Capítulo 5 – Marcas do Destino

O mercado de Brenndor fervilhava sob um céu opaco. Carrinhos de legumes se moviam entre poças de água e lama, enquanto os moradores tentavam ignorar a sensação incômoda no ar. Seris andava distraída, os dedos tocando o colar por baixo da blusa, onde a pedra parecia pulsar como um coração alheio ao seu.

Elara (olhando de lado):

— Você não está me ouvindo, né?

Seris (sorrindo sem graça):

— Desculpa... é só um daqueles dias em que parece que estou andando com o vento na cabeça.

Elara (desconfiada):

— Não tem nada a ver com aquele estranho da floresta, né? Porque se tiver, eu dou uma surra nele com minha colher de madeira.

Seris (tentando mudar de assunto):

— Você é terrível.

Elara (séria, de repente):

— Só quando alguém mexe com você.

Seris sorriu. Era fácil esquecer o medo quando Elara estava por perto. Mas algo logo desviou a atenção das duas: um grito. A multidão se abriu em pânico.

Um homem havia caído ao lado da fonte do mercado. Suas costas tremiam como se estivesse possuído por alguma força invisível.

Homem Possuído (gritando):

— As sombras... elas dançam de novo... a floresta sangra!

As pessoas recuaram. Elara puxou Seris instintivamente, mas ela ficou paralisada ao sentir seu colar emitir um leve brilho.

Riven, sempre em alerta, surgiu no meio da confusão. Sua postura era ágil, quase felina, e os olhos varriam os arredores em busca de ameaças.

Riven (ajoelhando-se):

— Lys, isso aqui é magia. E é pesada.

Lysandre, logo atrás, examinava o homem com cautela, folheando anotações.

Lysandre (analisando):

— Colapso mental, olhos revirados, delírios recorrentes. Igual aos casos da vila de Drevan.

(Pausa)

— Mas esse aqui foi mais... próximo da fonte.

Riven (resmungando):

— “Fonte”, “linha de fluxo”, “ponto de convergência”... você fala como um livro, Lys.

Lysandre (calmo):

— E você pensa com a espada, Riven.

Riven (sorrindo de canto):

— E geralmente acerto o alvo.

Cedric se aproximou dos dois, observando Seris à distância.

Cedric (sério):

— O colar dela reagiu. Igual ontem na floresta. Há algo nela.

Riven (estreitando os olhos):

— Aquela garota?

Lysandre (baixo):

— É possível... há registros antigos de amuletos de proteção ativados por proximidade mágica. Muito antigos.

Riven (arqueando a sobrancelha):

— E o que ela estaria protegendo? Ou... escondendo?

Nesse momento, Kael, que carregava cestos com ervas e raízes, notou Seris perto da confusão. Aproximou-se lentamente, franzindo o cenho.

Kael (preocupado):

— Seris? Você tá bem?

Seris (desviando os olhos):

— Estou. Só... assustada.

Kael (olhando ao redor, em alerta):

— Esses soldados não são daqui. Nem esse homem de capa escura. Você os conhece?

Seris (hesitante):

— Não... sim... eu... é confuso.

Kael (suavemente):

— Se alguém te incomodar, me diz. Eu não confio nesses forasteiros.

Elara se aproximou, firme como sempre.

Elara (baixinho para Kael):

— Ela está diferente, Kael. Eu também sinto. O colar... a floresta... tudo mudou depois da tempestade.

Kael olhou para Seris, seu rosto suavizando, mas seus olhos mostrando algo que não sabia nomear: medo de perdê-la. Não apenas como amiga. Como algo mais.

Cedric aproximou-se do grupo. Seus olhos estavam fixos em Seris.

Cedric (baixo, direto):

— Você não pode continuar fingindo que nada está acontecendo.

Seris (fria):

— E você não pode continuar se metendo onde não foi chamado.

Cedric (arqueando a sobrancelha):

— Eu fui chamado. Por coisas que você ainda não entende.

Elara (interpondo-se):

— Chega. Ela não deve nada a você.

Riven (se aproximando):

— Cedric...

Cedric (murmurando):

— Ela precisa saber quem é. Ou as trevas vão descobrir primeiro.

A pedra do colar pulsou intensamente. Um raio distante ecoou pelas montanhas.

Seris recuou. O colar queimava em sua pele. Sua mente era invadida por imagens desconexas — torres prateadas, asas douradas, fogo e sombra entrelaçados.

Seris (sussurrando):

— Eu... preciso sair daqui...

Ela correu. Elara foi atrás. Kael hesitou, confuso. Cedric apenas observou, sem conseguir impedi-la. Pela primeira vez, ele hesitava.

Lysandre (fechando o livro):

— Está acontecendo. A profecia está se movendo.

Riven (olhando na direção em que Seris fugiu):

— E o que nós vamos fazer?

Cedric (baixo, determinado):

— Segui-la. E protegê-la. Mesmo que ela ainda não saiba por quê.

---

No alto do vilarejo, o céu parecia mais escuro.

E no coração das sombras, Morrighan abria os olhos diante do espelho de névoa.

Morrighan (em sussurro):

— A filha da luz despertou. O tempo das máscaras acabou.

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