cores sumirem de seus rostos.

— Do que vocês estão falando, Liv? — perguntou Max, preocupado, após minha explosão.

— Por anos, fui torturada por vocês, mentalmente e fisicamente, e só porque de repente nos tornamos companheiros de uma noite para a outra, vocês esperam que eu siga em frente e aceite tudo o que fizeram comigo?

Houve um breve silêncio. Ryder parecia o mais destruído pela minha recusa repentina.

— Mas isso é coisa do passado, Liv — tentou Ryder, com uma voz calma, tentando me fazer entender.

Perdi a paciência.

— Passado? Aconteceu há dias atrás! — explodi. — E mesmo que tivesse sido há mais tempo, acha que posso seguir em frente depois de tudo isso?!

Fiquei em silêncio, encarando-os antes de declarar com força:

— Eu, Liv Anderson, recuso vocês como meus companheiros. Não estou interessada.

— O quê? — Max falou, surpreso.

— Você realmente precisa pensar direito sobre isso, Liv — disse Ryder, imediatamente.

Callum, que parecia indiferente, acrescentou:

— E o que vamos fazer com essa informação?

Fechei o punho ao lado do corpo.

— Vocês vão aceitar minha rejeição, e seguiremos nossos caminhos separados.

Ele manteve um olhar frio e fixo em mim enquanto dizia com uma voz cortante:

— Nem na minha maldita morte.

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Comments

Ilze

Ilze

Eu já li livros em q a princesa tinha 3 companheiros destinados. E viviam muito bem! So q eram gentis, amorosos e respeitadores. Bem diferentes destes trigêmeos

2025-08-01

0

Cleide Almeida

Cleide Almeida

você agora o bicho vai pegar viu pq é como aquele ditado q bate esquece mas qyem apanha nunca esquece

2025-07-10

0

Janete Cavalheiro

Janete Cavalheiro

não existe isso de 3 companheiros e dois no máximo 1chanse 2 chance com anos de diferença

2025-06-28

0

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